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sábado, 30 de julho de 2022

A GUERRA DO PROSECCO

 


Não conheço nenhum vinho que tenha obtido sucesso maior e mais duradouro do que o Prosecco.

Nem o Beaujolais Nouveau, dos anos 70-80-90 (hoje quase ninguém lembra de sua existência), obteve números tão significativo, fama e longevidade.


O Prosecco, um vinho leve, fácil de beber, descompromissado e o mais importante, de preço acessível para todos os bolsos, desde seu exórdio, não para de quebrar recordes de produção e venda.

Os números de Prosecco são impressionantes: para o ano de 2022, a produção aponta para quase 1 bilhão de garrafas e um faturamento de 5 bilhões de Euros.

Para ter uma ideia, de quanto os números do Prosecco são importantes, bastaria lembrar que a produção de Champagne gira em torno de 320 milhões de garrafas e que toda a produção vinícola do Brasil, em 2021, foi de 360 milhões de litros, bem menos que metade daqueles alcançados pelo Prosecco.

A exuberância numérica, todavia, não é encontrada na qualidade.


 Pessoalmente acho o Prosecco uma tremenda bosta e somente o bebo quando não há nem água com gás para tomar.

Minhas preferências, todavia, não impedem que o Prosecco continue sua trajetória de sucesso em todos os cantos do planeta.

Resumindo: Quem não tem Champagne vai de Prosecco e estamos conversados....

As denominações do Prosecco são uma zona: Nas etiquetas podem ser encontradas a DOCG, DOC, SUPERIORE, IGT.



A maioria dos consumidores não está nem aí para a denominação.

 Os enófilos querem a garrafa e taça mais barata e não dão bola se o Prosecco é produzido nas colinas de Conegliano, Valdobbiadene, Asolo, Cartizze ou nas planícies que se estendem até o Fruli e nas que quase alcançam a Emilia Romagna.

 Para os consumidores a denominação não faz muita diferença, mas para os produtores importa muito e representa muita grana.


 Como sempre, quando o dinheiro fala mais alto......foi declarada a guerra do Prosecco.

No centro da discórdia está a histórica briga entre os produtores das colinas e os da planície: Há 10 anos os primeiros ostentavam a denominação DOC enquanto os segundos firmavam suas garrafas com a IGT.

O Ministério da Agricultura tentou pôr ordem na casa e introduziu novas regras: A uva do Prosecco passou a ser denominada “Glera” e o Prosecco das colinas passou a ostentar a DOCG enquanto o das planícies a DOC.

As novas regras duraram pouco......os produtores conseguiram burlar as leis e criaram novos consórcios: DOCG Asolo Prosecco, DOCG Conegliano Valdobbiadene Prosecco e DOC Prosecco.

Os produtores de Asolo, Conegliano e Valdobbiadene, não satisfeitos com a denominação DOCG, “reforçaram” suas etiquetas com o termo “Superiore”.

“O termo “SUPERIORE” não existe”, declarou o diretor geral do consorcio DOC Prosecco, assim, mais uma vez, o Ministério da Agricultura foi acionado para aclamar os ânimos e pôr ordem na casa (da mãe Joana?).


Os produtores de Asolo, Conegliano, Valdobbiadene alegaram   que a retirada da palavra “SUPERIORE” favoreceria a “DOC Prosecco” e que não estavam dispostos a assinar um acordo.

Do outro lado, a DOC Prosecco, com o peso de seus 630 milhões de garrafas produzidas (Valdobbiadene, Conegliano e Asolo produzem “apenas” 130 milhões), continuou insistindo para encontrar um novo e definitivo (será?) acordo.

Difícil prever o final do “imbróglio”, mas seja qual for não melhorará a qualidade do Prosecco que continuará sendo um vinho apenas barato e sofrível.

Dionísio

PS Quando afirmo que a vida do enófilo brasileiro é uma merda, não minto nem exagero.

O Prosecco italiano é uma tremenda bosta que custa 3/5 Euros (R$ 16/26)


O Prosecco de araque, produzido pela gaúcha Salton, é uma tremendíssima bosta que custa R$ 35/109



 

terça-feira, 26 de julho de 2022

ALDEIAS MEDIEVAIS 2

 


A parada em Brugnello, bagunçou toda minha programação e o atraso limitou a “exploração” e a atenção que Bobbio merecia.

