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quarta-feira, 8 de maio de 2024

TAGLIATELLE AL VINO


 

Semana passada, um leitor, com uma ponta de nostalgia, lembrou antigas matérias (2003/2010) em que B&B criticava, sem dor nem piedade, os templos, da então, “gastronomia” candanga.

O certo seria escrever “GASTO-NOMIA”, pois as panelas de Brasília nunca mereceram, nem do mais benevolente crítico, um voto de excelência.



Aventureiros, funcionários públicos aposentados, empresários, ex presidiário, dondocas, cozinheiros de 5ª categoria, socialites, etc. acreditaram que as panelas brasilienses poderiam abrir as portas (de saída?) do glamoroso mundo estrelado Michelin

Estrelas?

Nem pensar... não conseguiram nem uma lua minguante, mas desacreditaram, para sempre, as frigideiras da capital.



Se alguém tentar recordar quantos restaurantes abriram e fecharam as portas, nos últimos 20 anos, na capital brasileira, precisará da ajuda de uma eficiente calculadora....

Hoje os paladares de Brasília são torturados em estabelecimentos administrados por antigos maitres, garçons, sommelier, ajudantes de cozinha etc. justamente daqueles restaurantes que fecharam as portas.



Se os paladares dos brasilienses são “torturados” o que dizer, então, dos bolsos candangos?

Depenados, esvaziados, estuprados, violentados…

Escolha qual adjetivo preferir…. Não errará, nunca.

Acredite: para almoçar ou jantar, em Brasília, se gasta mais do que nos restaurantes da sofisticada e exclusiva Santa Margherita Ligure, uma das localidades turísticas mais caras da Itália.



Meu dinheiro não é capim e deixar R$ 300 na mesa, de um dos restaurantes administrados pelos ex funcionários dos finados “Gero”, “Porcão”, “Piantella”, “Piantas”, “Alice”, “Cielo”, “Viene Qua”, “Antiquarius” etc., não é exatamente meu mais recôndito e irresistível desejo, assim, quando quero comer algo diferente (uma ou duas vezes por semana), ativo minhas lembranças de viagens, entro na cozinha e tento reproduzir receitas que me impressionaram.



No último final de semana resolvi realizar uma receita de “pasta”, muito interessante, que provei em uma ”trattoria”, bem popular, nas proximidades de Gavi.

Antes de continuar é preciso informar que, na Itália, os endereços gastronômicos se dividem, basicamente, em três categorias: osteria, trattoria, ristorante.

“Cantina” (adega em italiano) é uma invenção brasileira.

Na adega se produzem e se estocam vinhos e na Itália ninguém, a não ser Drácula ou seus descendentes, come em “cantina”



As “trattorie” são locais simples, informais, decorações rusticas, que propõem pratos fortemente ligados à culinária local ou regional.

É justamente nas “trattorie” e “osterie” onde, com frequência, encontro pratos baratos, interessantes e inusitados (várias destas receitas podem ser revistas pesquisando antigas matérias de B&B).

É preciso informar que, no almoço, a clientela das “trattorie” e “osterie” é composta basicamente por trabalhadores, bancários, funcionários, vendedores etc.

Para cativar e seduzir a freguesia são oferecidos menus fixos cujos preços contidos raramente ultrapassam os 10-12 Euros.



A fórmula: 1 “primo” (prato de massa) + 1 “secondo” (peixe ou carne) +uma taça de vinho da casa = 10/12 Euros.

A “Trattoria del Borgo” propunha, para aquele almoço, uma receita de massa que jamais havia experimentado: “Tagliatelle al Vino”

INGREDIENTES PARA 4 PESSOAS

300/350 gr de tagliatelle (italianas, se possível)



1 garrafa de vinho tinto encorpado, mas pouco tânico



Queijo ralado, salsinha, sal



PREPARO

Leve uma panela, com agua, ao fogo, adicione um punhado de sal grosso, deixe ferver e em seguida junte a massa.

Enquanto a massa cozinha (normalmente 10-12 minutos), em uma frigideira de bordas altas, derrame o vinho tinto (utilizei um Merlot chileno) e leve à ebulição.



Deixe o vinho ferver durante 3 ou 4 minutos até a total evaporação do álcool e adicione, em seguida, uma concha da água de fervura da massa.

Coe e jogue a massa  na frigideira do vinho, adicione o queijo ralado (Parmigiano ou Grana), misture bem e sirva, sem esquecer de  juntar mais um pouco de queijo e a salsinha picada.



