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quarta-feira, 6 de setembro de 2017

SAFRA 2017


 


Na primavera européia, mais precisamente em abril, resolvi passear, por alguns dias, pela Borgonha.

As desculpas foram as de sempre: rever amigos e conhecer novos produtores.

Desculpas esfarrapadas.....  Amigos, tão íntimos assim, não tenho nenhum e minha preguiça em procurar novos produtores é mais que notória.
 

O verdadeiro motivo: Rever e passear pelas as vinhas da Côte de Beaune, beber diversas taças dos soberbos vinhos locais e comprar algumas caixas dos melhores brancos do planeta.

Ao alcançar, Puligny Montrachet, percebi que a safra 2017 não seria das melhores.
 

Entrei em Puligny Montrachet bem depois do entardecer e tive a impressão que, por uma falha técnica, o GPS me levara até Londres.

 Uma neblina espessa cobria todo o território.

  Ao descer do carro entendi que a neblina, na verdade, era uma imensa camada de fumaça.
 

O "fumaçê" provinha dos incontáveis fogos provocados pelos viticultores que tentavam gerar calor e proteger as vinhas das geadas que prometiam castigar os vinhedos.

Chamou minha atenção um artifício: Os produtores, antes de atear fogo, molhavam com água os fardos de palha provocando muita fumaça e pouca chama.
 

A nuvem de fumaça cobria as vinhas e doava um pouco de calor às parreiras geladas evitando o congelamento dos brotos e cachos.

Quem agiu rapidamente e "defumou" as vinhas, salvou grande parte das uvas, mas quem bobeou vai engarrafar pouco ou nada.
 

Voltando da viagem, pela "polar" Borgonha, passei pelo Piemonte e encontrei situação igual ou pior: O gelo queimara muitíssimas vinhas.

Maio chegou, o frio se foi, mas deixou sequelas.
 

 Um junho, quase estivo, anunciou e deu espaço para os meses de julho e agosto secos e tórridos.

Resultado: A Itália e França terão a menor safra dos últimos 50 anos.

Na França é esperada uma quebra de 17% e na Itália de 13% nos números da safra 2016.
 

Não acreditem na conversa otimista dos produtores: "Ano excepcional! Pouca quantidade, mas ótima qualidade".

O gelo, antes, a secura e o calor africano, depois, anteciparam, em semanas, a colheita.

 Os produtores que esperaram "um pouco mais" viram as uvas "assarem" nas parreiras.
 

Informações, enaltecendo a qualidade excepcional das uvas, há inúmeras, mas uma única certeza: os preços aumentarão.

Quem tiver um bom cartão, Euros sobrando e sede insaciável deve comprar o que puder dos estoques antigos e..... Salute

Bacco

3 comentários:

  1. baccus terrificus, deixa com o mercado para acertar os precos. podemos ter bastante surpresas na macro-economia europeia e/ou mundial. a vontade da turma he de aumentar os precos, mas tem que combinar com os russos da russia e os da china antes.

    auguri, bastardo inglorio.

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  2. enquanto isso, na Terra do Nunca, o segundo melhor virou o primeiro melhor...

    http://www.marcelocopello.com/post/veja-o-resultado-da-prova-as-cegas-de-espumantes-brasil-x-resto-do-mundo

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  3. Passando por Paris, os preços dos Borgonha estão cada vez mais difíceis. Enquanto visitando produtor na Alsácia peguei Riesling fantástico por 12 euros.
    Tá difícil competir com os chineses e tantos outros ricos interessados em vinhos franceses. Será que não dá pra virar moda tomar vinho da Califórnia, Moldávia, Argentina... (ironia)

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