Facebook


Pesquisar no blog

quarta-feira, 9 de abril de 2025

MASSETO OU CAREMA?

 


Nenhuma outra bebida soube se valorizar, imitando com rara felicidade e perfeição o mundo da moda, como o vinho.

O viticultor, mãos calejadas, pele queimada pelo sol, trabalhando nas vinhas, desde o amanhecer até ao entardecer, é figura de um folclórico passado que existe e persiste apenas na mente dos inocentes e otimistas eno-panglossianos.



O produtor moderno se dedica mais às finanças, marketing, conquistas de mercado, expansão etc. e tenta desesperadamente se tornar um Vuitton, Prada, Dior, Zegna etc., das garrafas.

Não há nada que limite ou iniba as tentativas dos famosos e grandes produtores (ética, honestidade, nem pensar…), de enfiar, sempre mais fundo, a mão no bolso dos incautos bebedores de etiquetas que querem, custe o que custar, aparecer nas redes sociais.



Nenhuma outra região vinícola alcançou tão rapidamente sucesso e preços astronômicos como a Bolgheri dos famosos e caríssimos “Supertuscans”.

Os Frescobaldi, proprietários da Masseto-Ornellaia, são, também, nobres toscanos que não conseguem conter o riso ao ver um verdadeiro mar de eno-palermas que continuam fazendo fila para comprar suas insultuosamente caras garrafas.



Toscana Rosso IGT “Masseto” 2017 - Tenuta Masseto

995,00 €


Os eno-palermas, escravos-Instagram, gastam verdadeiras fortunas para fazer um “selfie” enquanto bebem uma taça de Masseto (1.000 Euros), Ornellaia (220 Euros) ou condimentam uma “caprese” com “Olio dell’Ornellaia” (30 Euros ½ litro), mas será que sabem o que estão bebendo ou usando para olear a salada do Peppino di Capri?



Difícil saber, mas o que aparece, na documentação, mostrada pelo “REPORT”, confirma que, também, os Frescobaldi, da Ornellaia-Masseto, compraram 30.000 litros de vinho a granel da já velha conhecida e manjada “Cantine Borghi”.

Pois é.... os eno-palermas-Instagram acreditam que os Supertuscans da Ornellaia-Masseto, conforme está escrito no contra etiqueta da vinícola, são produzidos com uvas provenientes de vinhedos próprios e vinificadas em suas adegas em Bolgheri.



Na realidade 30.000 litros, “importados” por 2/3 Euros cada, são incorporados à preciosas garrafas que serão vendidas por 60-200-1.000, ou até mais, Euros.

Você, experto enófilo, pensará: “Como e possível transformar uva de qualquer região, ou até de mesa, em um Supertuscan? ”



A pergunta será respondida pela “Vinicola Vedovato Mario”, sediada na cidade Trebaseleghe (Veneto), que com trabalho “sartoriale” (sob medida) reproduz, na cor, aroma, gradação alcoólica etc. qualquer vinho que lhe seja encomendado.

https://www.vinicolavedovato.com/

Leia:

Un ascolto attento

Nella fase iniziale ci confrontiamo con te, raccogliendo tutte le informazioni necessarie per tradurre le tue richieste in un prodotto dalle caratteristiche ben definite. Per questo, ti incoraggiamo a condividere indicazioni il più possibile specifiche sulle caratteristiche analitiche e organolettiche che il prodotto finale dovrà avere.

.

 

UMA ESCUTA ATENTA

Na fase inicial vamos nos encontrar para colher todas as informações necessárias para poder satisfazer suas demandas e realizar um produto com características bem definidas. Para isso o encorajamos a compartilhar indicações mais especificas possíveis sobre as características analíticas e organolépticas que o produto deverá ter no final.

Na realidade o que acontece no caso específico da Masseto-Ornellaia?

A famosa vinícola de Bolgheri compra 30.000 litros de vinho da “Cantine Borghi” que em seguida os envia à “Vinicola Vedovato Mario”.

