Há seguidores de B&B, eficientes sentinelas, que nos
alertam, com frequência, sobre todas as barbaridades e eno-picaretagens que
aparecem nas redes, jornais e revistas etc.
São os “suricatos” do blog.
Nada passa despercebido, assim, todas as imbecilidades,
sacanagens, mentiras etc. são publicadas no espaço reservados aos comentários.
Poucas vezes dedico uma matéria respondendo ou comentando os
links das reportagens.
De críticas, elogios, indicações picaretas, ufanismos sem
sentido etc., os seguidores do blog já estão com o saco cheio e ridículas
idiotices como: ”2º melhor espumante do mundo”, ”Merdalha
de ouro melhor Merlot no concurso lá na casa da mãe Joana ”, “Primeiro lugar
concurso Cabernet Sauvigon em São Luís do Maranhão (vergonha da nação?) “Melhor
queijo do mundo”, ‘Melhor azeite do mundo”…. e se mais mundo
houvera, lá ganhara, apenas fazem sorrir amargamente.
Pois bem, esta semana um “suricato” de plantão enviou um link
da revista Exame que me provocou náuseas incontroláveis
O título da Exame exigiu uma rápida corrida até a estante dos
remédios à procura de um salvador Plasil.
VEJA
Nosso piegas,
inflamado e borbulhante repórter deve ter embolsado uma graninha, tomado um
tremendo porre do “espumante de um dos melhores terriors do mundo”, em uma das
32 salas VIP, ou em um avião da Azul para, assim, encontrar a coragem
necessária e escrever seu Aconcágua de tremendas-bostas.
Nosso intrépido e expert repórter vinícola, não poupa
imaginação e esforços para, já no início da matéria, criar um clima suave,
ameno, quase carinhoso, piegas.
Candidamente o reporte nos informa que a produtora do “ espumante das32 salas VIP”, nossa mais nova e borbulhante revelação, perdeu
os pais, mas mesmo sem o aparo familiar foi à luta e.....que luta.
Parabéns a nossa “Veuve Clicquot Gaúcha” que depois de quatro anos e um funeral, já produz 250.000 garrafas de mais um fenômeno da viticultura tupiniquim.
Plasil fez efeito, recuperei os sentidos, raciocínio voltou ao
normal; peço permissão, então, para dar algumas dicas ao nosso melífluo repórter
e à valorosa e intrépida “Veuve Clicquot” dos Pampas.
1º Caro repórter, você deveria nos informar quais espumantes
participaram da degustação às cegas capitaneada pelo mumificado “Beato Salu”,
assim, poderíamos saber se também, a Cidra Cereser foi incluída na encenação.
2º Não há nenhuma informação sobre qual foi o método empregado na
vinificação da mais nova e portentosa “Maison” gaúcha.
4º Qual foi a pesquisa, quais as
fontes consultadas, parâmetros utilizados etc., para “batizar” o “Terroir Pinto Bandeira”
um dos melhores do mundo?
4º
Aproveitado a nossa já quase intimidade, lá vai uma pergunta: você sabe
realmente o que é o “Terroir de Pinto Bandeira”? (Uma dica: não é terror, mas quase….)
Cara
“Veuve Clicquot Charmat” (Charmat é o método usado na espumantização de nosso
mais novo 2º melhor do mundo), admiro sua tenacidade e capacidade empresarial,
mas peço permissão para dar algumas dicas: Nenhum enófilo, com mais de três
neurônios em bom estado e funcionando, acredita que foram necessários 8 meses
(quase uma gestação) para convencer o mumificado sommerdier, dos fundos de
garrafas do Fasano, em realizar uma degustação às cegas.
Para
convencer o poeirento e bolorento ídolo, dos ricaços paulistanos, de que seu
espumante é “Uma aberração de tão bom”, (o escalador de cruzeiros
medievais aprendeu a classificar os vinhos, desta forma, no Cerrado goiano) não
seriam necessários 8 meses de “eno-sedução”... bastaria um Pix de R$ 800.
A matéria
foi útil, muito útil.
Eu, que
já evitava as salas VIP dos aeroportos, quando resolveram oferecer o espumante
“Chandon”, vou manter maior distância, ainda, dos 32 endereços onde servem as bolhas da
“Viva la Vida”.
Quase esqueci: Parabéns à Azul
pela completa (irreversível?) decadência.
Falando
sério: Vão todos: Revista, repórter, sommerdier, companhia aérea, vinícola à......( escolha
livre)
Dionísio