Procurando informações, que me ajudassem a descobrir o quanto
são otários os “Conti-Otários”, encontrei um excelente artigo, no site da Slowine,
que revela, em detalhes, até onde pode chegar a vaidade insana de alguns
enófilos.
A Slowine inicia a matéria
perguntando se alguém já parou para pensarine quanto custa um único bago de Pinot
Noir proveniente do Grand Cru Romanée-Conti.
Aos poucos a Slow Food vai revelando interessantes dados do
estudo.
Tomei a liberdade de corrigir os números
da Slowine em 25%, pois, com o aparecimento dos chineses no mercado comprador,
a garrafa de Romanée-Conti sofreu uma
valorização de exatos 25%.
A Slow Food, após pesquisar e calcular
com cuidado, chegou à conclusão que um simples, um singular bago de Pinot Noir,
proveniente do Grand Cru Romanée-Conti,
custa, insanos, 20 Euros!!!!!!!
Não estou revelando o valor de um
cacho, estou me referido a um único bago de uva!
O estudo foi realizado tendo como
base o preço médio de uma garrafa de Romanée-Conti (10.000 Euros) e o peso médio de um bago de Pinot Noir (2 gramas).
O mesmo estudo revela que um bago
de uva Barbera DOC, no Piemonte, custa 0,0016 Euros.
Quase 12.500 vezes menos!
O assustador é que estamos
falando da mesma coisa: Uva.
Caro turista brasileiro, tome
muito cuidado ao visitar o mítico Grand Cru.
No momento da imprescindível foto,
para postar no instagram e matar de inveja os amigos, não sucumba à tentação de
provar dois ou três bagos daquele cacho próximo da mureta.
Caso for flagrado ...... multa de 60 Euros.
Mais um comparativo: 3 bagos de Romanée-Conti = 1 de Clos De La Roche Grand Cru 2008
Hahahá! Pois eu comi não um bago mas três cachos inteiros, um de cada braço de uma parreira! Não sabia dessa multa, mas não havia viva alma por perto. Também foi logo após a colheita, e esses cachos tinham ficado para trás.
ResponderExcluirParabéns! Você é o máximo.
ExcluirObrigado!
ExcluirLi que o Camarada Fidel Castro entre outros hábitos suntuosos, é um bebedor contumaz de Romanée Conti, comprando às caixas. Ele até teria acesso à compra dessas caixas antes de serem entregues aos leiloeiros. Uma vez fui ameaçado de agressão por um petista dentro de uma loja de vinhos por ter repetido publicamente essa informação. De acordo com o defensor do comunismo só um idiota poderia acreditar em uma asneira dessas. Vocês com o conhecimento desse metiê que têm seriam capazes de confirmar esse hábito do líder máximo?
ExcluirO Fidel , não sei , mas o companheiro "EU NÃO SABIA" é fã do RC e dos sapatos Ferragamo
ExcluirPrezado Bacco e Bocca,
ResponderExcluirSou leitor assíduo deste blog e comumente compartilho o mesmo ponto de vista apresentado nas matérias publicadas aqui, mas não é o caso em relação aos dois últimos posts. Primeiro, o preço médio no mercado SECUNDÁRIO de uma garrafa de Romanée - Conti gira em terno de 10 mil euros (diferente dos 15 mil citados na matéria anterior), enquanto uma garrafa de Montrachet custa em média 3.200 euros ( já mais próximo ao valor de 4 mil citado na outra publicação). Analisando ainda os preços do mercado secundário é possível conseguir adquirir estes vinhos em lojas CONFIÁVEIS por preços bem menores, como é o caso do Montrachet 2011 (última safra lançada pela DRC) pelo preço de 1.773 euros na loja Premier Cru em Berkeley - CA, já o Romanée - Conti 2011 sai por 5.725 euros nesta mesma loja. Após feito a análise dos preços no mercado secundário, vamos realmente ao mercado PRINCIPAL e o preço VERDADEIRO destes vinhos.
A DRC vende os seus vinhos através de um "mailing list" e um sistema de cotas. Normalmente existe um importador oficial em cada país (não lembro de nenhum que haja mais que um) e estes importadores recebem uma determinada quantidade de garrafas e revendem para uma seleta lista de clientes. O importador no caso da Itália (país onde acredito que vc reside) é a SAGNA SPA, nos EUA é a Wilson and Daniels, na Inglaterra a Corney and Barrow, no Brasil a Expand e assim vai. Vamos pegar o exemplo da Corney and Barrow da inglaterra, o preço de um RC 2011 é de 1825 Libras Esterlinas a garrafa ou 5.475 Libras Esterlinas em uma caixa de 3 garrafas, ou seja, 4 vezes mais barato que no mercado secundário. Para fazer parte desta seleta lista das importadoras, vc deve ser um grande comprador dos vinhos da DRC e da Borgonha em si durante décadas. Ou seja, as pessoas que compram estes vinhos conhecem muito bem o que estão comprando e sabem identificar o que estão bebendo e passam longe do que vc disse ( Bacco e Bocca : " É bom salientar que 99,99% dos que compram o Romanée-Conti, ou um Montrachet da mesma Domaine, não sabem identificar o que estão bebendo" ). As pessoas que sei que fazem parte destas listas, são grandes conhecedores e facilmente identificam os vinhos da DRC as cegas. Além de muitos não tratarem estes vinhos como questão de status, quando adentraram a lista, os valores e a fama da DRC e de outros produtores da borgonha em geral eram completamente diferentes.
