“Você pode dar um pulo até aqui? Preciso
escolher algumas etiquetas para completar a nova carta de vinhos”.
Enrico Valle, proprietário da “Vineria Macchiavello”, de Santa
Margherita Ligure, com medo de errar sozinho, algumas vezes, pede minha opinião
para dividir, assim, responsabilidades e.…cagadas.
Aquela tarde não prometia muito e os vinhos, que Enrico selecionara,
não nos entusiasmaram até que ..... ”. Este é um vinho tcheco, vamos provar? ”
Pensei: “Já bebi várias taças ruins, hoje, que mais uma não
fará diferença…”
Antes de continuar: Alguém já provou algum vinho da República Tcheca?
Eu estive em Praga três vezes, mas nunca bebi algo que me empolgasse
e aquela garrafa, com uma estranha e quase misteriosa etiqueta, estava longe de
empolgar, mas viera à “Vineria” para “julgar” e julgar era preciso.
Levei a taça ao nariz
já pensando em detonar o conteúdo.
Resultado? Estou revendo meus “pré-conceitos”, até agora.
Grande vinho, o melhor da tarde e um dos melhores degustados,
ultimamente, na “Vineria Macchiavello”.
Antes de prosseguir algumas informações sobre a viticultura
tcheca.
Os tchecos estão entre os maiores bebedores de cerveja do planeta,
mas é sempre bom lembrar que o consumo de vinho, na República Tcheca, supera os
20 litros/per-capita/ano (10 vezes mais do que no Brasil).
98% das vinhas (quase 20 mil hectares) estão localizados em
383 municípios da Morávia meridional, na divisa com a Áustria e Eslováquia e
dois terços da produção são de vinhos brancos.
É bom lembrar que as vinha da Morávia estão na mesma latitude
da Alsácia e da Borgonha, o clima é continental, úmido, sem estação seca,
invernos frios e verões quentes.
As vindimas iniciam em meados de setembro e se prolongam até
final de novembro.
Voltemos ao vinho “I Am Not A Big Wine”
O jovem produtor Milan Nestarec, proprietário de 8 hectares de vinhas, se
transformou rapidamente em uma estrela da enologia tcheca.
O vinho “I Am Not A Big Wine”, um blend de Chardonnay e Riesling, é uma
bomba aromática que surpreende até o mais experiente nariz.
Impossível elencar todos os aromas, mas percebi claramente
notas agrumadas e mel.
Grande vinho, mas.......
Quando Enrico declarou
o preço de venda (40 Euros), argumentei que com menos de 30 Euros eu poderia
levar para casa uma garrafa de Chablis 1er
Cru Vaillons, de Simonnet Febvre.
Resultado: Apesar de interessante e de otima qualidade, o preço do “I Am Not A Big Wine” é exagerado.
Quem quiser me convidar, imitando o Enrico, para beber,
gratuitamente, uma garrafa do surpreendente vinho tcheco,
desde já me declaro disponível, mas não me sentiria tão entusiasmado ao usar
meu triste cartão de credito para fazer sorrir Milan
Nestarec.
Bacco
Breve vai chegar no Brasil, está prática de alugar pipas alheias, brincar de enólogo, engarrafar, conseguir uma menção, matéria e depois vender nos grupos de ZAP...
ResponderExcluirhttps://desarrolhar.com/2021/12/31/coisas-que-me-irritam-profundamente-no-mundo-dos-vinhos/
Os oportunistas de sempre tentando se aproveitar dos incaútos. É dose....
ResponderExcluirChablis a gente toma a qualquer momento, um vinho mais raro e bom tem que ser aproveitado. Valeu ou nao os 40 EUR, independentemente da origem? Bacco esta tomando rotulo...
ResponderExcluirProvocativo comentário, mas interessante e que merece uma resposta mais longa . Aguarde uma matéria completa.
ResponderExcluirÉ menos difícil fazer um bom vinho branco? Já bebi bons e baratos vinhos brancos chilenos e argentinos, mas não me agradam os tintos. Seria interessante provar um tinto dessa vinícola Tcheca
ResponderExcluirNormalmente misturar castas brancas dão vinhos medíocres, principalmente um inusitado blend de Chardonnay com Riesling. O bom do vinho é que é sempre possível quebrar paradigmas.
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