Li, com a costumeira atenção e interesse, a matéria, de Bacco,
“Timorasso? Adeus....”
A sensibilidade, das grandes vinícolas, para farejar e
perceber, com precisão milimétrica, os bons negócios, é somente comparável ao
faro dos ursos polares que captam a presença de uma foca, enterrada na neve, a
2 km de distância.
A atual “corrida”, às vinhas de Timorasso, em nada difere de outras recentes, ou mais antigas, na busca de lucro fácil e rápido.
Algumas?
Bolgheri dos “Supertuscans”, Franciacorta e seus espumantes,
Etna seus ótimos tintos e brancos .... Onde há cheiro de sucesso e lucro fácil,
chegam os predadores e, quando chegam....salve-se quem puder.
Os preços, em pouco tempo, dobram, triplicam e alcançam a
estratosfera.
Quando isso acontece, não são poucos os que, assim como Bacco,
voltam de porta-malas vazio e partem para outras localidades livres da praga predatória.
Alguém pode argumentar: “Sim, mas chegará o momento em que não haverá para onde
correr”.
Pode ser, mas é improvável.
Alguns dados estatísticos revelam uma tendência, mas descartam,
para os próximos 100 anos, o não ter para onde correr.
As empresas vinícolas italianas, em 2010, eram 383mil e, agora, em 2022 são
“apenas” 255mil
A superfície média,
das propriedades vinícolas italianas, em 2010, era de 1,6 hectares e hoje subiu
para “impressionantes” 2,5 hectares.
O que significam os números acima?
Significam que não há predadores em quantidade suficiente para
“devorar” centenas de milhares de pequenos e ótimos viticultores que continuarão
produzindo joias raras por preços justos, humanos.
Para cada Timorasso “bombado” sempre haverá um Torbato, Costa di Sera dei Tabacchei (Erbaluce), Gamba
di Pernice, Freisa, Susumaniello, Avanà, Incrocio Manzoni, Torgiano, Marzemino,
Asprinio, Ghemme, Lessona e centenas de ótimos vinhos que não estupram
nossos cartões....
Seguido a filosofia “bacconiana”, são sempre mais raros, em minha adega, vinhos de grandes e caras etiquetas.
O espaço foi ocupado por garrafas baratas, quase desconhecidas,
mas de ótima qualidade e bom preço.
Ainda ontem, abri uma garrafa de Susumaniello
2018, da vinícola “L’Astore”,
O Susumaniello L’Astore, me
convenceu que posso muito bem viver e beber bem sem estuprar minha conta
bancaria.
O Susumaniello se apresentou
com uma carregada cor rubi, aromas de frutas, onde sobressaia a ameixa e uma interessante
presença de especiarias.
Na boca, complexo, harmônico equilibrado, taninos presentes,
mas perfeitamente integrados e um interessante longo final.
Um vinho da Puglia que precisa ser (re) descoberto, não pelos predadores,
mas pelos enófilos refinados e inteligentes e que custa 15 Euros.
Enquanto houver alguma inteligência haverá um belo e barato
vinho para alegrar nossos cálices.
Dionísio
Predadores sao como os politicos; odeiam um consumidor mais educado. Nenhum desses supracitados vai diminuir em numero tao cedo ou tarde, no entanto, nao obstante, sem mais delongas subscrevo-me. Com meus melhores cumprimentos.
ResponderExcluirMuitos tupiniquins e tupinanbás, gostariam de passar o desprazer de não beber um Timorasso( pra mim é igual caviar) mas, poder optar por outros também de bom nível e mais em conta.
ResponderExcluirConsidere-se um privilegiado Dionisio
Concordo que tenho algum privilégio, mas prefiro considerar me um que sabe escolher sem dar bola para falsos críticos e tendências
ResponderExcluirMiolo enlouqueceu?
ResponderExcluirVinho Sesmarias em pré venda, primeiro lote, de outubro a dezembro de 2022, para entrega em julho de 2024(será que estarei vivo até lá?) A caixa com 6, com desconto de 55%,, sai a 3.598,90.
No segundo e no terceiro lote, o desconto se reduz, para 40 e 30% respectivamente.
Ô loco meu!
Esqueci. Valor sem desconto da cx com 6: R$7.999,00
ResponderExcluirnão enloqueceu. Ela sabe que sempre haverá otários que acreditam que a Miolo pode produzir algo parecido com vinho
ExcluirO louco é quem compra. Quem vende está mais do que ligado.
ResponderExcluirMesmo com os preços altos cobrados pelos vinhos importados no Brasil, com 1.200 compro ótimos Franceses, Italianos, Espanhóis, Portugueses etc. E ainda sobra um troco.
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