Acredito ter demonstrado, na matéria anterior, quão fajuta e
risível é a propaganda ufanista que exalta a excelência dos produtos eno
gastronômico do nosso Brasil.
Fazem parte do elenco, deste ridículo circo de patriótica
exaltação de nossos “olímpicos” vinhos, queijos, azeites, pizzas, escondidinhos
(deixaram, por enquanto, escapar nosso insuperável e famoso PF) os críticos$,
influencer$, revista$, youtuber$, picareta$ etc.
Deixo aos amigos, então, a tarefa de eleger qual o pior vinho
nacional, mas recomendo, antes da “desgustação”, pelo
menos uma pastilha de Plasil e muita sorte.
Qual o melhor vinho, então?
Não sei, mas sei qual foi o melhor Chardonnay, Barbera,
Barolo, Gattinara, Grignolino, Pinot Noir, Riesling, Etna Bianco, Picolit,
Champagne, Viognier, etc.
Sem dúvida posso afirmar que os melhores Chardonnay, que
recordo ter bebido, foram: “Corton-Chalemagne”
da vinícola Maurice Chapuis e “Le Montrachet”
de Lamy Pillot.
Mais alguns “melhores”: Château Musar Branco/Gaston Hochar, Viña Tondoñia/Lopez
Heredia. Gattinara/Mauro Franchino,
Lessona/Tenuta Sella, Picolit/Ronchi di Cialla, Riesling Grand Cru Wiebelsberg/Marc Kreydenweis, Etna Bianco Le Vigne Niche-Tenuta Terre
Nere, Barolo Monvigliero/ Fratelli Alessandria.
Não poderia deixar de reafirmar
que o Gavi “Minaia”, da
Nicola Bergaglio, continua sendo, para mim, o campeão no quesito
qualidade/preço.
Se alguém se interessar em conhecer mais etiquetas de ótima
qualidade, recomendo a leitura das matérias
antigas.
Caso alguém acredita que a Europa
está livre de tremendas-bostas, que todas as vinícolas são corretas, honestas e
que não há tremendos pilantras das rolhas perdidas, este redondamente enganado
ou é candidamente voltairiano.
Quem quiser uma ter uma amostra das falcatruas italianos basta ler
https://baccoebocca-us.blogspot.com/2025/04/as-raposas-das-uvas.html
Caminhando para o encerramento
devo declarar que considero a denominação “Etna”
como nova revelação na Itália vinícola dos
últimos anos.
A Sicília é pátria de grandes
castas e bastaria enumerar a Catarratto, Inzolia, Frappato, Grillo, Caricante, Nerello
Mascalese, Nerello Cappuccio para confirmar a presente afirmação, mas, como em
quase todas as outras regiões da Bota, muitas vinícolas picaretas, apesar das
mais de 500 uvas autóctones, continuam cultivando e vinificando Cabernet
Sauvignon, Pinot Noir, Chardonnay, Cabernet Franc etc.
Resultado 1.
Um dos piores Chardonnay que bebi
foi o da siciliana Planeta.
Pesado, álcool muito presente,
madeira em excesso.
Um vinho que a primeira taça dificilmente é
repetida e que demonstra, exemplarmente, como os italianos não sabem vinificar
a Chardonnay.
Resultado2
Durante um almoço, semana passada,
em um restaurante da Toscana, confiei no garçom e aceitei uma taça de “Anthìlia” da vinícola Donnafugata.
Horror dos horrores!
Confesso que não consegui secar a
taça e, já no primeiro gole, amaldiçoei toda a família do garçom.
Vinho claramente “fabricado” na
adega, a química prevalece claramente sobre as uvas e os aromas são tão fortes
que a garrafa parece ter produzida em uma perfumaria barata.
Vinho que os amigos devem
absolutamente dispensar.
Um consolo para o Chardonnay da Planeta e o Anthìlia da
Donnafugata: Seus dois horrores,
se e quando comparados ao Pérgola, parecem Grands Crus da Borgonha.
Donísio
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