Chegar nas aldeias italianas e pretender almoçar, depois das 13,30, é quase “missão impossível” e Bobbio não fugiu à regra: não consegui encontrar um restaurante que me atendesse.

A “salvação” foi ter escolhido “Piazza Duomo Cafè” para beber uma taça de vinho.

Ótimas etiquetas, preços acessíveis e tira-gostos sensacionais....



Duas taças de Champagne “ Drappier” acompanhadas de melão com presunto, fatias de omelete, amêndoas, amendoins, pequenos sanduiches de queijo e tira-gostos variados, me aliviaram em 17 Euros.

O local é ótimo, a vista da bela “Piazza Duomo”, idem.


 Bebericando meu Drappier notei que o calçamento da praça e de todo o centro histórico de Bobbio é de ardósia.

Nada de paralelepípedos, asfalto ou bloquetes de concreto, apenas retângulos de ardósia que, de tão limpos, parecem encerados.


Passear pelas tortuosas e silenciosas ruelas de Bobbio já compensa a viagem.

Palácios antigos, monumentos, igrejas medievais, conventos, museus.... Um desbunde.


Visitas obrigatórias em Bobbio: “Ponte Gobbo” (Ponte Corcunda) impressionante obra de engenharia, longa 273 metros, sobre o rio “Trebbia” cuja construção remonta à época romana.

As límpidas aguas do rio Trebbia, creia, são um convite irresistível para um mergulho refrescante neste verão africano.

O “Duomo” (Catedral), igreja românica do século X e a bela praça que a hospeda.



O “Castello Malaspina”, construído no século XIV, como muitos outros é fonte de lendas e o Malaspina, não foge à regra.


 Dizem ser assombrado por muitos fantasmas dos sentenciados que eram jogados e morriam no “Pozzo dei Coltelli” (Poço das Facas).

Eu não vi nenhum, mas muitos juram tê-los vistos passeando sobre a muralha nas escuras noites de Bobbio. 

Não perder a “Abazzia San Colombaro” e seus museus.

A breve e apressada visita não me permitiu “descobrir” Bobbio em sua totalidade.

Reduzi minha parado, pois temia que a nova e interminável série de curvas, que me esperava na nova etapa, atrasasse minha chegada a Vigoleno e.....Finalmente a incrível Vigoleno.


Em Vigoleno duas surpresas: Uma boa e outra péssima.

Comecemos pela péssima....

Impressionado pela descrição e avaliação, do Booking, optei por me hospedar no imponente “Castello di Vigoleno”, bem no centro histórico do “borgo”.

A reserva me aliviou em nada insignificantes 98 Euros.

Ansioso e curioso, por me hospedar em um castelo medieval, me apresentei, triunfante, na recepção.

 A proprietária me dirigiu um olhar piedoso enquanto me comunicava que o quarto reservado era na vizinha “dependace” e que do castelo nem o cheiro sentiria...

A minha acompanhante, enquanto me guiava até o quarto, ostentando o mesmo olhar de compaixão, comunicou que minha reserva não incluía o café da manhã e, se caso o desejasse, deveria desembolsar outros 15 Euros.


Atravessamos a praça, entramos em uma casa decadente, subimos dois lances de escada e finalmente, minha sádica acompanhante, abriu a porta da minha “prisão”.

Quarto esquálido, moveis velhos (não confundir com antigos) televisão de 24”, que para assistir seria necessário usar binóculo e um calor insuportável.



Ao reclamar da temperatura, a proprietária, provavelmente a gêmea de Frau Blucher, do filme de Mel Brooks “Young Frankenstein”, me comunicou, com um sorriso quase sádico, que por módicos 70 Euros poderia me mudar para um quarto com ar condicionado.

https://www.youtube.com/watch?v=zdIID_TGwhM

Sabe quando você percebe que bancou o tonto e o interlocutor faz questão de tratá-lo como um imbecil?

Pois é...... preferi morrer de calor.

A segunda surpresa: A magnifica Vigoleno.


Continua

Bacco

PS. Recomendo um dos inúmeros hotéis da vizinha Salsomaggiore (11 km) que são melhores e mais baratos.