Receita simples, mas de grande efeito visual e gustativo.

Para beber?

Um belo tinto….Barbera, Dolcetto, Chianti ou outro qualquer, mas nunca as deploráveis e caríssimas garrafas nacionais.

Bacco

PS. Para não deixar "barato" resolvi prepara este antepasto que era o Pièce de Résistance no restaurante dos meus avós 



Dia desses publico a receita...

quarta-feira, 1 de maio de 2024

FLY ME TO THE MOON

 


Quando jovem tinha a sensação de tudo poder, sensação que me fazia transpirar presunção e vaidade.

A juventude fornecia aquela certeza de um poder sem limite e de que nada, ninguém, poderia deter minha caminhada



Praticante de judô, com muitas vitorias em torneios regionais e recém-chegado a Brasília, resolvi abrir uma academia que em pouco tempo se transformou no “point” dos praticantes de artes marciais da capital.

A presunção e a onipotência chegaram a tal ponto que uma tarde resolvi visitar a academia, recém-inaugurada, de nosso maior judoca, daqueles anos: Lhofei Shiozawa.



 Minha intenção era testar a força de Shiozawa e, quem sabe, tentar vencê-lo.

Quimono vestido, cumprimentos de praxe e... “desafiei”, para um treino, o campeão Pan-americano.

Não recordo quantas vezes, em menos de dois minutos, Shiozawa me fez “voar”, mas lembro que, naquela tarde e durante muitos anos, minha presunção de invencibilidade se estabilizou em níveis normais.

Foi preciso que Lhofei Shiozawa me ensinasse a cantar Fly Me To The Moon” para que eu “caísse na real”.

https://www.youtube.com/watch?v=1mREXqk0FeQ

O que tem o judô, Shiozawa e a “Fly Me To The Moon” com vinho, gastronomia, eno-turismo etc.?

Muito!

Já perceberam o quanto algumas pessoas são insuportavelmente presunçosas quando resolvem revelar, durante uma reunião, jantar, encontro, confraria, etc. seus profundos conhecimentos vinícolas?

Não há saco que aguente.....



O pior é quando o eno-presunçoso, desfilando um rosário de aromas, sabores, retro gostos, terroir, barriques, toneis, potencialidade de guarda, harmonizações, estruturas etc. etc. etc. acredita, piamente, que sua “cultura” vinícola hipnotize e encante a plateia.

 A vaidade não permite que o eno-chato perceba o enfado e bocejos dos presentes que, quase sem esperanças, aguardam o fim da narrativa para beber, tranquilamente, uma taça de vinho.



A eno-presunção e um dos piores e insuportáveis “defeitos” do enófilo.

Semana passada, ao escrever a matéria: “O Enófilo Brasileiro é Antes de Tudo um Forte”, surgiu um Shiozawa das vinhas que deu um “Ippon” em minha presunção vinícola.



Morei no Piemonte anos a fio, explorei inúmeras DOC e DOCG piemontesas, fiz das vinhas e vinhos locais minha “pièce de résistance”, degustei e comentei garrafas que pouquíssimos enófilos brasileiros conheciam e já acreditava tudo saber.

Lembram da canção “O Bom” de Eduardo Araújo?

Pois é.... “...ele é o bom é o bom é o bom...” seria o refrão mais apropriado para a minha mais nova e insensata presunção: A presunção vinícola.



Tudo ia bem, mas eis porém que de repente (Piston na Gafieira).....Albarossa, Arneis, Avanà, Baratuciat, Barbera, Becuet, Bian Ver, Bonarda, Bussanello, Cari, Caricalasino, Cortese, Croatina, Dolcetto, Erbaluce, Favorita, Freisa, Gamba di pernice, Grignolino, Malvasia, Malvasia di Schierano, Malvasia moscata, Montanera, Moscato, Nascetta, Nebbiolo, Nebbiolo di Dronero, Neretto di San Giorgio, Pelaverga, Pelaverga Piccolo, Quagliano, Rossese bianco, Ruchè, Slarina,  Timorasso, Uva rara, Uvalino, Vespolina.......

Ao ler a relação, das 38 castas autóctones do Piemonte, que serão degustadas em Alba no dia 26 de maio, constatei, estupefato, que não conhecia e nem tinha ouvido falar de nada menos do que 13 delas.

Em nome de Fufluns!

Eu, “O Bom”, desconhecia quase 35% dos vinhos elencados.