A Masseto-Ornellaia, por sua vez, despacha, à “Vedovato”, algumas garrafas, de seus produtos, as quais serão analisados nos laboratórios da “Vedovato”



Depois de minuciosa análise das amostras da Masseto-Ornellaia, os competentes químicos da “Vedovato” iniciam a manipular os 30.000 litros da “Cantine Borghi”.

Depois de alguns dias, de meticulosos experimentos, provas, correções, finalmente os vinhos, de 3/4 Euros da Borghi, ganham uma nova identidade: “Supertuscans”.



Terminada a “clonagem” o vinho, de 3/4 Euros, volta, em caminhões cisternas, para Scandicci , em seguida viaja até Bolgheri onde será engarrafado, etiquetado e vendido por 30-40-60 ou, quem sabe, por até 220 Euros.

Se o eno-palermas-Instagram acreditam que somente as duas vinícolas toscanas os enganam, com suas dispendiosas garrafas, erram mais uma vez: Muitas etiquetas “Vinho-Moda” praticam as mesmíssimas picaretagens

Quer saber quais? Procure conhecer quais são os clientes da “Cantine Borghi” e “Vinicola Vedovato Mario” e.... Esqueça o Masseto de 1.000 euro, vá até os “Cantina Produttori Nebbiolo di Carema” onde, pela mesma quantia, você compra 50 garrafas do ótimo Nebbiolo “Carema”.



Garanto, que após o primeiro gole de Carema, até o mais ferrenho eno-palerma-Instagram votará ao normal e mandará os vinhos-moda à  #8%*£p

Dionísio

 

39 comentários:

  1. Fico pensando se esse cambalacho também é feito na França com os grandes Bordeaux e Borgonhas

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não precisa pensar muito. Todas as famosas e caras etiquetas são falsificadas por pilantras profissionais ou na própria vinícola. Poucas , pouquissimas escapam.

      Excluir
  2. Dionísio, essa matéria que assistiu chegou a sacudir o negócio do vinho pela Itália? Qual a repercussão, escândalo semelhante à fraude de Chianti?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A repercussão foi grande , mas os nobres toscanos sabem como se proteger (advogados expertos) e sabem, também, que o eno-palerma vai continuar comprando suas garrafas, assim como a Vuitton que, apesar das milhares de falsificaçoes, continua vendendo normalmente suas horrendas e caríssimas bolsas

      Excluir
  3. Se bem que, pensando melhor, o termo “Supertoscano”parece ser mais um apelido do que uma doc. Cada um faz o vinho que quiser e o consumidor que pague pelo preço.. seja qual for a lambança, não configura uma fraude!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Engano seu. Existe a Bolgheri DOC com rigidas (kkkkkkkk) normas . "Supertuscan" é apenas mais uma jogada de marketing

      Excluir
  4. Ate hoje so vi novo rico e puxa-saco de novo rico comprando/tomando super tosco no cano. So trouxa.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Verdade. E tem uma praxe tb, jogador de futebol que não entende nada de vinho, chega na Itália e o primeiro salário em euro monta adega repleta de masseto, solaia, sassicaia, etc.

      Excluir
  5. Gostaria de sugerir um tópico: um algum vídeo do YouTube, Gero Fasano, em uma entrevista informal, pergunta ao seu profissional de bar quais são as opções para beber, prontamente o profissional diz que tem vinhos argentinos ou chilenos… Gero retruca: Pelo amor de Deus, me faz um gin-tônica! Claro, que o corte repercutiu negativamente, com defensores desses vinhos redigindo verdadeiras manifestos em defesa das regiões… pouco depois, num vídeo maior, Gero, com seu sommelier-escalador-quixotesco, explica que prefere vinhos envelhecidos (franceses ou italianos) àqueles que são comumente consumidos prematuros de tais regiões. Prefiro vinhos com algum tempo, pois acrescentam maior personalidade ao vinho. Recentemente, degustei um douro 2018 e a experiência abriu meus olhos para a questão do envelhecimento. Creio que com a vivência dos editores, poderiam acrescentar algumas linhas sobre o tema.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Há várias matérias sobre o assunto. Veja: https://baccoebocca-us.blogspot.com/2018/07/velho-ou-jovem.html

