O primeiro vinho degustado, como era de se esperar, foi o
branco.
Belo vinho, de estrutura média, perfumes sutis, interessantes,
muito elegante e no final pude perceber uma leve passagem em barrique o que me
fez pensar ser, aquele, um vinho de ponta da vinícola.
Garrafa acima da média que, confesso, beberia, seguramente,
mais vezes.
Roberto mostrou a etiqueta e desfez o “mistério”: “Torre di Giano Vigna del Pino” da Lungarotti.
A Lungarotti não é
exatamente uma pequena vinícola.
A produção é de, aproximadamente, 2,5 milhões de garrafas e suas
vinhas se estendem por 250 hectares: 230 na propriedade “Torgiano” e 30 na
“Montefalco”.
Sempre considerei os dois vinhos base, da Lungarotti, o “Torgiano Rosso - Rubesco” e o “Bianco di Torgiano - Torre di Giano” bons vinhos, honestos e baratos (7/10 Euros) e devo confessar que me entusiasmei com o “Torre di Giano Vigna il Pino” e até pensei comprar algumas garrafas.
O entusiasmo arrefeceu quando Roberto, com voz grave, me comunicou
que havia pago, pelo “Vigna del Pino”, 18 Euros e somente poderia me vender
algumas unidades por 23 Euros.
O pensamento voou até à vinícola Nicola Bergaglio onde o Gavi “Minaia”, nem
um milímetro inferior ao “Vigna il Pino”, me aguardava pelos sempre modestos e
honestos 5,50 Euros.
Roberto percebeu minha relutância e sem demora continuou a
degustação me apresentando a taça do tinto.
Belo vinho de carregada cor grená, no nariz apresentou aromas
de especiarias e na boca se revelou harmônico, aveludado, envolvente.
Roberto apresentou a garrafa e minha surpresa foi enorme.
“Le Pitre”, vinho produzido com 100% de uvas
Negro Amaro (tomara que a ministra Anielle “buraco negro” Franco não queira,
também, mudar o nome do “Negro Amaro…) Nasce na Puglia e é engarrafado pela
vinícola Mottura.
A Mottura faz parte do gigante vinícola italiano, Mezzacorona,
grupo que produz, nada desprezíveis, 45 milhões de garrafas.
O que mais me intrigou foi constatar que uma indústria
vinícola, como a Mottura-Mezzacorona,
conseguiu produzir um vinho tão interessante e de surpreendente qualidade.
O “Le Pitre” é um vinho fácil de
beber, de grande personalidade e que, degustado às cegas, cativa até o mais
exigente paladar.
O que agrada muito, também, é o ótimo preço do “Le Pitre”: Roberto declarou que pagou pouco mais de 8 Euro a unidade.
Mais um vinho surpreendente do incrível território vinícola do
sul da Itália.
Confira!
Bacco
certa vez, há uns cinco anos, bebi um Nero di Troia da linha mais básica da Mottura e fiquei impressionado como era um vinho muito bom pelo preço (meros 3 euros). bom saber que não foi um caso isolado.
ResponderExcluirZé
Quanto ao Torre di Giano, a Mistral, por meros R$ 500, pode aplacar sua sede:
ResponderExcluirhttps://www.mistral.com.br/p/vinho/torre-di-giano-vigna-il-pino-2017-lungarotti
Desde que você não se importe, claro, com o fato de ser 2017 e com a conhecida qualidade do armazenamento da importadora.
Zé
O Sarney Gran Reserva é destaque no mundo do vinho.
Excluirhttps://revistaoeste.com/agronegocio/o-nordeste-se-tornou-um-dos-grandes-produtores-de-uva-e-vinho-do-brasil/
Sarney Gran Reserva comercializado por Maluf....
ExcluirSarna Gran Reserva!
ExcluirEu não sei qual a mentira mais repetida no Brasil: Ciro Gomes fez o plano real ou o espumante Brasileiro é o 2o melhor do mundo.
ExcluirSó que tem uma coisa, Bacco, degustou uma taça, não é? Negroamaro seduz nos primeiros goles.. tanino doce, álcool alto, sedosidade alta.. compra uma garrafa e vai bebendo para você ver
ResponderExcluirVinho pra pescar apaixonados por vinhos veludinho. Eu não dou conta, já tomei Le Pitre, achei bom vinho também, mas enjoativo para meu paladar. Negroamaro que tomei e não tive essa sensação foi de Natalino del Prete.
ResponderExcluirSul da Itália virou isso e deve estar girando lucro de invejar o norte italiano. Vender alcoólicos de paladar fácil, é mais fácil. Seus Primitivo de Manduria e Negroamaro aveludados, potentes, alcoólicos ( entrega sensação quente e aveludada na boca), captaram certinho o público de ex-cervejeiros-recém-convertidos ao vinho. Eu não caio nessa.
ResponderExcluirBacco, aliás, (sou o comentarista do tema da matéria) você sabe dizer qual região da Itália lucra mais com a produção de vinho? Norte, centro, sul?
ResponderExcluir* minha pergunta sobre qual região italiana é mais rentável no vinho não foi testando sabedoria, curiosidade e interesse por informação. ( não precisa publicar )
ResponderExcluirA região que mais lucra ou quem mais lucra? Fácil resposta. Quantas etiquetas cara$$$$$ e famosa$$$ você conheçe do Sul da Bota e quantas do norte e centro?
ExcluirDevolveu com precisão…sim, não tenho e nem precisa de número$
ExcluirBacco, esqueci-me de dizer o nome do vinho de Natalino del Prete que tomei por algumas vezes, chama-se Anne. Delicioso, aromas de especiarias e fruta boa, tanino saboroso, sensação fresca e acidez bem agradável que o torna nada enjoativo, um luxinho, 100% Negroamaro. Não hesite em degustá-lo numa oportunidade.
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