Nunca havia ouvido falar de Baratuciat, Becuet, Bian Ver, Bussanello, Cari, Malvasia di Schierano, Malvasia Moscata, Montanera, Neretto di San Giorgio, Pelaverga Piccolo, Quagliano, Slarina, Uvalino.



Encontrei consolo quando, livre de toda presunção, me auto absolvi “Tudo bem, tudo bem... é impossível conhecer todas as variedades…. ”

Mesmo após a “absolvição” uma nuvem de depressão despontou em meu horizonte vinícola, mas prontamente desapareceu quando me perguntei: “Se você não conhecia a Baratuciat, Becuet, Bian Ver, Bussanello, Cari, Malvasia di Schierano, etc.  Imagine quantas centenas de outras variedades não fazem parte do repertorio dos sommelier, críticos, influencers, jornalistas, diretores da AB$”

Uma moderada presunção pediu licença para voltar à minha mente...

Resumindo....

Listas, concursos, guias, influencers, críticos, revistas, sommelier, comentando, indicando, analisando, pontuando etc. os melhores espumantes, tintos, rosados, brancos, da França, Portugal, Espanha, Itália, Chile Nova Zelândia, Argentina, África do Sul....fuja imediatamente é pura picaretagem; ninguém conhece todos os vinhos do mundo para saber qual o melhor ou pior.



Já é difícil conhecer todas as variedades do Piemonte imagine, então, ser íntimo das castas do mundo todo.

Confie em você, em seu nariz, paladar, seu repertorio e....seu bolso.

Bacco

quarta-feira, 24 de abril de 2024

ISORDIL - PLASIL

 


Antes publicar a presente matéria consultei o departamento jurídico de B&B e todos os 27 advogados recomendaram:

Leia com cuidado!!!!!



Antes de ler é preciso tomar 1 comprimido de Plasil e 1 de Isordil.



Boa sorte...

Na Itália, qualquer trabalhador, mesmo um varredor de rua, pode, sem estuprar sua frágil conta bancária, participar de eventos vinícolas em qualquer região da Bota.

Gastar 15/20 Euros, duas ou três vezes por ano, para quem ganha 1.100/1.300 Euros por mês, não leva ninguém à falência.



 

No Brasil, todavia, se um trabalhador resolver participar de um evento, de uma importadora ou vinícola, precisará deixar nas mãos dos predadores 30% - 40% de sua renda mensal.

Para dar uma ideia, da importância dos eventos, feiras, encontros, degustações e eno-turismo em geral, na Itália, pesquisei e encontrei algumas notícias que deixarão os enófilos brasileiros “contentíssimos”.



Saiu a nova edição de “Cantine d’Italia 2024” (Vinícolas da Itália 2024)

A nova edição, de “Cantine d’Italia”, em seu conteúdo, elenca, descreve e indica nada menos do que 852 vinícolas, que podem ser visitadas (Cantine Aperte) e 4.640 vinhos oferecidos nas degustações



  O preço?

O custo médio dos eventos é de 20,17 Euros sendo que a região Toscana apresenta a tarifa mais alta: 22,17 Euros.

Ficou com vontade de dar um pulo e visitar algumas vinícolas gastando 20 Euros?

Pena.....você está atrasado



Nos dias 23 e 24 de março a Go Wine patrocinou, em Alba, o evento “I Grandi Terroir del Barolo”.

Para degustar os 43 Barolo, dos 17 produtores abaixo elencados, você precisaria desembolsar 25 Euros.

 


🍷 ANNA MARIA ABBONA – Farigliano
Barolo del Comune di Castiglione Falletto 2020
Barolo Bricco San Pietro 2020
Barolo Riserva Bricco San Pietro 2016

🍷 BOASSO – Serralunga d’Alba
Barolo del Comune di Serralunga d’Alba 2020
Barolo Lazzarito 2020

🍷 BOLMIDA SILVANO – Monforte d’Alba
Barolo Le Coste di Monforte 2020
Barolo Bussia Vigna dei Fantini 2019



🍷 BRICCO MAIOLICA – Diano d’Alba
Barolo del Comune di Diano d’Alba Contadin 2020
Barolo del Comune di Diano d’Alba Contadin 2018

🍷 CASCINA CHICCO – Canale
Barolo Rocche di Castelletto 2020
Barolo Riserva Ginestra 2017

🍷 CASCINA GAVETTA – Novello
Barolo 2019
Barolo Corini Pallaretta 2018

🍷 DOSIO VIGNETI – La Morra
Barolo del Comune di La Morra 2020
Barolo Fossati 2020
Barolo Serradenari 2020

