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segunda-feira, 6 de março de 2017

TRASCAMPANAS SAUVIGNON


 


Os finais de tarde são sagrados para os italianos.

Nas grandes, médias e mesmo nas pequenas cidades, depois das 18 os bares são tomados de assalto: É chegada a hora do tradicional "aperitivo".

Os "aperitivos" dos italianos, petiscos variados, embutidos, queijos, pizzas em pedaços, salgadinhos, salsas etc., são quase sempre regado com vinho branco, tinto, rosé, ou espumante.
 
 
 

Não importa a cor, mas o vinho é sempre o preferido.

A opção "2" é a bebida da moda: Spritz.
 

No Brasil, onde a cultura não é vinícola (o preço não permite o consumo diário), o pessoal ataca de cerveja: O Brasil é cervejeiro.

Eu, que não bebo cerveja nem sob tortura, quando quero tomar uma taça de vinho, em Brasília, preciso encontrar alguns amigos para dividir uma garrafa.

Locais para beber uma taça, em nossa capital, são raros, caros e os mais recomendáveis continuam sendo o "Piantas" na 403 Sul e "Brilho" no Gilberto Salomão.
 
 

Tarde de sábado, sol e calor intensos.

Resolvi melhorar as estatísticas do consumo vinícola e convidei um amigo para dividir uma garrafa na enoteca "Brilho".

Enquanto esperava meu convidado pesquisei, nas prateleiras da loja, à procura de algo interessante e que não inviabilizasse, definitivamente, meu debilitado cartão de crédito.

"Trascampanas Sauvignon 2012"!

Um estalo e uma grata lembrança.

Há alguns anos havia provado, na mesma "Brilho", um "Trascampanas Verdejo" e o vinho espanhol me deixara de queixo caído.

A vinícola "Bodega Gótica", ilustre desconhecida, no Brasil, produz alguns brancos memoráveis.
 
 

A boa lembrança do "Verdejo Trascampanas" me fez esquecer, momentaneamente, meu pouco entusiasmo pela casta Sauvignon e resolvi pedir uma garrafa do "Trascampanas Sauvignon 2012"

Um dos mais interessantes Sauvignon (Loire excluso) que já bebi!

No "Trascampanas" não há o insuportável cheiro de urina de gato e, menos ainda, o enjoativo aroma de maracujá que domina os Sauvignon de quinta categoria do Novo Mundo
 

 No "Trascampanas" há, sim, aromas florais discretos, sofisticados e acredito ter percebido leves notas de salsão.

Na boca, o vinho, se apresentou mineral, com ótima estrutura, elegância, nada enjoativo ou cansativo, características presentes na maioria dos Sauvignon do Novo Mundo que me fizeram quase odiar a casta.

O "Trascampanas Sauvignon 2012" desceu tão bem que resolvi comprar 6 garrafas para reabastecer minha esquálida adega.

Uma boa briga serviu para baixar o preço: os originais R$ 118 "desceram" para razoáveis R$100.
 
 

Razoáveis R$100 quando e se comparados aos R$ 90 do deplorável Bueno Bellavista State Miolo Branco ou do aos insultuosos R$ 105 do Sauvignon da catarinense Pericó.

Sauvignon Trascampanas, vinho que recomendo com entusiasmo.

Bacco

14 comentários:

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