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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

NORTE X SUL



O leitor “pesticida”, em seu comentário, traz uma interessante indagação

Vejam

Ciao, Pestes.

Essa conversa de produtor honesto colocou meus 6 neuronios em exercicio. Ha alguma correlacao no mundo do vinho italiano entre a latitude e o indice de honestidade do produtor (nao so em termos de preco, mas na maneira como sao feitos os vinhos)?

Me explico: Secondo me e o restante da populacao da terra ha o fato que diz quanto mais localizado ao norte do pais menos trambique ha (notar que escreo menos trambique e nao mais honestidade) na sociedade desse local.

Com seus varios anos de vivencia na zona rural italiana, secondo voi, essa correlacao FORTE tambem se aplica aos vinhos? Os produtores sicilianos seriam uma representacao da sociedade mais trambiqueira da regiao? Os da Puglia? E os produtores que fazem fronteira com a parte mais germano-seria da europa? Seriam os mais corretos?

Não quero, nem pretendo, fazer uma análise das diferenças culturais, econômicas, comportamentais etc. entre o sul e o norte da Itália.

O sul da Bota, desde sempre, sofre com problemas que parecem insolúveis e amargando uma posição de inferioridade quando e se comparado ao rico e industrializado norte do país.

As cinco melhores cidades, para se viver na Itália, (melhor qualidade de vida) são todas localizadas no norte: Ravenna, Trento, Modena, Belluno, Reggio Emília.

As cinco piores se encontram, todas, no sul :Agrigento, Reggio Calabria, Foggia, Caserta, Taranto.

Renda per capita: Lombardia (norte) = 36.300 Euros

Calábria (sul) 15.500 Euros ..... e por ai vai.
 

Há algumas compensações: a vida, no sul, é mais barata, as pessoas mais acessíveis (as vezes até demais…) come-se maravilhosamente bem, bebe-se idem, e as regiões meridionais são verdadeiros paraísos turísticos.
 

A corrupção no sul é mais perceptível, mais visível e a civilidade deixa a desejar; o sul é mais “jeitinho”.

Quando a picaretagem atinge o mundo do vinho, todavia, o norte é o campeão.

Os maiores escândalos:

Metanol no vinho: Falcatrua criminosa (23 mortes) ocorreu no Piemonte e no Véneto (norte)
 

Brunello falsificado com Cabernet e Merlot: As vinícolas envolvidas, todas na Toscana (centro): Casanova di Neri, Banfi (americana), Frescobaldi, Antinori etc.
 

Amarone falsificado: falcatrua arquitetada pela Dessilani (centenária vinícola de Fara no Piemonte).
 

Falsificação de Romanée-Conti, em Fara (outra vez) patrocinada por dois italianos e um francês.
 

No sul há também muitas picaretagens, mas não tão graves.

No mundo do vinho há falcatruas em todos os países produtores.

O único país sério, probo, exemplo de ilibada reputação vinícola, onde nunca foi descoberta uma picaretagem, é o Brasil.
 

Será fruto de proverbial seriedade ou total falta controle?

Dionísio

 

 

6 comentários:

  1. Boa Bacco,

    Falando em Lista.... qual seria a sua lista de produtores sérios na Itália? onde não se compra gato por lebre?

    abs

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    1. Eno Pobre , vc quer me prender por uma semana na cadeira e digitando? Há um monte, a grande maioria . Basta ler as antigas matérias de B&B

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  2. Prezado,

    Da uma entrada no MAPA e veja a area plantada com uva vinifera "X" e veja a quantidade de litros produzida com o vinho feito de "X" no RGS.

    Se a conta fizer sentido eu pago as contas daquele picareta de S. Paulo, cuja familia nao tem fama de pagar as contas contraidas com forncedores em dia. Secondo gli.

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    1. Grande ideia! Quando quiser mande mais informações.
      Vc tem tanto dinheiro , assim?

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  3. Outra maneira interessante de se abordar as falcatruas do Brasil - analise a area plantada com Chardonnay e Pinot Noir na Serra Gaucha. Agora compare com a quantidade de ditos espumantes contendo as mesmas uvas, divulgadas pelos proprios produtores.

    Ao inves de se investir em parreirais dessas duas variedades, dinheiro foi investido em maquinario para fazer a remocao de pigmentos e taninos dos vinhos base (filtros contendo carvao ativado, etc.).

    Alias, pouquissimas vinicolas da serra Gaucha possuem a capacidade tecnica de produzir espumantes, e esse é um segredinho da regiao - a maioria dos produtores recorre a duas conhecidas de vcs, Cave Geisse e Piagentini, que produzem, engarrafam e etiquetam a grande maioria dos espumantes brasileiros.

    Alguem esta bebendo gato (ou Pinot Noir e Chardonnay) por lebre (Moscato? Isabel?Cabernet Franc? Pinotage?).

    Ricardo

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    1. Até que enfim começa a aparecer o buraco negro das vinícola brasileiras.
      Parabéns pelos comentários .

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