🍷 FORTEMASSO – Monforte d’Alba
Barolo Castelletto 2019
Barolo Riserva Castelletto 2017

🍷 MANZONE PAOLO – Serralunga d’Alba
Barolo del Comune di Serralunga d’Alba 2020
Barolo Meriame 2020
Barolo Riserva 2018

🍷 MANZONE GIOVANNI – Monforte d’Alba
Barolo Castelletto 2019
Barolo Gramolere 2019
Barolo Riserva Gramolere 2016



🍷 DIEGO MORRA – Verduno
Barolo del Comune di Verduno 2020
Barolo Monvigliero 2020

🍷 PIAZZO COMM. ARMANDO – Alba
Barolo Valente 2020
Barolo Sottocastello di Novello 2020
Barolo Riserva Sottocastello di Novello 2016

🍷 GUIDO PORRO – Serralunga d’Alba
Barolo Santa Caterina 2020
Barolo Lazzairasco 2019

🍷 REVA – Monforte d’Alba
Barolo 2020
Barolo Cannubi 2020
Barolo Ravera 2019

🍷 REVERDITO – La Morra
Barolo Ascheri 2019
Barolo Castagni 2019
Barolo Riserva 2016

🍷 SAN BIAGIO – La Morra
Barolo Capalot 2019
Barolo Galina 2019
Barolo Riserva Bricco di San Biagio 2018



🍷 SORDO – Castiglione Falletto
Barolo Ravera 2020
Barolo Gabutti 2019
Barolo Perno 2019

 Ficou com água na boca?

Não queria aumentar sua tristeza, mas meu lado sádico venceu, então.....

 


Vinícola Brasília abre as portas para o público

Publicado em 18/04/2024 - 10:05 Liana Sabovinhos



A inauguração geral será no aniversário de Brasília, em 21 de abril. Na oportunidade, o público poderá conhecer os novos rótulos produzidos pelo empreendimento

A expansão da vitivinicultura no Distrito Federal tem feito com que os olhares do país se voltem para os vinhos da cidade. Visando fomentar ainda mais esse cenário nasceu a Vinícola Brasília, um empreendimento composto por 10 vinhedos da cidade Casa Vitor, Ercoara, Horus, Marchese, Miro, Monte Alvor, Oma Sena, Alto Cerrado, Villa Triacca e Vista da Mata, com equipamentos e maquinários de uso comum para a produção de vinhos.

A partir de 21 de abril, o espaço, localizado no PDADF, estará aberto ao público, com a apresentação de cinco novos rótulos, além do aclamado Vinho Monumental Syrah, lançado em 2023 e reconhecido como um dos 16 vinhos mais representativos na Avaliação Nacional de Vinhos da safra do mesmo ano em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul.



Os outros rótulos são: o Rosé Pilotis, um blend das uvas Syrah e Tempranillo com aroma delicado de cereja, ameixa e maçã; o Sauvignon Blanc Cobogó, vinho intenso e aromático com pera, melão, goiaba, figo e notas de arruda e broto de tomate; o Malbec Syrah Croqui, vinho tinto encorpado que harmoniza bem com carnes vermelha, suína, massas e queijos fortes; o Malbec Alvorada, vinho tinto encorpado amadurecido 18 meses em barricas de carvalho, com grande potencial de guarda; e o Syrah Alvorada, vinho tinto encorpado e amadurecido 12 meses em barricas de carvalho e fácil de harmonizar com uma grande diversidade de pratos, em especial carnes, aves e queijos fortes e maturados.



Para participar da inauguração é preciso adquirir o ingresso que custa R$ 440 (por pessoa), à venda no site. O evento será das 16h às 20h, com direito a visita guiada, vinhos da Vinícola Brasília, bufê Sweet Cake e água. Não está inclusa a degustação do Vinho Monumental.

“Além de produzir vinhos excepcionais, a Vinícola Brasília está comprometida em oferecer experiências enoturísticas memoráveis para seus visitantes. Tours pelos vinhedos, degustações guiadas, cursos de vinhos e eventos especiais estão sendo cuidadosamente planejados para celebrar não apenas o vinho, mas também a rica herança cultural dos pioneiros que ajudaram a moldar a história da região”, enfatizam os sócios.

