BACCO NÃO ESTÁ TOMANDO RÓTULO.....

 

“Chablis a gente toma a qualquer momento, um vinho mais raro e bom tem que ser aproveitado. Valeu ou nao os 40 EUR, independentemente da origem? Bacco esta tomando rotulo...”

O comentário acima poderia ser respondido de forma simples, normal, comum, mas pareceu sutilmente provocativo: Em poucas linhas o “comentarista” joga no lixo tudo o que escrevi no post  “I Am Not A Big Wine”.

Respostas

Feliz o enófilo que, como nosso “comentarista”, pode tomar Chablis 1er cru a qualquer momento.

Na Europa garrafas de 30 Euros, como as de Simonnet Febvre, não frequentam todos os dias as taças dos “pobres” franceses, italianos, alemães, portugueses etc. e não creio que nem nas “ricas” taças brasileiras, um Chablis 1er Cru, de R$400/600, seja presença corriqueira.

Agradeço o conselho do meu “comentarista” quando afirma que “.....um vinho mais raro e bom tem que ser aproveitado” e aproveito para perguntar se em algum momento afirmei não ter aproveitado vinho tcheco.

O “I Am Not A Big Wine” foi aproveitada, aprovado e muito bem comentado, mas continuo afirmando que não o compraria se tivesse que desembolsar 40 Euros.

Não basta ser um enólogo da moda, excêntrico e interpretar o papel do “enfant terrible” das vinhas, para me convencer a desembolsar R$ 220 por um vinho tcheco.

OS PORQUÊS

Vamos aos números: 1 hectare de vinhas 1er Cru, em Chablis, custa, em média, 400.000 Euros.

1 hectare de vinhas na Morávia custa, em média, 18.000 Euros.

O salário mínimo francês é de 1.540 Euros

O salário mínimo tcheco é de 575 Euros.

Caro “comentarista”, o investimento e custo de produção, de Milan Nestarec é infinitamente inferior ao de Simonnet Febvre e a qualidade de seu vinho não é superior ao 1er Cru Náilons, aliás, perde em elegância e fineza.

Minha opinião: “I Am Not A Big Wine” é um bom vinho, mas não vale 40 Euros.

Se você acha que “vinho raro” deve ser forçosamente caro, está muitíssimo enganado.

Quer alguns exemplos de vinhos “raros”, que talvez nunca bebeu, nem sabe que existem e que custam menos ou tanto quanto o tcheco “I Am Not A Big Wine?

“Murgers les Dents de Chien” 1er Cru Gérard Thomas = 32 Euros

“Pensiero” Metodo Classico Tenuta dei Fiori = 25 Euros

“Capitel Croce” Anselmi = 18 Euros

“Senex” Verdicchio di Matelica Bisci = 28 Euros

“Etna Bianco” Cottanera = 15 Euros

“Aux Bouthières” Pouilly-Fuissé 1er Cru Pascale & Mireille Renaud 30 Euros

“Clos du Bourg” Vouvray Domaine Huet 35 Euros

“Spigau Senza Tempo” Rocche del Gatto 18 Euro

“Château Musar” Gaston Hochar (um dos melhores brancos do mundo) 45 Euros.

“Viña Todonia Reserva 2010” Lopes Heredia (um dos melhores brancos do planeta) 39,95 Euros

Viña Tondonia Blanco Reserva 2010

Formato 75cl

López de Heredia

Rioja

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39,95 € IVA inc.

Parte inferior do formulário

 

Poderia continuar e elencar mais uma ou duas dúzias de tintos e espumantes, mas não quero cansar o leitor.

É mais que compreensível, então e até para um eno-tonto, a razão pela qual o “I Am Not A Big Wine” não é, nem seria, minha 20ª opção de compra.

Última coisa: Quando grátis, tomo qualquer “rótulo” excluindo, naturalmente, os horrendos e caríssimos vinhos nacionais.

Precisando, estou de plantão com a taça na mão

Bacco