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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

QUEM SABE.....SABE 2

 


O “Fara” é um dos primos pobres do Alto Piemonte.

Boca, Gattinara, Ghemme e Lessona, sempre foram os “queridinhos” e mais prestigiados vinhos da região.

Sempre?

Bem, nem sempre....

 Até 2009, a vinícola Dessilani produzia o ótimo Fara “Caramino”, vinho que fazia enorme sucesso em muitos países da Europa e América.



A Dessilani resolveu ganhar muito dinheiro e organizou um esquema de falcatruas para falsificar o Amarone.

Foi pega, processada e perdeu tudo, inclusive o vinhedo “Caramino”.

 O vinho Fara, com a desmoralização da Dessilani, perdeu credibilidade e entrou em declino.

Nunca, porém, tudo está perdido.

As vinhas da Dessilani foram para leilão e um jovem viticultor, Damiano Cavallini, arrematou o lote e hoje, o famoso “Caramino”, já voltou ao mercado.



O “Caramino”, dos Cavallini, custa uma bela cifra (30/35 Euros) e as poucas garrafas produzidas são quase impossíveis de encontrar, mas há outras etiquetas bem mais baratas coma o Fara “Santo Stefano” que me custou 12,50 Euros.

A vinícola, dos irmãos Sergio e Valter Zanetta, não é conhecida como engarrafadora de “obras primas” do Alto Piemonte, mas seus vinhos são bons, honestos e com ótima relação custo-qualidade (o Ghemme deles é ótimo)



O Fara “Santo Stefano” confirma minhas espectativas e se apresenta com bela cor rubi, ao olfato revela sofisticada e interessante fineza, no paladar é seco, harmônico, aveludado e com longo final.

Vale, todos os 12,50 Euros que paguei.

Apenas um porém: Quando bebo sozinho não consigo “secar” a garrafa e deixei para o dia seguinte algumas taças do Fara “Santo Stefano

Decepção total ..... O Fara “Santo Stefano” apresentou um “envelhecimento” precoce, taninos agressivos quase cortantes......Imbebível



Recomendo beber a garrafa do “Santo Stefano” no mesmo dia sem deixar nada para depois....

Voltando à matéria anterior, “Quem Sabe....Sabe”, recomendaria aos viticultores portugueses e norte piemonteses, um estágio no Brasil para aprender como vender vinho.



No Brasil os produtores encontraram algumas fórmulas que lhes permite vender “tremendas-bostas” por preços de Grand Cru.

Os endereços dos “mágicos” são muitos e impossível elencar todos, mas vou tentar indicar alguns dos mais importantes que, com seus inventivos e refinados ilusionismos, fariam morrer de inveja até o mágico mais tarimbado.



Os produtores do “Murganheira”, bom espumante que pode ser encontrado por 17/18 Euros, em Portugal, deveriam se inscrever no curso “Eno- Mandrake” em duas vinícolas brasileiras: Valduga e Geisse.

Na Valduga aprenderão como é possível produzir um espumante medíocre e fazer com que os eno-tontos gastem incríveis R$ 499,00 (94 Euros) para comprá-lo



Produto vendido por Famiglia Valduga

Por:R$ 499,00ou  de 

Após o 1º estágio, na Valduga, os produtores portugueses somente obterão o certificado, “Eno-Mandrake”, após visitar a “Família Geisse” e aprender como vender, aos eno-idiotas, uma garrafa “Magnum”, de um espumante gaúcho, “Cave Geisse 40 Anos-Vintage Nature”, por “sodomizantes” R$ 1.069,90 (200 Euros)


CAVE GEISSE 40 ANOS- VINTAGE NATURE- (1,5 L)-Brasil- Serra Gaúcha

Preço normalR$ 1.069,90


De posse do diploma “Eno-Mandrake” o pessoal do Murganheira, ao voltar a Portugal, tentará hipnotizar os enófilos lusos e vender seu espumante base por 70/80 Euros (boa sorte.....)

O curso “Eno-Mandrake” tem a duração de 27 minutos e custa R$ 27.000.

Caso os produtores portugueses concordem em degustar os espumantes Valduga e Geisse o preço do curso será de apenas     R$ 2,70.



Vamos aguardar o resultado do “Murganheira” de 70/80 Euros para ver se há, em Portugal, tantos eno-tontos como no Brasil

O pessoal do Alto Piemonte deverá visitar outras vinícolas especializadas no ilusionismo da escola “Uri Geller”.



A Lídio Carraro e Milantino optaram pelo método “Uri Geller” por considera-lo mais moderno, eficiente e que pode “entortar” qualquer tentativa de resistência por parte do enófilo brasileiro.

A Lídio Carraro engarrafa um vinho, resolve etiquetá-lo “Singular Nebbiolo” e somente o entrega por hiperbólicos R$ 726,30 (137 Euros)


LidiO CARRARO SINGULAR NEBBIolo

A Partir de:
R$ 726,30


O eno-idiota brasileiro paga, por um insulto à casta Nebbiolo, mais do que o consumidor italiano gasta para comprar 5 garrafas do ótimo Gattinara “Travaglini”.



O método “Uri Geller” é tão poderoso que a vinícola Milantino o pratica, abertamente e com extrema eficácia, para vender seu “Gran Reserva 2005” por estupradores R$ 1.995,00 (375 Euros).

O curso “Uri Geller”, na Lídio Carraro e Milantino, tem a duração de 32 minutos custa R$ 32.000.

Caso os participantes piemonteses aceitem participar de uma degustação, não pagam o curso e recebem, além do diploma, uma caixa de Engov.