 

  

quinta-feira, 21 de julho de 2022

ALDEIAS MEDIEVAIS

 



Calor africano, invasão de turistas ansiosos, apressados, querendo recuperar os anos na pandemia, estão transformando a Ligúria em um inferno.

Todos os dias incontáveis trens, ônibus, navios, carros, despejam, em Santa Margherita, Portofino, Cinque Terre etc., milhares de pessoas que invadem e emporcalham ruas, praças, praias e todos os lugares por onde passam.

Os hotéis, restaurantes, pizzarias, bares, supermercados são tomados de assalto.

Resultado?

 Os preços de Santa Margherita, já naturalmente vitaminados, ganham ainda mais entusiasmo e assustam até os mais valentes cartões.

Quero fugir da invasão, mas onde não encontrar turistas sentados em banco de praça, lambuzados e comendo pizza em pedaço?


Eureka!

Vou fugir e me “esconder” nos “Borghi” medievais.

“Borghi” são pequenas, minúsculas, aldeias pouco habitadas, (raramente com mais de 1.000 moradores) que aos milhares podem ser encontrados em todo o território italiano.


Nos Apeninos, da Ligúria e Emilia Romagna, há centenas deles de rara beleza e inegável interesse cultural e histórico.

Semana passada, depois de consultar o sempre confiável Google Maps e verificar caminhos, distâncias e temperaturas, resolvi visitar Bobbio, Castell’ Arquato, Vigoleno e Torrechiara.


Uma maleta, algumas roupas, tanque cheio e..... By, by Santa Margherita e comedores de pizza

É sempre bom lembrar que se alguém se interessar em realizar o mesmo itinerário deve gostar de bosques, curvas, estradas estreitas, subidas e descidas sem fim e..... Panoramas de tirar o fôlego.



Os 100 km que separam Santa Margherita de Bobbio parecem poucos e fáceis de superar, mas não é bem assim......

 Algumas dicas sobre o percurso:  em menos de 10 km se vai do nível do mar até 700 metros de altitude, em seguida e depois de descer para “míseros” 230 metros, uma nova subida nos leva até os 1.100 metros de Santo Stefano D’Aveto, nova vertiginosa descida e finalmente estacionamos nos 280 metros de Bobbio.



O experiente motorista sabe que na “montanha russa” deverá enfrentar centenas de curvas e que o percurso recomenda muita paciência e maior cuidado.


Resultado: Para percorrer 100 km e alcançar Bobbio são necessárias, pelo menos, duas horas e meia que, todavia, não me foram suficientes….

 Explicando: Depois da “milésima” curva e bem à minha frente, uma igreja, “pendurada” no cume de uma imponente formação rochosa, provocou súbita e forte freada.

“O que é isso? ”, me perguntei enquanto freava o carro.



O Google Maps, mais uma vez entrou em ação e respondeu: “Isso é Brugnello”.

Uma rápida inversão de marcha, 2 km de subida, percorrendo, mais uma vez, uma estradinha cheia de curvas e finalmente Brugnello.


Ao ingressar no minúsculo “borgo”, de apenas 11 residentes e mais uns 20 proprietários de casa para finais de semanas e férias, tem-se a impressão de pisar em um lugar mágico, fora da realidade e onde o tempo parou.

Casas de pedras, vielas estreitas e tortuosas, ornamentadas e conservadas magnificamente pelos moradores, cadeiras e bancos de pedra, uma pracinha, a igreja do século XI, um pequeno hotel e restaurante ......um panorama de tirar o folego.



Os moradores fixos e aqueles que frequentam Brugnello, nas férias e finais de semana, são quase todos artistas e responsáveis pela estupenda conservação do “Borgo”.


Fora de minha programação, a parada em Brugnello, foi muito gratificante e tenho certeza que voltarei ao “borgo” mais vezes

Continua...

Bacco

Ps. Brugnello é um belo exemplo de onde é possível, na Itália, comprar uma casa por 1 Euro.

O “exílio” dos jovens e a morte dos idosos. transformou milhares de aldeias italianas em “cidades fantasmas”.


Muitas prefeituras, para revitalizar os “borghi” abandonados, adotaram a ideia de “vender”, por preço simbólicos, imóveis vazios que precisam ser restruturadas, assim, casarões e propriedades rurais estão à disposição de quem quer investir na busca de sossego e tranquilidade.

