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segunda-feira, 14 de setembro de 2020

JORGE.....MAIS UM ENO-PATRIOTA?


 


Jorge Lucki é um dos raros críticos que merece algum respeito no picadeiro do circo-vinícola brasileiro.

Bons conhecimentos teóricos e práticos, adquiridos em frequentes viagens em territórios vinícolas tradicionais, Jorge é digno de alguma confiança.

Alguma confiança e não total?
 

Sim, alguma e justifico: Lucki, em seus comentários, exagera nos conhecimentos gerais e praticamente comenta todos os vinhos do planeta.
 

 O leque dos territórios, que fazem parte de seu repertorio, vai da Borgonha ao Piemonte, passando pelo Chile, Argentina, Bordeaux, Coonawarra, Napa Valley, Olifants River, Alentejo, Rioja ....Jorge não conhece fronteiras.

Ninguém consegue memorizar, com segurança, o incontável número de informações sobre castas, produtores, terroir, crus, métodos de vinificação, plantio etc. sem a ajuda do mestre Google.

Para dar uma ideia de quão complexo e vasto é mundo do vinho, revelo, a seguir, alguns dados.

 Somente na Borgonha há 562 1er crus.

 Se acrescentarmos, permanecendo ainda na Borgonha, os Grands Crus, Climats, Lieux Dits, seria preciso a memória de 100 elefantes para armazenar o colossal número de informações

Imaginem, então, se alargamos nossos confins até Itália, Espanha, Portugal, Alemanha....

Sem Google não dá!

Ninguém, nem Jorge Lucki, possui cultura vinícola suficientemente vasta para comentar sobre todos os territórios vinícolas do mundo.

Vamos fazer um teste?

Vou citar 10 nomes e você, sem recorrer ao Google, tente acertar se é casta, denominação e a que região, da Itália, pertence.

Avanà, Doux-D’Enry, Ormeasco di Pornassio, Incrocio Manzoni, Fumin, Minutolo, Torbato, Schioppettino, Passerina, Aspirinio.

Acertou quantos?

Se quiser matar de vergonha o “professor” de seu cursinho de vinho (Wset e Entre Copos, inclusos) ou um dos “papas” da crítica vinícola nacional, proponha o mesmo teste e tente segurar as risadas..... Não acertará uma sequer.

Voltando ao Lucki, lembro que em seus comentários ele percorria o mundo, mas ignorava, solenemente, os vinhos nacionais.

Há pouco mais de um ano Jorge vem inserindo, em suas descrições, vinhos nacionais, elogia produtores e enaltece os espumantes do sul.

Falta de assunto?

A Globo cortou a generosa verba de viagens pela Itália, França, Portugal etc.?

É provável.

Em recente artigo Jorge Lucki sai com o quase ufanista cabeçalho: “O Bom Momento do Vinho Brasileiro”.

Não satisfeito com “O bom momento....”  Jorge, continuando sua cruzada em defesa do vinho nacional, testa nossa paciência com outra matéria: “As Diversas Frentes do Vinho Brasileiro”.

Lendo, atentamente, as matérias, percebo que Jorge está sendo “obrigado”, por alguma força maior, a escrever um monte de bobagens recicladas e sem sentido.

Na primeira matéria Jorge comenta que um produtor anônimo afirma: “….Nunca vendi tanto na vida”.

O próprio Lucki sabe que a informação não é confiável pois no Brasil inexistem pesquisas confiáveis.

Interessantíssimo o “boom” de vendas.

 Bataria lembrar que em abril, de norte a sul do Brasil, milhares de litros vinhos estocado e sem comprador foram transformados em álcool gel para ajudar no combate do corona-vírus.

Realmente é um bom momento do vinho brasileiro que finalmente encontrou sua verdadeira vocação.