Com o diploma “Uri Geller” nas mãos os viticultores de Gattinara, Fara, Lessona, Carema, Ghemme, Boca etc. não terão dificuldades em vender suas garrafas por 80-90-100 ou até mais Euros.

Pena que ao despertar, os irmãos Sergio e Valter Zanetta tenham que vender, como sempre, uma garrafa de seu Fara “Santo Stefano” por 6-8 Euros e os produtores de “Murganheira” entregar seu bom espumante por 8/10 Euros.


O Brasil, dos eno-idiotas, é o sonho de todo viticultor europeu.

Dionísio.

21 comentários:

  1. Parece que Deus fez justiça, aparentemente a milantino fechou as portas no vale dos vinhedos!!!

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  2. Vocês já fizeram algum post sobre primitivo? Não localizei. Tenho curiosidade pra saber a opinião de Dionisio e Bacco.

    Primitivo, seja de Manduria, Puglia ou Salento são os Italianos que mais crescem por aqui. Conquistando os Brazookas.

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    1. Deus me livre! Primitivo é igual Covid, sempre tem uma onda, sendo a maior aquela lançada por um cara da ABS, que endeusou aquele Luccarelli, da garrafa de 3 kilos e a turma ficou louca. Para mim, o único bebível é o ES de Gianfranco Fino, apesar do alcool alto.
      Ps. Não sou o Dionísio. Sou só um enxerido mesmo.

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    2. Fórmula de sucesso para conquistar os BraBACASzookas: super extração, barrica nova, baixa acidez, fruta sobremadura, baixa acidez, alcool e açúcar residual lá em cima.

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    3. Não sou grande fã do Primitivo , pouco bebi e nunca me entusiasmou . É "parente" do Zinfandel

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    4. Seghesio produz Zins interessantes na Califórnia. Mas é apenas para quem é fã. Os americanos adoram. Mas são bem feitos.

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    5. Oi amigos, aqui fala seu amigo connoisseur. Para quem gosta de primitivo ou Zifandel, vinhos mais adocicados, recomendo o Moscatel da serra gaúcha, são vinhos premiados internacionalmente e muito conceituados na ABS. Leve aquela sua pretendida para um jantar com espumante moscatel brasileiro e a noite tem tudo pra acabar bem, se é que me entendem. Tim tim!!

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    6. Os 100% zinfandel não me agradam muito. Entretanto, a Ridge produz diversos vinhos usando zinfandel no corte que são muito interessantes.

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    7. Mas aí você falou de coisa boa. Ridge é outro papo.

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  3. B&B, já provou os vinhos da Borgonha brasileira?

    https://youtu.be/zumztXYsyF0?si=42Q91ksFlYXYgBSE

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  4. Sommelier Italiano da AIS recomenda 5 boas compras: 2 Portugueses, 1 Italiano e 2 Brasileiros

    https://www.itatiaia.com.br/gastronomia/2024/02/22/sommelier-da-dica-de-5-vinhos-bons-e-baratos-para-presentear-em-2024

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  5. É raro ler tanta merda em apenas uma só página . A sommerdier, na Itália, nao trabalharia nem em um de botequim de 5ª categoria
    .

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  6. Sonho em vender vinho no bananal? Só se for sonho de um capitalista sem pena do produto ou alguem muito desavisado. Nossa africa do oeste tem pedigree para cão caramelo, funcionarismo publico, cerveja trincando (de ruim e de gelada), e gasolina com agua na BR 277.

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    1. Só discordo em relação ao cão caramelo… Puta cachorro legal, cara!

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  7. Dionísio esquivou-se de responder à minha pergunta de aonde escolheria para produzir vinho, mas tudo bem..😔 . Eu disse que como questionador, escolheria a Borgonha, mas parece que produzir vinho aqui no Brasil está mais vantajoso, terroir gaúcho produz pérolas..

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    1. Sim, mais vantajoso produzir vinho na "Borgonha brasileira":

      https://youtu.be/zumztXYsyF0?si=42Q91ksFlYXYgBSE

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    2. Em termos de custo de produção e preco de venda, é difícil vencer o Brasil. Custo da mão de obra é baixo (quando não fazem absurdos sinistros como o análogo a escravidão), a região não é cara, imposto rural é baixíssimo, os influencers se vendem barato, tem vários incentivos públicos pro setor por conta do agro, etc... e ainda vendem aquele treco por R$80...R$100...R$200 a garrafa na maior cara de pau. O lucro das vinicolas aqui deve ser alto, nunca vi uma indo a falência ou muito mal das pernas.

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    3. Bem lembrado e para complementar é sempre bom lembrar que a Miolo há 30 anos entregava suas uvas para engarrafadoras e hoje produz 20. Milhões de garrafas

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    4. Produzir vinho no Brasil deve mesmo dar muito dinheiro. Mesmo que os produtores não façam o menor esforço para cobrar preços justos.

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  8. "Perguntado sobre o faturamento do grupo, Miolo esquiva-se duas ou três vezes até revelar o resultado de 2021: R$ 200 milhões. “Entre 2015 e 2018, em razão da crise econômica do país, nosso faturamento chegou a baixar para R$ 130 milhões”, informa em seguida". Fonte: valor econômico em 2022.

    Atualmente, em 2024, devem estar mirando já pra lá de R$250 milhões de faturamento. Lembrem-se por ser "agro", tem inúmeras isenções e benefícios na linha de custos. Não me surpreenderia se já estiverem com lucro bruto na casa dos 100 milhões/ano.

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