O tragicômico vídeo, dos apresentadores da Rádio Pampa,
poderia ser considerado um belo exemplo do exagerado e ridículo sentimento
bairrista que já faz parte do folclore gaúcho.
Os nossos irmãos do Sul, não todos e ainda bem, acreditam que
o Rio Grande é o paraíso terrestre e que, lá, tudo é melhor, maior,
incomparável.
Acreditem: há um exército de gaúchos que acredita ser, o Bordô,
um grande vinho e que as garrafas da Serra Gaúcha nada devem às francesas
italianas, portuguesas, espanhola etc.
Os palermas da Rádio Pampa devem ter levado uma esmola dos
Valduga, mas, provavelmente, acreditam que o “130” seja realmente superior aos
Champagne.
É o complexo “gauchês” de superioridade que, incontido, aflora
Um dos palermas, no final da patética apologia ao “130” dos
Valduga, não se contém e chama de otário quem compra espumantes importados por
R$ 2.000/3.000 sem saber que o “...melhor espumante
do mundo é vendido no Brasil por menos do que R$ 150”.
O babaca nem sabe quanto custa um bom Champagne no Brasil e
chuta R$ 2.000/3.000.
É preciso salientar que R$ 150 equivalem a 25 Euros e as
prateleiras, das enotecas e supermercados da Europa, estão repletas de ótimos
Champagne que custam 18/30 Euros e que um produto equivalente ao “130” é
vendido por 3/5 Euros.
O mais interessante é que o custo de vida na Europa está quase
proibitivo e o Brasil, de tão barato, se transformou no próprio Éden.
Vamos analisar alguns preços: Filé
mignon 33,90 Euros (R$ 204) o kg, coxão duro 22,90 (R$ 133), ovos ½ dúzia 1,59
(R$ 9,54), leite 1 litro 1,99 (R$ 12), peixe dourada 25,9 (R$ 155), atum 15,90
(R$ 95) e por aí vai.......
Verdura, frutas, frango, porco, arroz, açúcar, café etc.
custam muito mais na Itália e se o Real continuar sua corrida “baixista” em
poucos dias serei conhecido como “Dionizinho-Pão-e-Vinho”:
Vou viver, apenas, comendo pão e bebendo vinho
Sim, meus caros amigos da Rádio-Valduga-Pampa, o vinho é um
dos raros produtos que, apesar do Euro ultrapassar a barreira dos 6 R$, custa
muito menos na Itália do que no Brasil.
Não vou argumentar, basta olhar as fotos.
Qual a razão?
Várias, mas as mais relevantes e que saltam aos olhos (e na
carteira....): Forte consumo, grande produção, muita
concorrência.
O Brasil produz 45 milhões de litros de vinho e 145 milhões
daquele liquido que os produtores, sem enrubescer de vergonha, nos “empurram” goela
baixo (Sangue
de Boi, Sinuelo, Cantina da Serra, Chapinha, Gões, Canção e outras grandes
bostas.....)
A Itália derrama no mercado 5 bilhões de litros
Deu para perceber a diferença?
Produtores de vinhos no Brasil: Pouco mais de 1.100
Produtores de vinho na Itália: Perto de 46.000.
O pior, para os consumidores brasileiros, é que meia dúzia de
produtores domina 90% do mercado, dita normas, preços, comercialização e política
predatória cujo lema é: “Meter a mão sem
dor nem remorso”
Os pequenos viticultores nada representam e já nascem, também,
portadores do “Vírus-Predatórius”.
O vírus ataca, logo após o nascimento e os vinicultores, já no
primeiro ano de vida, acreditam que podem produzir Puligny-Montrachet, Barolo,
Don Perignon, Brunello, Cheval-Blanc e outros ícones da viticultura mundial.
Na comparação, a
qualidade é ridícula, mas os preços praticados nada devem aos grandes e renomados
franceses, italianos, espanhóis, portugueses etc.
Acreditem: A mentalidade predatória dos produtores, aliada à
falta de seriedade e despreparo de nossos formadores de opinião, críticos,
ministradores de curso etc. e finalmente a disparada do dólar, levará o consumo
de vinho, no Brasil, a níveis ainda mais risíveis que os 1,9 litros/anos
atuais.
Dionísio
P.S recebi, há poucos minutos, mais uma notícia alvissareira
que enche de orgulho nossos corações
Tchan, tchan, tchan, tchan....
No famosíssimo concurso
“Sakura Awards 2020” mais dois vinhos brasileiros ganham a medalha de ouro: Na
categoria “Sweet Wine” o insuperável “Vinho Fino Catania Tinto Suave” da
vinícola Mioranza e no tinto seco “ Intenso Marselan” da Salton.
Ninguém segura nossos vinhos........mas até o
Mioranza?
Vão à merda!!!!!
Comprou vinho baseado no sakura awards e fez um harakiri depois contra carteira. Triste.
ResponderExcluirVocês e o Toledinho falam pelos cotovelos. A hora da verdade chegará.
ResponderExcluirA revista Decanter, edição mais recente, destaca vinhos da América do Sul, brasileiros inclusive - Entre Vilas, Pizzato, Thera e Guaspari... Concorda com alguma menção? Já provou algum Sauvignon da Serra Catarinense? Vale a pena?
ResponderExcluirHá bastante tempo não compro vinho nacional nem sob tortura por não concordar com os preços absurdos e somente os provo quando alguem oferece. O Gaspari é uma bosta cara
ResponderExcluirA menção aos vinho brasileiros, na Decanter, foi feita pelo Dirceu Viana Junior. Triste pagar caro por vinho nacional ruim ou continuar nos importados com os preços pornográficos que chegam por aqui...
ExcluirSe procurar, acha, nisso eu discordo de vossa insolencia. Mas haja saco, energia, dinheiro para tentar e achar essas coisas, tem que ir ate la as vezes, viagem longa
Excluir...muita aporrinhacao para um produto tao raro de agradar. Eu nao tenho mais idade para isso.
Estamos ferrados e sem escapatória
ResponderExcluirLink matéria nova:
ResponderExcluirhttps://www.provinho.org.br/a-edicao-da-revista-inglesa-decanter/