Tem mais e a matéria continuará
Dionísio

13 comentários:

  1. Quem está sendo transformado em alcool gel é o vinho europeu... finalmente encontrou sua vocação?

    (nem tem sentido transformar vinho em alcool gel no Brasil com todo o alcool de cana que tempos aqui...)

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    1. Na Europa , como em todos os cantos do mundo, a crise pegou fundo e há muito vinho sendo transformado , também, em vinagre. Os vinhos europeus não tem a sorte de poder contar com o alto consumo nem a qualidade do produto nacional. "Nunca vendi tanto....vendi até o carro da minha mulher"

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  2. O pouco vinho no Brasil transformado em alcool gel eram poucas dezenas de litros de vinhos estocados a mais de 10 anos por causa de ações judiciais... (mais marketing do que necessidade...)

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  3. Sua infomação é correta, mas não completa. Em 2019 a Ibravin estimou que havia 240 milhões de litros de vinho estocado e invendidos e 15 milhões de quilos de mosto concentrado nas adegas. O tal "..nunca vendi tanto" é apenas e também , como você alientou, marketing barato

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    1. Isso sim. O "nunca vendi tanto" é comparando com os anos de 2017 a 2019, quando o vinho nacional desabou para 11% do mercado de vinhos finos... eu desconfio que esse "aumento" da participação de 11% para 14% (talvez menos, o ano não acabou...) se deve mais a uma perda de mercado dos "reservados" chilenos devido à alta do dólar do que qualquer outra coisa...

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  4. dos 10 nomes que você citou, acertei 3. qual o meu prêmio? uma garrafa de espumante nacional encalhada?

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  5. Você ganhou uma viagem, só de ida, às vinhas do cerrado de Cocalzinho Cin Cin

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  6. Bom texto.

    O vinho nacional melhorou? Ah, sejamos sinceros...até melhorou um pouquinho vai.

    Mas o problema é que querem fazer nós acreditarmos que esse “pouquinho” já seja suficiente para colocar o Brasil em nível de Itália, França, Alemanha, Grécia, etc...sendo que se analisarmos com frieza, o Brasil provavelmente ainda não está nem no nível do México (sim, o México produz vinhos melhores que o Brasil)! Melhoraram um pouquinho os vinhos e agora querem fazer a gente acreditar que um vinho que não deveria ser custar mais de 50 reais, pode ser vendido por 200, 300, 400 (só pq tem uma garrafa cheia de fru-frus e umas medalhas de concursos toscos). É um preciosismo exagerado e que engana muita gente (a Miolo tem um vinho que custa mil reais, e aparentemente tem gente que compra isso!).

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  7. Perfeito! Se você acha que a Miolo mete a mão o que dizer da Milantino que vende um Cabernet Sauvignon por R$ 1.500 e do Bettu que pede R$ 5.000 por uma garrafa daquele vinho que nem ele sabe com que uva foi produzido?

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    1. Pera aí...Milantino? Tem um vinho de 1500 reais??? hahahahaha, eu queria conhecer e estudar um cidadão que comprou isso

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  8. Notícia fresquinha:

    https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2020/09/14/espumantes-brasileiros-ganham-medalha-em-concurso-frances.htm

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    1. Esse negócio de "medalhinhas" é coisa de produtor de segunda categoria...mesmo na Europa, quando você vai supermercado, sempre aparecem aqueles rótulos de 6 euros com um monte de desenho de medalhas (de concursos que ninguém nunca ouviu falar, mas que tem nomes pomposos). Os produtores Brasileiros agora entraram nessa onda, devem inscrever esses vinhos em qualquer evento meia boca só pra poderem colocar mais umas medalhas que não valem ABSOLUTAMENTE NADA no rótulo.

      Se tem um monte de medalhinhas e notas de críticos desenhadas no rótulo, eu já desconfio. Pode reparar, grande produtores de verdade não ficam "emperiquitando" todo o rótulo de seus vinhos com prêmios inúteis.

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  9. Somos os melhores do mundo......em propaganda enganosa

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