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quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

CUSTO - MALEFÍCIO




Leio, no “Blog do Jeriel” e com a devida atenção, a escolha de Jorge Lucki, um dos papas da eno-crítica nacional, dos melhores espumantes nacionais.

Lucki, sem dúvida, um dos mais preparados comentaristas vinícolas do país, se lança, com força, no mundo das bolhas nacionais.

Na lista, dos melhores espumantes tupiniquins, algumas surpresas, algumas ausências e algumas redundâncias.

A ausência mais gritante: Espumantes da Valduga.

 Será que João Valduga deixou de engraxar os bolsos de nossos críticos ou, Jorge, assim como eu, acha que os quase-vinhos do João “fanno cagare” (uma tremenda bosta)?

Somente Lucki poderá esclarecer.

As etiquetas onipresentes: Miolo e Geisse.

Melhores espumantes nacionais

Casa Pedrucci Reserva Nature – Preço: R$ 85,90  

Valmarino Nature Champenoise 2013 – Preço: R$ 94,00

Viapiana Natura Champenoise 575 dias – Preço: R$ 95,00

Aracuri Collector Blanc de Noir Nature – Preço: R$ 84,00

Lírica Crua – Preço: R$ 86,30

Miolo Millesime Brut Nature 2015 – Preço: R$ 130,58

Pizzato Nature Champenoise 2015 – Preço: R$ 133,50

Cave Geisse Terroir Nature 2015 – Preço: R$ 189,90 

A presença das duas grandes predadoras nacionais me faz desconfiar que os outros produtores desconhecidos, mencionados no rol, foram incluídos apenas para doarem, à lista, um verniz de imparcialidade e seriedade.


Interessante e oportuna, também, é a escolha da data para a divulgação das preferências do nosso renomado crítico: A proximidade das festas de final do ano.

É notório que historicamente o consumo de “bolhas” aumenta consideravelmente quando Natal e o final do ano se aproximam.

A Miolo, Pizzato, Geisse e Cia. agradecem efu$ivamente a escolha e a data da divulgação.....



PARTE 2

Na lista, nosso crítico mor, abre espaço, também, para, segundo ele “ A melhor relação qualidade-preço existente no mercado brasileiro”.

Na lista “Melhor Relação Qualidade-Preço”, que eu definiria, mais
 apropriadamente, “Relação Custo-Malefício”, Jorge apresenta garrafas
 abaixo de R$ 100

Veja:

Estrelas do Brasil Brut Charmat – Preço: R$ 40,00 

Peterlongo Presence Brut Charmat – Preço: R$ 48,60

Peterlongo Privilege Brut – Preço: R$ 78,00

Don Giovanni Stravaganza Brut – Preço: R$ 65,00

Cave Geisse Extra Brut – Preço: R$ 79,90

Valmarino Brut Tradicional – Preço: R$ 74,00

Guatambú Nature Champenoise 2018 – Preço: R$ 76,50

 A Peterlongo, a única vinícola que produz Champagne fora da Champagne,
mais precisamente no Rio Grande do Sul, com preços superiores  dos  vinhos  da matriz francesa (uma garrafa de “Champagne Elegance Peterlongo”
custa nada módicos R$ 178), é a menina dos olhos do Jorge Lucki que a
menciona duas vezes em sua lista.

Mistério e exclusividade dos grandes entendedores.

Na relação “dos melhores”, os espumantes da Miolo, Pizzato, Geisse superam com folga os R$100: Miolo R$130, Pizzato R$135 e Geisse R$189,90.

Lucki, assim como todos os nossos eno-críticos, não diz uma única palavra,
 não faz um único “senão” aos preços escandalosos de nossos espumantes.

Prefere divulgar uma suposta e duvidosa qualidade e “esquece” de mencionar quanto essa “qualidade” é desproporcional ao preço cobrado.

Estou passando alguns dias em Milão onde aluguei, por 45 dias, um pequeno apartamento.

Comer, todos os dias, nos restaurantes da capital lombarda, só não quebra a banca do ex governador da Paraíba e de seus comparsas.

 Eu, que nunca fui governador e nem ex governador, sou obrigado, então, a cozinhar com bastante frequência.

Há, nas proximidades, de meu endereço milanês, alguns pequenos supermercados que, neste período, realizam promoções de vinhos, doces, panettoni, chocolates etc.

Ontem resolvi comprar algumas garrafas e apesar dos convidativos 9,90
 Euros (R$45,50) do Franciacorta “Berlucchi”, optei pelo Champagne e
comprei 2 garrafas de “Paillette” por Euros 19,90 (R$ 91,50) e 3 de “Joseph
Cuveliers Coeur de Cuvée 1er Cru” por Euros 24,40 (R$ 112,20).

Não vou, pela milésima vez, alertar que nossos vinhos apresentam qualidade
 apenas sofrível e preços estrelares, mas sou obrigado a informar alguns números.

 Um hectare de vinhedo, na Champagne, não custa menos, nem por decreto, que 1 milhão de Euros

Veja: Combien coûte un hectare de vigne En Champagne?


Côte des Blancs : 1.472.200 €/ha
Côte d’Epernay, Grande Montagne : 1.188.900 €/ha
Autres régions (Marne) : 1.040.000 €/ha
Aube : 1.004.100 €/ha

Se os preços das vinhas são estratosféricos o que dizer, então, da uva,
para a produção dos espumante da região, que custa 5/7 Euros o quilo?

 Veja:  

Pour 2018, les prix oscillent en moyenne entre 5,80 euros / 5,85 euros pour les crus périphériques, 6,20 euros / 6,30 euros pour les Premiers crus et 6,90 euros / 7 euros pour les Grands crus”.

Não sei o valor da terra no paraíso das vinhas gaúchas, mas afirmo que as
 uvas Pinot Noir e Chardonnay, com grau BABO 20º, não custam nem R$ 3,00.

Faça as contas e tire suas próprias conclusões.

Reafirmo que somos sodomizados, sem piedade, quando pagamos R$ 189,90 por “Cave Geisse Terroir Nature”, R$ 133,50 por um “Pizzato Nature Champenoise” etc. etc. etc., mas nenhum de nossos valorosos formadores de opinião emite um mísero “pum” contra esta vergonha.

Caso você resolva esperar uma palavra confiável, de critico$, divulgadore$, formadore$ de opinião etc., alertando e condenando esses disparates, vai precisar, se acreditar, de uma ajuda mediúnica quando, em 2314, surgirá uma voz ou caneta séria que mandará a Miolo, Valduga, Pizzato, Geisse etc. finalmente à merda.

Dionísio. 

  

3 comentários:

  1. Considerando os espumantes nacionais, custo x benefício são os charmat vendidos abaixo dos R$ 20 pelas redes de supermercados (não tem como esses espumantes "econômicos" sugeridos pelo Lucki serem 5 a 6 vezes melhores, então...)

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  2. Quando tem festa, compro Cava barato ou um espumante brasileiro de uma cooperativa, que não faz feio e tem preço justo. Não entro nessa conversa desses espumantes brasileiros premiados.
    Salu2

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