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segunda-feira, 2 de março de 2020

O HOMEM DAS LATAS





O carnaval acabou, finalmente.

 Palhaças e palhaços, suados e cansados, retornam à dura realidade e enfadonha rotina.

Os (as) “artistas” já não se agarram uns aos outros, nem mais se beijam, fazendo pose, quando uma câmera aparece.

 Os desesperados do “carnavalesco-sexo-virtual”, esperam que todo o suor, cansaço, rebolado e promiscuidade, tenha servido, pelo menos, para prolongar a notoriedade um pouco mais do que os costumeiros 2 minutos.

Duvido.

Enquanto aguardava, ansioso, o retorno à “normalidade”, recebi duas fotos e percebi que os palhaços continuam, agora, nas adegas, pulando, cantando e faturando...... o carnaval não acabou.


O Rebola, que desistiu de continuar bancando o pateta, em concursos internacionais, onde aprendeu (pelo menos isso) que sua presença era tão marcante quanto a do campeão maranhense de curling em um campeonato mundial da modalidade, retorna à sua especialidade: Faturar como garoto (nem tanto) propaganda de vinícolas e importadoras.

Pagou?

 Rebola, como muitíssimos colegas de profissão, assina até vinho de jabuticaba.

Vejam as fotos.

Tocante, cheio de sinceridade é o trecho em que, nosso eterno quase campeão, afirma: ”..... e foi com bons olhos que vi a chegada dessa novidade ao mercado brasileiro….”

Traduzindo: “...e foi com bons olhos que vi a possibilidade de faturar uma grana com o vinho enlatado...”

Outro trecho emocionante e cheio de ternura: “......Assinar um produto inovador, com total autonomia na seleção e elaboração do mesmo; vinhos adaptados a essa apresentação e proposta, porém pensados em detalhes, para entregar qualidade aos paladares mais experimentados”.

Algumas informações adicionais: O vinho em lata não é uma inovação e um bom sommelier deveria saber que a “inovação” nasceu em Modena em 1982

Para entregar qualidade aos paladares mais experimentados?

Tá brincando ou tá de gozação.

Quer transformar tremendas-bostas em 1er Cru?

Espero ver o Rebola abrindo e servindo as suas latas inovadoras para os “paladares mais experimentados” (sem risos, por favor....)


É sempre bom lembrar que rebola, entre-copos-e-tapas, ameaçou processar B&B quando indaguei o quanto havia levado para elogiar o Talento da Salton, o Marselan e o Barbera da Perini.

Revoltado, indignado e contando com o apoio de inúmeros seguidores-zumbis, me bloqueou…tive insônia durante 22 segundos.


Passada a revolta e a animosidade gostaria que nossos formadores de opinião, informassem, por exemplo, quantas garrafas de “...uma aberração de tão bom” da Pireneus há na adega do Beato Salu e quantas de Barbera Perini repousam nas entranhas da mansão do Rebola.

Espero com indisfarçável ansiedade os enlatados do “Homem de Lata” e acredito que agora e graças à seriedade de no$$o$ profi$$ionai$ do setor, o consumo de vinho no Brasil, finalmente, decolará e alcançará incríveis 2,1 litros/ano per capita.

Dionísio.


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