      Excluir
    2. Não dá para negar o legado de Rogério Fasano, o Gero hoje. Restauranter que aos trancos e barrancos sobrevive, mesmo após transplante..assisti aos dois vídeos, pura jogada de marketing pessoal. Opinião pessoal de restauranter vale pouco, sempre muito patrocinada e repleta de autopromoção. Ótima matéria sugerida de 2018, momento de consumo de um vinho, para mim, define uma pessoa que adquiriu algum bom conhecimento sobre o mundo do vinho de uma que não.

      Excluir
    3. Como pode perceber, não sou editor do blog, mas gosto de desenvolver os assunto dos comentários.
      Sua prova do 2018
      envelhecido na garrafa foi boa, eu também uso dessa tática para alguns vinhos, mas certo “limite de idade” deve ser respeitado para a grande maioria. 15, 20 anos? Vinho antigo costuma ter o mesmo gosto generalizado.. avance nesse território por algumas vezes com vinhos de categoria para comprovar isso.. poucas nuances de terroir serão percebidas, o sabor e volume de boca serão quase sempre pouco satisfatórios. Não estou dizendo da repercussão de suas publicações.. que serão ótimas, rsrs..

      Excluir
    4. Acho que já esgotamos o assunto "vinhos velhos" , Veja mais esta : https://baccoebocca-us.blogspot.com/2018/07/velho-ou-jovem-ii.html

      Excluir
  6. Hahaha olha aí o "renomado" guia internacional

    https://exame.com/casual/os-12-melhores-espumantes-brasileiros-eleitos-por-renomado-guia-internacional/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O guia De$botado$, ou De$leixado$, como queiram, vive de propagandas devidamente pagas. Pagou? Até o Pérola Suave ganha "merdalha"

      Excluir
    2. O problema não é o descorchados distribuir medalha pra vinho ruim, o problema é toda imprensa chamar ele de "renomado". Hehehe

      Excluir
  7. Acabo de receber esse email da Mistral, que achou Bacco? O vinho em questão custa R$3.500.

    Mundus Bacillus Terrae, a mais preciosa parcela do vinhedo
    Adrianna, o único Grand Cru da América do Sul
    Eleito o Melhor Vinho da Argentina pelos Guías Descorchados 2025 e 2024, o espetacular Adrianna Mundus Bacillus Terrae de Catena Zapata foi o primeiríssimo vinho da América do Sul a merecer os máximos 100 pontos do guia, com sua safra 2021. E para completar o feito, voltou a repetir os mesmos 100 pontos na edição de 2025 com a safra 2022, que ainda não foi lançada. Um verdadeiro vinho de terroir, o Mundus Bacillus Terrae é elaborado com uvas plantadas em uma minúscula parcela, localizada a quase 1500 metros de altitude, com solo muito rico em carbonato de cálcio e fósseis marinhos. O vinho, nas palavras de James Suckling é “um duelo impecável entre pureza e concentração”. Trata-se de um Malbec com uma impressionante gama de perfumes florais e de frutas silvestres, que é equilibrado por um refrescante toque mineral no palato. É um vinho que redefine o nível máximo de qualidade do vinho sul-americano — capaz de evoluir por décadas, e que todo colecionador deveria ter em sua adega.