Há muitíssimos americanos, ingleses, alemães e até brasileiros, morando em muitos “borghi” na Toscana, Sicília, Sardenha, Piemonte, Ligúria, úmbria etc.


Caso alguém queira investir, pensando em negócio, há castelos, conventos, igrejas, abadias, antigos palácios etc. prontos para serem transformados em hotéis, pousadas, bares, restaurantes etc. 

segunda-feira, 18 de julho de 2022

SIMPLESMENTE.....VINHOS?

  


Nos dias 1º, 2 e 3 de julho, nos jardins da “Casa Cor de Rosa” da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (ufa... que nome longo) foi realizada a décima edição do “Simplesmente... Vinho? ”

“Simplesmente...Vinho” é evento que se define como uma manifestação independente e alternativa e que reúne vignerons unidos simplesmente… pelo vinho.


Durante os três dias, nada menos que 101 viticultores, de Portugal e Espanha, disseram presentes para apresentar seus produtos aos enófilos.

 O convite, para os três dias, previa um custo de 45 euros e a opção diária 20 euros.

Sei o quanto um evento de vinhos pode ser enfadonho, pedante e pouco útil para conhecer vinhos.

Quando contei para o Dionísio e Bacco (atualmente, cruzando os Apeninos em busca de vilarejos, garrafas e restaurantes) que havia participado de um evento desse porte, os dois malucos, em uníssono, se puseram a rir da minha cara.


Pelo menos é o que lembro da chamada em viva-voz, feita quando eu estava meio bêbado, saindo da FAUP e a caminho de casa.

Mas lembro muito bem que o evento foi realizado em um local bonito, arejado e que privilegiava o contato dos produtores com pequenos grupos de enófilos.

 Entusiasmados, a maioria deles não economizava na hora de encher a minha taça – com a justificada exceção de vinhos raros e caros, cuja produção, às vezes de mil ou duas mil garrafas, seria fortemente afetada caso resolvessem abastecer com fartura os enófilos do salão.

Deixo aos leitores, abaixo, dez destaques das etiquetas que provei na edição 2022 da “Simplesmente... Vinho? ”

*


1. Adega Viúva Gomes – Collares Genuíno Branco (preço médio: 30 euros, sendo que são produzidas apenas garrafas de 500 ml)


2. El Hato y El Garabato – Ecléctico (preço no produtor: 13 euros)


3 e 4. Rita Ferreira &amp - Vítor Claro – Foxtrot (preço médio: 14 euros) e Caparide (ainda sem preço definido)


5. Quinta de Tourais – Lili Pop (preço médio: 15 euros)


6. Constantina Sotelo – Viñas Vellas Etiqueta Blanca (preço no produtor: 24 euros)



7. João Tavares de Pina – Rufia (preço médio: 13 euros)


8. A&D Wines – Curtimenta (preço médio: 10 euros)


9. Quinta de Arcossó – Grande Reserva Branco (preço médio: 19 euros)


10. Entre Pedras – Efusivo (ainda sem preço definido).

*

Se Portugal fizer parte de seu roteiro turístico, nos meses de junho e julho de 2023, recomendo efusivamente a próxima edição da “Simplesmente... Vinho? ”.

A julgar pela edição desse ano, vale muito a pena.

Confira as datas consultando   

https://simplesmentevinho.com/



terça-feira, 12 de julho de 2022

ENÓLOGO DE ARAQUE

 


Se você se apressar e tiver R$ 22.900 sobrando, poderá ainda se inscrever no “Winemaker”Um Vinho Para Chamar de Seu” da vinícola Miolo.

A Miolo, todos conhecem, é aquela empresa especializada em produzir quase-vinhos e tratar os enófilos brasileiros como se tontos fossem.

Há décadas, sempre contando com a ajudas de canetas picaretas e de vida fácil, a Miolo tenta, descaradamente, meter a mão no bolso dos consumidores, sem demonstrar o mínimo pudor ou ruga de preocupação.


A Miolo já utilizou todas as possíveis e impossíveis jogadas marqueteiras de 5ª categoria

Lembra o enólogo francês, Michel Rolland-Lero que, com sua caneta mágica e se bem paga, assinava até garrafas de Biotônico Fontoura?