É bom salientar também que a DRC é totalmente contra a política de preços praticada no mercado secundário. Eles querem que seus vinhos sejam consumidos e não virem troféus, e para isso eles tomam diversas ações. Uma dessas ações é que ao comprar alguma garrafa, o cliente aceita um termo da importadora em que diz que caso ele queira vendar alguns destes vinhos dentro de um determinado prazo, ele terá que oferecer primeiramente a garrafa para a importadora recomprar a mesma, caso ele não faça isso ele perde a sua cota de garrafas no próximo ano. Isso ajuda controlar o mercado secundário e há realmente algumas fiscalizações e rastreamento do número de série.
Continuação:
ResponderExcluirAgora deixando o preço um pouco de lado, vamos falar sobre os vinhos em si. Vc deve saber que não há somente os Climats, mas também há os Lieux - Dits e cada um possui características diferentes. Vamos pegar o exemplo do Musigny, a parcela deste vinhedo do produtor Jacques - Prieur vem do Lieux - Dits chamado La Combe d’Orveau e este mesmo Lieux - Dits possui partes consideradas Premier Cru ou até mesmo Village. Na minha opinião o Musigny do Jacques Prieur é bastante inferior aos dos outros produtores ( que vêm dos Lieux - Dits Les Musigny e Les Petits Musigny - este último monopólio do Domaine Comte Georges De vogue). Ou seja, cada vinhedo também não é homogênio e cada parcela possui diferentes características entre si ( composição do solo, inclinação, incidência do sol e etc).
Então imaginemos um vinhedo com diversos produtores, os vinhos produzidos podem ser extremamente diferentes entre si e cada um é ÚNICO. Pois cada produtor possui uma parcela diferente, trata de maneira diferente as suas vinhas e o seu solo e vinifica de maneira diferente também. Há inúmeros fatores que fazem o vinho.
Claro que no final há pessoas que tomam estes vinhos somente por questão de status e não sabem o que estão tomando, mas há bastante pessoas que possuem uma verdadeira paixão pela Borgonha e querem conhecer e apreciar os aspectos que tornam cada vinho desta região únicos, e nesse caso a compra destes vinhos se torna justificável, mesmo que no mercado secundário.
Bom bom bom, nível subiu.
ExcluirChega de falar de gente ridícula (tropecinho, bilu teteia entre outros).
Thales,
ExcluirVocê vende esses vinhos?
Thales , no singular é "lieu-dit e não lieux-dits. Você erra duas vezes seguidas. Consulte melhor o Google
ExcluirVc me obriga a escrever uma matéria sobre o assunto e assim será
ResponderExcluirmas na verdade tem 1 erro sim nesse texto do Thales,
ResponderExcluir``lieux - dits``, no plural*.
hahahaha... #sacanagem
Ei Laia Nádia!!! Não é que vc veio comentar mesmo!!! Já que foi tocado no assunto, lieux - dits é a palavra no plural e lieu - dit é o singular da mesma. Então no texto teria que ser o lieu - dit Petits Musigny, o Lieu - dit La Combe d’Orveau e etc. Só reparei nisso logo após ter enviado o texto, mas como não tem como alterar e é uma bobeira, então .....
ResponderExcluirRespondendo ao EnoPobre : Não, eu não trabalho em nenhuma área relacionada ao vinho. Também não escrevo nada sobre o assunto e nem tenho blog. Sou somente um consumidor de vinho ( Quem sempre se fode no final).
Eu sei doutor, eu só quis te dar a chance de corrigir o erro, sutilmente, hahaha...
ResponderExcluirps:EnoPobre, que graça! Muito interessante, nunca pensei nisso antes e é o que todos somos né? Abraços!!!
Está ficando muito high level este blog. Acho que vou mudar para aquele do saca-rolhas e fotos personalizadas. Brincadeira. Gostei dos comentários do Thales. Não tenho como emitir opiniões, pois DRC não faz parte de minha realidade. Mas é sempre bom ver alguém escrever bem e com propriedade. A propósito, aguardo a matéria dos Bacconildos sobre o tema.
ResponderExcluirSalu2
Bacco após mergulhar nas profundezas do mar agora viajará para Nápoles e irá tornar-se alpinista para desvendar os segredos da asprino de aversia!
ResponderExcluirhttp://invinoviajas.blogspot.com.br/2013/11/conheca-o-asprinio-de-aversa-o.html?m=1
É um vinho difícil de encontrar onde moro ,mas já bebi algumas vezes quando visitei Napoli e arredores. É um vinho particular ,mas nada excepcional. Excepcional é o sistema de cultivo
Excluirmuito high level indeed, vamos equilibrar as cousas.
ResponderExcluirDe onde venho um "bago" tem outro significado. Neste contexto, um bago por 20 euros tá bem em conta. :D
Eduardo,
ResponderExcluirserá que produzem este vinho napolitano também em Scampia ou Secondigliano? Mesmo que produzam, o Bacco não teria coragem de visitar tais lugares pitorescos....
Não há uma única região italiana que não visitei ,mas não posso falar de todas as castas italianas, alias , ninguém pode, pois ninguém conhece todas
ExcluirNão duvido,
Excluirsó fiz uma brincadeira em relação a estes dois lugares nada turísticos que são os mais perigosos de toda a Itália. E com certeza o único vinho que eles venderiam seria se a Camorra entrasse no comércio de vinhos falsificados.