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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

JANTAR DOM PÉRIGNON



“Você tem algum programa para segunda feira dia 22?”

O telefonema de Maurilio, chef e proprietário do estrelado “La Ciau del Tornavento”, em Treiso, me pegou de surpresa.

“O único compromisso, às segundas, é dar um descanso ao meu fígado”, respondi.

“Então esqueça seus problemas hepáticos.... Dia 22, a partir das 20 horas, a Dom Pérignon dará um jantar no “La Ciau” e eu estou lhe esperando”

A Dom Pérignon e “La Ciau de Tornavento” há dez anos realizam o jantar e, por inúmeras razões, sempre declinei o convite do Maurilio.
 

Desta vez, não deu e no dia 22, exatamente na hora marcada, entrei no belíssimo “La Ciau del Tornavento” onde Nadia, sócia de Maurilio, sorridente me recebeu.

Uma pequena pausa no relato.

Maurilio e Nadia já não são meninos.

Maurilio se aproxima dos sessenta e Nadia, bem... mulher não tem idade!

Maurilio deve ter passado, seguramente, mais de 40 anos pilotando panelas e fogões e quatro décadas são mais que suficiente para um chef de cozinha não aguentar nem olhar para uma frigideira.

O entusiasmo já não é tanto, o cansaço fica sempre mais evidente, o corpo não reage nem se recupera tão bem e o chef quase sempre passa a representar, na sala, o papel de cozinheiro: se transforma em  personagem de si mesmo.

Uma prova disso, para quem mora em Brasília, é o Rosário: O Rosário, há anos, se veste de cozinheiro, mas sua roupa, impecavelmente limpa, revela que é um ex cozinheiro que mantém confortável distância das panelas.

Maurilio, não, Maurilio continua na luta com o entusiasmo de um aprendiz e não para de inventar e melhorar seu restaurante.

A nova “invenção" e prova da constante busca do melhor: A expansão da adega do “La Ciau”.

 

 Nadia e Maurilio expandiram a adega (a expansão ainda não terminou) que agora conta com um espaço moderno, belíssimo, confortável e dotado até de elevador.

 A nova adega abriga, além das 64.000 unidades, sofás, cadeiras e uma confortável mesa, que Maurilio batizou: “mesa dos 12 apóstolos”.

Na mesa dos “apóstolos” 12 convivas poderão almoçar ou jantar cercados por milhares de garrafas de puro sonho.

Além de etiquetas famosas , há na mesa da nova adega, uma enorme garrafa Balthazar com 12 litros de Château D’Yquem.

O preço?

Não é tão alto assim.... Qualquer diretor da Petrobras pode, sem enrugar a testa, desembolsar módicos 40.000 Euros para bebê-la, no “La Ciau”, ou presenteá-la à um político de confiança.

O entusiasmo e o orgulho do Maurilio, são evidentes até no brilho de seus olhos e, enquanto  percorre a adega,  revela os projetos futuros.

O entusiasmo é o segredo da longevidade da estrela Michelin que o “La Ciau del Tornavento” ostenta desde sempre.

Amanhã comento o jantar.

Bacco.

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