No mês que passou foi desmantelada uma quadrilha
franco-italiana que falsificava as mais prestigiosas garrafas da Romanée-Conti.
Quinze pessoas foram indiciadas (duas estão presas) pela
operação denominada “Bollicine” que iniciou em dezembro de 2012 e terminou em
16 de outubro do corrente.
Para que se tenha uma ideia do tamanho da falcatrua e da
quantidade de novos ricos idiotas que perambulam, como zumbis,no mundo das etiquetas caras,
mas que não entendem nada de vinho, informo que, somente no Reino Unido, 7.000 garrafas
de “Romaninho-Conti” repousam nas adegas dos bobões ingleses.
O Romanée-Conti começou sua corrida para a fama em 1780 quando
o arcebispo de Paris, um grande entendedor de vinhos, o classificou: “Aveludado
e Acetinado”.
Hoje o vinho da Côte D’Or, não é mais uma simples garrafa, mas
um símbolo de status para os que, rapidamente, conseguiram grandes fortunas
(novos ricos e velhos idiotas).
Os trambiqueiros sabem perfeitamente que as preciosas garrafas,
que chegam a custar até 55.000 reais, permanecem guardadas durante longos anos
nas adegas, como se fossem lingotes de ouro, mais para causar admiração do que
para serem consumidas.
É preciso salientar, também, que poucos tem paladar treinado
para reconhecer, com segurança, se o Pinot Noir que há nas garrafas é realmente
produzido pela Romanée-Conti ou por outro viticultor da região que vende seu vinho por preços infinitamente mais barato.
Um dos poucos, no Brasil, que possui esse conhecimento é o
Maluf.
Maluf, guarda em sua adega, também conhecida por “Espraiadas-Conti”,
uma das maiores coleções de Romanée-Conti do planeta.
Eu acho que quem gasta R$ 45.000, por uma garrafa de vinho,
merece ser “erabachinado”,
O “Romaninho-Malufado” foi distribuído nos Estados Unidos, França,
Itália, Inglaterra, Suíça, Rússia, Alemanha, Japão e Holanda garantindo, assim,
o Paraguai como porto seguro (rarararararara).
Quem acompanha B&B, desde seu início, sabe que nunca
tivemos papas na língua para acusar quem faz da picaretagem sua norma comercial.
Certa vez informamos que a DESSILANI, vinícola de grande
prestígio, que produzia, entre outros, o ótimo “FARA CARAMINO” fora fechada pela
polícia italiana.
Os picaretas do norte do Piemonte haviam espalhados pelos países
nórdicos 7 milhões de garrafas de Amarone falsificado.
Os vivaldinos engarrafavam um medíocre vinhos francês e o
vendiam como sendo originário da prestigiosa DOCG do Veneto.
Pois bem, Enzio e Nicola Lucca (pai e filho) que falsificaram
o Amarone, na Dessilani, subiram o nível e picaretaram o Romanée-Conti.
Estão em cana!
Dionísio
Dionísio
Bacco e Dionísio,
ResponderExcluirOntem ia postar um comentário, mas acabou sumindo. Vamos aqui novamente.
Eu fiquei lendo seus posts por mais de uma hora e ri muito com tudo. Acho que só alguém com muita perspicácia e inteligência para poder contar os fatos, criticar e investigar a fundo.
Adorei a adega do Maluf, a Espraiada-Conti e realmente acho que vocês tem que continuar no anonimato. O mundo do vinho é um lugar cheio de gente dona da verdade e eu fui muito questionada quando comecei a participar dos eventos. Sinceramente era mais fácil lidar com Direito Internacional, do que com os egos do vinho.
Eu sempre tive meu blog independente, sem anúncios, mas depois de 2 posts, um que falava mal de um vinho brasileiro e outro que comentava sobre um sommelier, fui "aconselhada" a rever o que escrevia.
Mas formador de opinao tem que ter opiniao, nao é?
Agora estou fora do Brasil e sinto muito mais liberdade em comentar o que eu quiser, sobre o que eu quiser.
Infelizmente blog nao rende nada no Brasil, entao os profissionais fazem de tudo para ganhar algo grátis.
Sucesso e saúde sempre!
Abraço,
Alessandra Esteves
www.damadovinho.com.br