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domingo, 24 de novembro de 2013

GRAND HOTEL DES ILES BORROMEES




O casal que deseja realizar uma viagem romântica, fora da mesmice (Paris, Roma, Veneza...), deveria conhecer o Lago Maggiore.

Todo o lado piemontês do lago é espetacular e as aldeias que o margeiam são verdadeiras joias de rara beleza e charme incomum.

Entre todas as maravilhosas cidadezinhas se destaca Stresa que, com sua “Isola Bella”, é a mais espetacular e romântica.

Já escrevi muitas vezes sobre Stresa, as ilhas que pertencem e emolduram seu território lacustre e, para não ser acusado outra   vez de repetitivo, hoje desejo apenas apresentar o fantástico hotel: Grand Hotel des Iles Borromees”.

O hotel foi inaugurado há 150 e desde então é símbolo de elegância e refinado luxo.

Longe de parecer com as faraônicas construções americanas e árabes, feitas sob medida para novos ricos e que me arrepiam com suas arquiteturas “kitsch”, o Grand Hotel des Iles Borromees impressiona pela elegância, pelo sutil toque “vintage”, que lembra antigos e sofisticados filmes, pela riqueza das obras de arte, e por sua impressionante imponência.

As fotos, que adiciono, ilustram com muita propriedade minha afirmação e dispensam um texto mais longo.

Em sua próxima viagem à Itália conheça e curta o Lago Maggiore, Stresa, Isola Bella e especialmente, o Grand Hotel des Iles Borromees”

Bacco

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

CUSPA SE TIVER CORAGEM


Pedi permissão e Dionísio   autorizou  que eu complementasse a matéria “ROMANINHO CONTINHO”.

Conheço suficientemente bem a Borgonha para afirmar que nenhum de seus vinhos deveria custar R$ 45.000, ou mais, mas sei, também, que há uma multidão de chineses, russos, brasileiros, japoneses, americanos etc. que disputa ferozmente e com os bolsos cheios de Euro, as 4.000 garrafas (um pouco mais ou um pouco menos) do mítico vinho.

Os novos ricos chineses, russos, brasileiros e antes japoneses e americanos, não são exatamente lembrados por seus profundos conhecimentos vinícolas; são mais identificáveis pela necessidade de consumir, quase irracionalmente, o que há de mais caro, raro e ostensivo.

A voracidade consumista dos novos ricos, que fazem questão de ostentar seus dólares e Euro, fez aparecer uma enorme indústria do falso.

Produtos Louis Vuitton, Bulgari, Rolex, Dolce & Gabbana, Hublot, Hermes, Cartier, etc. falsificados e quase sempre “Made in China”, podem ser encontrados e comprados em qualquer esquina de todas as capitais do planeta.

 Uma bolsa original da Louis Vuitton custa aproximadamente 1.000 Euro   é falsificada descaradamente e em quantidades exorbitantes.

Para produzir a bolsa, em grande número, é preciso ter uma indústria, maquinas, mão de obra especializada, logística, rede de distribuição etc. etc.

Imagine, agora, como é fácil falsificar o vinho.

Basta uma garrafa, etiqueta, rolha, cápsula, uma caixa de papelão, um tipografo conivente e.…” Voilà le jeux sont fait”.

Investimento de poucos milhares de Euro, um fundo de quintal, lucro fabulosos, a quase certeza que o comprador final somente abrirá a garrafa muitos anos depois e que não descobrirá a fraude.

Quem tem coragem de cuspir um “Romanée-Conti”?

A quadrilha liderada pelos dois italianos foi descoberta e a notícia percorreu o mundo, mas quantos falsários continuam “vinificando” Romanée-Conti, La Tache, Cheval Blanc, Château Lafite, Petrus etc., por aí e impunemente?

Quantos “artistas” fabricam vinhos antigos nos fundos de quintal e os espalham mundo afora?

Há garrafa de Romanée-Conti demais.

É possível encontrar o caríssimo vinho da Côte D’Or em milhares de enotecas, adegas, restaurantes…São muitas garrafas para tão pouca produção.

Acredito que a esmagadora maioria de Romanée-Conti que repousa nas ricas adegas dos novos ricos seja mais falsa que promessa de político.