 


Algumas informações: Em Alba, para degustar 43 Barolo você precisaria gastar 25 Euros (R$ 138)

Em Brasília, para servir de cobaia bebendo os vinhos produzidos no “Terroir dos Cupins”, você vai ser aliviado em nada módicos R$ 440 (80 Euros)

Consumo por capita Itália = 27,8 litros/ano

Consumo por capita Brasil = 2 litros/ano


 Um sincero obrigado aos nossos importadores e “PPP”

Dionísio


domingo, 21 de abril de 2024

O ENÓFILO BRASILEIRO É, ANTES DE TUDO, UM FORTE

 


Parece que a última matéria, escrita por Dionísio, “A Dois Passos do Paraíso”, despertou muito mais revolta contra os preços das “desgustações” das importadoras do que os valores dos vinhos nacionais praticados pelos P P P” (Produtores Picaretas Predadores)

Falha minha por não ter aprofundado meus conhecimentos e consequentemente quase nunca ter dedicado algumas linhas sobre a escancarada picaretagem que importadoras e “P P P” praticam quando promovem patéticas “desgustações”.



Há, todavia, uma justificativa para minha declarada ignorância.

 Nos anos 1990 era assíduo frequentador de eventos das importadoras (lembram da finada Expand?), da AB$ e dos “P P P”, mas aos poucos e já então, percebi que estava bancado o idiota.

Preços elevados, quantidades microscópicas, vinhos banais, eram as normas e regras que norteavam, naqueles anos, os eno-eventos.



Enterrei, definitivamente, as “desgustações” em território nacional, quando, no final dos anos 1990, comecei a frequentar eventos similares na Itália.

Não lembro quantas feiras e encontros de vinhos frequentei.

Todas as semanas e em todas as regiões havia (e há) um festival de Barolo, Barbera, Champagne, Soave, Sangiovese, Gattinara, Boca, Timorasso, Pigato, Chablis, Verdicchio, Incrocio Manzoni, Grignolino, Brunello di Montalcino e um infinidade de outros vinhos, que podiam ser degustados, à vontade e sem limites, por 10/15 mil das finadas Liras



  Foi então que, parafraseando Euclides da Cunha, me convenci que o O enófilo brasileiro é, antes de tudo um forte.....mas solenemente enrabado



Não quero me prolongar sobre os já sobejamente conhecidos absurdos praticados pelos “P P P” e importadoras, mas posso afirmar, com absoluta certeza que há, na Itália, todas as semanas e em todas as regiões, centenas de eno-eventos onde se pode beber, até cair, por 15/20/30 Euros.



Exemplos: As ruas Alba, no domingo 26 de maio, serão invadidas por dezenas de barracas para a realização de “A Festa dos Vinhos Piemonteses”

No evento, 90 produtores oferecerão, em degustação,  40 vinhos produzidos com as variedades autóctones piemontesas :Albarossa, Arneis, Avanà, Baratuciat, Barbera, Becuet, Bian Ver, Bonarda, Bussanello, Cari, Caricalasino, Cortese, Croatina,



 Dolcetto, Erbaluce, Favorita, Freisa, Gamba di pernice, Grignolino, Malvasia, Malvasia di Schierano, Malvasia moscata,



 Montanera, Moscato, Nascetta, Nebbiolo, Nebbiolo di Dronero, Neretto di San Giorgio, Pelaverga, Pelaverga Piccolo, Quagliano, Rossese bianco, Ruchè, Slarina,  Timorasso, Uva rara, Uvalino, Vespolina.



O custo do evento, com degustação ilimitada: 18 Euros (15 Euros se o convite for adquirido online).

Caso o enófilo seja fã dos vinhos toscanos, no dia 4 de maio, poderá visitar a bela e medieval aldeia, Castiglion Fiorentino e participar do “Valdichiana Wine Festival”.

No festival poderão ser degustados 200 vinhos dos seguintes produtores:

1.     Badini – CASTIGLION F.NO
2. Maestà Santa Luce – CASTIGLION F.NO
3. Tenuta Frassineto – AREZZO
4. Licinia – LUCIGNANO
5. Faralli – CORTONA
6. Tanganelli – CASTIGLION F.NO
7. Polezzi – CORTONA
8. La Pievuccia – CASTIGLION F.NO
9. I Vicini – CORTONA
10. Mariottini Wine – AREZZO
11. Podere Marella – CASTIGLION DEL LAGO
12. Santa Vittoria – FOIANO
13. Tenuta Angelici – CORTONA
14. Mazzeschi – CASTIGLION F.NO
15. Tenuta al Moro – CETONA
16. Buccelletti – CASTIGLION F.NO
17. Cantagallo – CORTONA