Sim, aquele mesmo que “inventou”, entre outros insultos à inteligência do enófilo brasileiros, o “Ca-Lote 43” de R$ 268,00 e o “Seis-Ave-Marias” de R$ 1.281,00


Lembra quando a Miolo “importou” o ilustre e desconhecido viticultor, também francês, Henry “Marionete”, para promover o lançamento de seu “Gamay Nouveau” e nos tentar convencer que o vinho gaúcho era tão bom ou superior, até, do que “primo” da Borgonha?

Lembra quando a Miolo, imitando outra vinícola picareta, a italiana “Bisson”, poluiu o Canal da Mancha mergulhando seus espumantes “tremendas-bostas” nas aguas da Bretanha?

Poderia continuar apontando incontáveis tentativas da Miolo em sodomizar o consumidor brasileiro, mas a 7ª edição da “Winemaker Miolo” ultrapassa e pulveriza todas as anteriores:  “Um Vinho Para Chamar De Seu” é o suprassumo da picaretagem vinícola.

A Miolo, ilusionista vinícola, abre as inscrições para a 7ª turma de “enólogos amadores” que será realizada em 4 etapas: poda seca, poda verde, safra, corte e formatura, todas realizadas no icônico (ou será: irônico?)  “Lote 43”.

A Miolo é a rainha do atraso.


Na Europa, a mesma tentativa de tomar dinheiro das trouxas, nasceu e morreu há mais de 20 anos.

A picaretagem era vendida sob vario nomes sendo que o mais comum e apelativo era:  “Adote uma Vinha”.


Depois de alguns anos os eno-tontos europeus e também alguns brasileiros, perceberam que tudo não passava de uma dispendiosa e apelativa massagem ao eno-ego e mandaram as vinhas adotadas de volta aos genitores picaretas.

A Miolo, que adora uma picaretagem, se possível antiga e ultrapassada, tenta reviver o “Adote uma Vinha” e vende seu pesadelo vinícola, ”Winemaker” “Um Vinho Para Chamar de Seu”, por míseros R$ 22.900

Os eno-tontos, que aderirem à pantomina, serão obrigados a se deslocar, em quatro, ocasiões até Caxias do Sul onde cursarão o famoso curso “Miolo-Mole-Enólogo-Amador”

Ao final da maratona aérea, gastronômica, hoteleira e de taxi, o seleto grupo, de abonados eno-tontos, produzirá seu próprio vinho (60 garrafas que) que lhe será entregue após um ano de afinamento em barrique.

É preciso ser um Eno-Pangloss para acreditar que a Miolo, a maior indústria vinícola do país e que produz 10 milhões, ou mais, de garrafas, vá selecionar e afinar, em uma barrique especial e durante um ano o vinho dos eno-tontos.

Aposto meu Barolo Gramolere 2015 que as garrafas já estão prontas aguardando apenas as etiquetas com o nome escolhido pelos eno-palermas.



Muitas surpresas, muitas atrações e muita picaretagem.....

A primeira surpresa: Além dos R$ 22.900 o eno-Pangloss deverá arcar com 4 passagens São Paulo – Porto Alegre e vice-versa.

Consultando as companhias aéreas, o “Fly Me To The Moon” da Miolo, custa, hoje R$ 5.200.


Se você for de Belo Horizonte, Recife, Brasília, consulte os valores....

Teríamos, então, um total de R$ 28.100, valor que divido por 60 apontaria um custo de R$ 468,00 para cada garrafa.

Parabéns, você além de fazer propaganda gratuita para a Miolo, vai pagar quase o dobro do preço, já escandaloso, que a ilusionista gaúcha cobra, em sua loja virtual, por uma garrafa de Ca-Lote 43 (R$ 238,00).


Mais uma coisa: Você conhece algum médico amador, engenheiro eletrônico amador, advogado amador, dentista amador, psicanalista amador, arquiteto amador etc.?

Mais uma: Enólogo não trabalha podando vinhas ou vindimando debaixo de sol ou chuva, enólogo supervisiona os trabalhos nas vinha, desde a escolha da casta até colheita e na adega monitora a produção .do vinho;

Quem trabalha, dando duro nas vinhas, são trabalhadores rurais.  

Parabéns à vinícola Miolo que caga na categoria e inventa o “enólogo amador” e meus pêsames a todos os enólogos que estudaram anos e anos para poder exercer a profissão.

Dionísio