Fica, todavia, uma consolação:

Ninguém, que beber o “ROMANINHO-CONTI”, vai torcer o nariz, cuspi-lo e deixar o novo rico com cara de bunda

Bacco
 
 

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

ROMANINHO-CONTI


 

No mês que passou foi desmantelada uma quadrilha franco-italiana que falsificava as mais prestigiosas garrafas da Romanée-Conti.

Quinze pessoas foram indiciadas (duas estão presas) pela operação denominada “Bollicine” que iniciou em dezembro de 2012 e terminou em 16 de outubro do corrente.

Para que se tenha uma ideia do tamanho da falcatrua e da quantidade de novos ricos idiotas que perambulam, como zumbis,no mundo das etiquetas caras, mas que não entendem nada de vinho, informo que, somente no Reino Unido, 7.000 garrafas de “Romaninho-Conti” repousam nas adegas dos bobões ingleses.

O Romanée-Conti começou sua corrida para a fama em 1780 quando o arcebispo de Paris, um grande entendedor de vinhos, o classificou: “Aveludado e Acetinado”.

Hoje o vinho da Côte D’Or, não é mais uma simples garrafa, mas um símbolo de status para os que, rapidamente, conseguiram grandes fortunas (novos ricos e velhos idiotas).

Os trambiqueiros sabem perfeitamente que as preciosas garrafas, que chegam a custar até 55.000 reais, permanecem guardadas durante longos anos nas adegas, como se fossem lingotes de ouro, mais para causar admiração do que para serem consumidas.

É preciso salientar, também, que poucos tem paladar treinado para reconhecer, com segurança, se o Pinot Noir que há nas garrafas é realmente produzido pela Romanée-Conti ou por outro viticultor da região que vende seu vinho por preços infinitamente mais barato.

Um dos poucos, no Brasil, que possui esse conhecimento é o Maluf.

Maluf, guarda em sua adega, também conhecida por “Espraiadas-Conti”, uma das maiores coleções de Romanée-Conti do planeta.

Eu acho que quem gasta R$ 45.000, por uma garrafa de vinho, merece ser “erabachinado”,

O “Romaninho-Malufado” foi distribuído nos Estados Unidos, França, Itália, Inglaterra, Suíça, Rússia, Alemanha, Japão e Holanda garantindo, assim, o Paraguai como porto seguro (rarararararara).

Quem acompanha B&B, desde seu início, sabe que nunca tivemos papas na língua para acusar quem faz da picaretagem sua norma comercial.

Certa vez informamos que a DESSILANI, vinícola de grande prestígio, que produzia, entre outros, o ótimo “FARA CARAMINO” fora fechada pela polícia italiana.

Os picaretas do norte do Piemonte haviam espalhados pelos países nórdicos 7 milhões de garrafas de Amarone falsificado.

Os vivaldinos engarrafavam um medíocre vinhos francês e o vendiam como sendo originário da prestigiosa DOCG do Veneto.

Pois bem, Enzio e Nicola Lucca (pai e filho) que falsificaram o Amarone, na Dessilani, subiram o nível e picaretaram o Romanée-Conti.

Estão em cana!

Dionísio

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

LIMONCELLO AZEDO



 

O dia da semana que mais temo é sexta feira.

Há anos, sempre às sextas,   Bacco, Dionísio ,eu e eventualmente alguns amigos, costumamos almoçar nos restaurantes da nossa capital.

A escolha recai quase sempre sobre Gero, Piantella ou Antiquarius que são, unanimemente, considerados os melhores da cidade (o “Da Rosario” foi excluído do nosso roteiro desde o dia em que cobraram de Bacco R$ 9,00 por três fatias de pão).

Meu pavor alcança níveis altíssimos quando a nossa jurássica Liana Sabo anuncia, em sua coluna “Favas (mal) Contadas”, justamente às sextas feira, a abertura de mais um restaurante em nossa cidade.

Todos os restaurantes, que abriram suas portas nos últimos 10 anos e que nos criticamos negativamente, tiveram trágico fim: Trocaram proprietários, nomes, cozinha etc. ou fecharam os batentes.

Exagero?

Cadê, só para citar alguns, I Maestri, L’Altra Toscana, Zuu, Cielo, Viene Qua, Alice, Família Capelli e outra meia dúzia que agora não recordo?