    As camadas de calcário, bem drenadas e naturalmente férteis, são especialmente ricas em rizobactérias — microrganismos benéficos que ajudam as raízes das videiras a lidarem com o estresse e a absorverem nutrientes de forma mais eficiente nessas elevadas altitudes. Por isso, a parcela foi nomeada como Mundus Bacillus Terrae, ou “micróbios elegantes da terra”. Um dos grandes vinhos do mundo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pensar que as vinícolas Grand Cru francesas não explicam um nada.. mal têm redes sociais, coitadas

      Excluir
    2. Essas empresas avaliadoras de vinhos entraram em desespero junto com os importadores,literalmente

      Excluir
    3. É por isso que cada vez mais consumo menos vinhos e mais Champagne, prazer garantido sem muita entubada

      Excluir
    4. Ué, mas quando Champagne deixou de ser vinho?

      Excluir
    5. Entendeu certinho o que eu quis dizer mas está dando xilique.. entendo.. ok, estou preferindo beber vinho branco espumante que seja Champagne a qualquer vinho tinto, branco ou espumante.

      Excluir
    6. Quem está acostumado a beber Champagne sabe escrever corretamente. Parece não ser o seu caso.

      Excluir
    7. Acalme-se companheiro, sou cheio de defeitos

      Excluir
  8. Desculpe, mas não consegui ler até o fim... vomitei. Estou esperando para ver quando a E$culhambado$ falar do Pérgola

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bacillus, microbio... isso é vinho ou yakult???

      Excluir
    2. Vinho ou Yakult? Não tem nada de errado a menção da importância os microrganismos para as videiras.

      Excluir
  9. Toma essa Bacco!

    Quem não gosta de pergola é "girador de taça" e até o sommelier do Fasano admira o vinho.

    https://veja.abril.com.br/coluna/al-vino/por-que-muitos-ainda-torcem-o-nariz-para-o-vinho-mais-vendido-no-brasil/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Haha essa matéria do pergola está DEMAIS

      Excluir
    2. “Apesar de ser um vinho de mesa, ele tem qualidades. Sabemos que os giradores de taça torcem o nariz, mas nosso foco é o consumidor”, diz Quintus.

      Kkkkkkkkkk agora nessa parte o Bacco deve ter que tomar 3 Isordils:

      É possível dizer que lembra um Lambrusco (vinho italiano frutado e adocicado) sem o frisante. “A Isabel aporta aroma de uva e doçura, a Bordô a cor, exatamente o que espera o consumidor desse tipo de vinho"

      Excluir
    3. Não entendi, além do fato de um ser frisante e o outro não, é alguém absurdo comparar dois vinhos mais simples e adocicados? Lambrusco e Pergola?

      Excluir
    4. Quem defende o Pérgola é um babaca ou um picareta ..... O Quintus é ambos

      Excluir
    5. Pergunta de leigo: Pergola é muito diferente do vinho Primitivo di Manduria por exemplo? Pergunto porque são ambos doces e tintos.

      Excluir
    6. .......Pergunta de gozador barato. São exatamente iguais, inclusive a Campestre exporta quase toda a produção para a Puglia onde o vinho nacional é engarrafado e depois vendido com a etiqueta "Primitivo di Mnduria"

      Excluir
    7. Ele vende mais porque é mais barato ou é mais barato porque vende mais?

      Pérgola vende mais porque o consumidor sabe reconhecer a qualidade do vinho e seu ótimo custo-benefício. É uma combinação certeira.

      https://www.otempo.com.br/blogs/paulo-navarro/2024/suave-como-a-noite

      Excluir
  10. Olha isso, B&B! Respira fundo e boa leitura.

    Nebbiolo, a famosa variedade italiana que está se multiplicando no Brasil

    https://veja.abril.com.br/coluna/al-vino/nebbiolo-a-famosa-variedade-italiana-que-esta-se-multiplicando-no-brasil/

    ResponderExcluir
  11. Acho que a Marianne Piemonte , por seus limitados conhecimentos vinícolas, deveria mudar o sobrenome....Maranhão seria mais apropriado

    ResponderExcluir
  12. Bacco, seus leitores mais antigos tinham mais intimidade com a língua portuguesa. Atualmente está difícil entender boa parte dos comentários. Geração Paulo Freire?

    ResponderExcluir