Facebook


Pesquisar no blog

quarta-feira, 22 de abril de 2020

PULIGNY - VÍRUS II


Depois de abrir, acidentalmente, uma garrafa de Puligny-Montrachet, quando pretendia desarrolhar uma de Cousiño Macul, meditei longamente e cheguei à conclusão que guardar grandes garrafas, postergando o momento “certo” de degustá-las, é uma idiotice.

A corona vírus, a idade e a saúde, são três “inimigos” que conspiram contra mim.

Depois de algumas reflexões me convenci que meu melhor amigo, no momento, é o saca-rolhas.

Resoluto e avassalador, nos últimos 25 dias, resolvi “atacar” minha adega como um enfurecido Átila das garrafas….Detonei tudo o que me aparecia pela frente.

As fotos não precisam de grandes explicações....

Descrever ou comentar garrafas de prestígio é uma tarefa fácil:  basta seguir o “Método Google” muito utilizado por nossos experts, sommeliers, formadores de opinião e paspalhos em geral

O mais interessante seria, talvez, resumir, através de algumas matérias, o caminho percorrido desde a compra até à taça.

Um pequeno resumo de viagens, impressões, descobertas, alegrias e decepções.

Decidi, então, apresentar uma pequena retrospectiva de minhas andanças e compras pela Borgonha, começando pela Côte D’Or

A minha Borgonha

Não posso afirmar, exatamente, quantas vezes visitei a Borgonha.

 Comecei, minhas três costumeiras “peregrinações” anuais, no início de 2000 e um rápido cálculo me faz crer que as visitas somam quase três dezenas.

Quando digo “Borgonha” não me limito às prestigiosas Côte de Nuits e Côte de Beaune, mas Beaujolais, Côte Chalonnaise, Chablis.....

Depois das primeiras e tímidas incursões comecei a “entender” o território.

 Mais confiante e com um francês menos pior, pude consolidar meus conhecimentos sem necessitar de guias, indicações, formadores de opinião e resolvi, então, focar minhas atenções na Côte D’Or.

Nos primeiros anos, os preços salgados, mas ainda “humanos”, não conseguiram arrefecer meu entusiasmo e a cada visita lotava meu porta-malas de 1er Crus e Grands Crus.

 Rotina de aquisições que continuou até 2015.


 Quase sempre as compras eram realizadas nas adegas dos meus “tradicionais” fornecedores: Jean Claude Bachelet, Sylvain Lagoureau, Paul Pernot, Bzikot, Thomas Morey, Bruno Colin, Lamy Pilot, Ramonet, Maurice Chapuis, Chevalier, Gérard Raphet a mais alguns ocasionais.

Montrachet, Bâtard-Montrachet, Chevalier-Montrachet, Criots-

Bâtard-Montrachet, Bienvenue-Bâtard-Montrachet, Corton-

Charlemagne, Les Dents de Chien, Les Embrazées, La Boudriotte, Les

 Champs Gain, Blanchot Dessus, Les Perrières, Les Pucelles, Le

 Cailleret, Sous le Puits, La Truffière, Blagny e muitas outras 

denominações, passaram pelas minhas taças deixando, quase sempre, 

ótimas recordações.

Quando afirmo “quase sempre” é preciso lembrar que nem todos os 

produtores da Borgonha vinificam com o mesmo cuidado e maestria.

Há, também, aqueles que, por alguma razão, se entregaram mais

 avidamente ao mercado “internacional” e aos modismos (leia-se: mercado 

americano)

Nos, de B&B, pagamos todos os vinhos que bebemos, não frequentamos bocas ou copos livres, não sobrevivemos nem dependemos da esmola de produtores e/ou importadores, não aceitamos convites, passagens aéreas, diárias de hotel etc. para visitar esta ou aquela vinícola e nossas mães já não dão a mínima aos xingamentos.

Uma total independência, então, nos permite descer a lenha, sem nenhum receio de perder alguma boquinha, em quem quer que seja e sempre damos nomes aos bois (ou serão, picaretas?)

Os “bois” do dia são: Bruno Colin e Thomas Morey ambos produtores em Chassagne-Montrachet.

Bacco

Continua....

Nenhum comentário:

Postar um comentário