Todos foram, merecidamente, para o espaço quando incorreram no mesmo erro: Muita decoração, muita pretensão e nenhuma cozinha.

Nossa Marcia de Windsor das panelas candangas na apresentação do ‘LIMONCELLO”, último rebento da gastronomia brasiliense, comenta e revela a filosofia da casa.

A leitura deixa transparece, nitidamente, a falta de profissionalismo do casal e aponta, desde já, que o novo local não emplacará 2015.

Os erros de sempre se repetem e se multiplicam sem que ninguém ajude os empresários com uma crítica construtiva e, ao mesmo tempo, ácida.

Lá vai, então, a minha “ácida” colaboração: Não basta ter sido caixa do “Orvieto” há 20 anos e muito menos ter “…participado de workshops com chefes de sua predileção, como Roberta Sudbrack e Luciano Boseggia” para tocar um restaurante.

A primeira bobagem aparece no cardápio:

 “... despontam pratos típicos de regiões turísticas, como Cinque Terre e Costa Amalfitana”.

Nossos jovens restaurateurs desconhecem totalmente a gastronomia italiana e que as cozinhas, das duas localidades, são totalmente diferentes e distantes uma da outra: Ligúria e Campânia não condividem os mesmos molhos.

Erros ridículos e primários inclusive de grafia:

1)       Risoto (o risoto perde, como de costume, um” T” mas para compensar o Barollo, na carta de vinhos, ganha um “L”) de polvo grelhado.

2)           Bacalhau assado ao forno com batatas- ovo de codorna, cebola alho e lagosta com risoto (outra vez…) de abobora e queijo brie,

Nenhum dos dois pratos faz parte da culinária das Cinque Terre e muito menos a da Costa Amalfitana.

Corrigindo e alertando: Risotto é um prato típicos das cozinhas do norte da Itália (Piemonte, Lombardia, Veneto).

Brie é um queijo francês e os cozinheiros lígures e campanos nem sabem que existe.

Será que o bacalhau abandonou Lisboa e se mudou com as batatas assadas para Vernazza ou Amalfi?

Ridículo......

3)       Medalhão grelhado envolto em presunto de Parma com molho de vinho do Porto e mel acompanhado de risoto (again...) parmesão

 

4)       Suave polenta ao molho de linguiça toscana...

 

Cinque Terre e Costa Amalfitana servindo polenta com linguiça toscana e medalhão com presunto de Parma?

A cozinheira precisa urgentemente estudar geografia e gastronomia: Nenhum prato do menu pertence à tradição culinária das regiões mencionadas.

Chegou a hora de escolhermos os pratos.

Mais tragédias anunciadas!

O Steack au Poivre (prato típico de Positano.... Rsrsrsrsrs) sem pimenta, adocicado, péssimo

A minha memória não encontrou nem lembrou de nenhum pior: O steack ao poivre do “LIMONCELLO” é um insulto à receita.

O risotto, que acompanhava o medalhão (frio), já estava pronto desde às 8 da manhã e parecia reboco de parede.

A cozinha do “LIMONCELLO” é primária, ridícula.

O serviço, como sempre, lastimável.

O garçom, sem que ninguém pedisse, foi colocado na mesa o couvert.

Dionísio, desconfiado como sempre, quis saber o preço daquele monte de pão

“Vinte e um reais”, informou o garçom.

O couvert retornou para a cozinha….

Pedimos água com gás.

  Outro garçom, atendendo meu pedido, trouxe uma garrafa.

 No escurinho da sala o esperto funcionário, sem cerimônia nem pudor, abriu ½ garrafa de San Pellegrino.

Quando percebi a “sacanagem” (sim, é pura sacanagem...) quis saber o preço.

O funcionário, sem jeito, quase se desculpando, informou que a água, do santo italiano, custava, módicos, R$ 15.

Pequena conta: Se não tivéssemos devolvido o couvert e a água San Pellegrino, o almoço, antes de começar, já somaria R$ 36+3,60(10%)= R$ 39,60.

Os proprietários instruem os funcionários para depenar, sem dó nem piedade os clientes como se fossem um bando de otários.

O “LIMONCELLO”, quando deixar de ser novidade e mais novo “point” da turma do Instagram e Facebook, iniciará sua lenta, mas inexorável descida para a vala comum onde repousam Maestri, Alice, Cielo, Zuu......
 Bocca