18. Poggio alle Monache – ASCIANO
19. San Luciano – MONTE S. SAVINO
20. Pie di Colle – CIVITELLA VALDICHIANA
21. Podere della Bruciata – MONTEPULCIANO
22. Canaio – CORTONA
23. Baldetti – CORTONA
24. Arnaldo Rossi – CASTIGLION F.NO
25. Baracchi – CORTONA
26. Carpineta – SINALUNGA
27. Mezzetti – CORTONA



28. Tiberini – MONTEPULCIANO
29. Vegni – CORTONA
30. Aggravi – SARTEANO
31. Duca della Corgna – CASTIGLION DEL LAGO
32. San Leo – AREZZO
33. Palazzo Vecchio – MONTEPULCIANO
34. Poggio Mori – SARTEANO
35. Poggio Pietroso – MONTE GABBIONE
36. Schiantolo Vini – MONTEPULCIANO
37. Podere Paradisino – MONTEPULCIANO
38. Cantina Mancini – MARCIANO

39. Fattoria Brena – CORTONA



40. La Peschiera – SARTEANO
41. Buccia Nera – AREZZO
42. IViti – CORTONA
43. Alfredo e Giovanni Speranza – CORTONA
44. San Ferdinando – CIVITELLA
45. Poggio Sorbello – CORTONA
46. Il Sosso – LUCIGNANO
47. Boscarelli – MONTEPULCIANO
48. Tenuta la Cella – AREZZO
49. Eredi Trevisan – CORTONA

Preço do ticket: 15 Euros (degustação ilimitada)

Caso o enófilo queira beber de tudo um pouco (ou muito...) dia 14 de abril (já era....) poderia ter visitado a belíssima Ferrara, participar, desembolsando apenas 12 Euros, do evento: “Calici di Primavera” (Taças de Primavera) e degustar os vinhos dos produtores:

Luca Bottura (Lombardia)- Distilleria Ceschia (Friuli Venezia Giulia)
La Vinarte (Abbruzzo) -De Riz (Veneto) -Nepos Villas (Veneto)
Angelo Maffione (Puglia) -Ca Bindola (Emilia Romagna)
X PRESE (Veneto) -Castiglia (Sardegna) - Poderi San Lazzaro (Marche)



La Source (Valle d’Aosta) - Vitevis – Ca’ Vegar (Veneto)
Simone Capecci (Marche) - Tenuta Vitalonga (Umbria)-                    Paesano Liquori (Sicilia) - L’Altracantina (Sicilia)
Nebbia e Sabbia (Emilia Romagna) - Chàteau Vrai Canon Boucè (Francia)



Louis Vallon (Francia) - Chàteau Martino (Francia)- Domaine Pavelot (Francia)
Chàteau Bèlingard (Francia) - Domus Hortae (Puglia)
La Pescinella (Toscana) –Corte Mamaor (Veneto)





Silvio Carta (Sardegna) - La Follonica (Marche)l
Tenute Mokarta(Sicilia) – Valsorda Winery (Lombardia)
Tirapelle (Veneto) – Camoi (Veneto) – Vigne al Colle
Mascarello (Piemonte) - Liquorificio La Culma (Piemonte)

Se o amigo enófilo correr, poderá participar, de 25 até 28 de abril, na estupenda San Quirico D’Orcia, do “Orcia Wine Festival” e degustar os grandes vinhos dos produtores:

Atrivm, Bagnaia, Campotondo, Capitoni Marco, Dirimpettaio,



 Donatella Cinelli Colombini, Fabbrica, La Canonica, La Grancia di Spedaletto, La Nascosta, Olivi – Le Buche, Palazzo Massaini, 





Podere Albiano, Poggio Grande, Roberto Mascelloni, Sampieri del Fa, Sassodisole, Tenuta Sanoner, Val d’Orcia Terre Senesi, Vegliena.

Preço da degustação ilimitada?

 1 dia = 18 Euros, 2 dias = 30 Euros

 Poderia continuar elencando dezenas e dezenas de feiras, festivais, eventos, encontros etc. de vinho, que todos os finais de semana invadem as ruas e praças, das cidades e aldeias italianas.

 Os enófilos, além de degustarem, o quanto o corpo pode aguentar, ganham uma taça e uma sacolinha com o nome do evento.

É preciso salientar que 15/20 Euros, preço médio praticado nos festivais, representam menos de 2% do salário mínimo italiano

Bacco

 Continua