A Robert Parker deve ser creditado o mérito de haver
“inventado” a crítica vinícola, classificando os vinhos em centésimos,
utilizando uma escala de 50 a 100, com base no aspecto, cor, aroma, sabor e
potencialidade de envelhecimento.
Parker, que de tolo não tem nem a sombra, percebeu que escrever
sobre vinhos, classificá-los através de pontos e se possível vender esses
pontos, poderia ser um ótimo negócio.
Sem pensar muito abandonou a carreira advocatícia e mergulhou
nas taças, toneis, barriques etc.
Se no início da carreira. de crítico vinícola, havia algum
resquício de seriedade, com o passar dos anos, Parker, sepultou esta seriedade
sob uma montanha de $$$$$$$$.
Não vou prolongar o relato, mas quem ainda acredita na lisura
e candura parkeriana, na concessão de pontos, é um sério candidato ao eno-idiotismo.
Parker fez escola, pariu milhares de “parkerzinhos” por todos
os cantos do planeta, valorizou desmesuradamente a figura do enólogo, ditou
normas, valores, gostos, regras e …. modas.
Uma pequena pausa: Em nenhum outro país Parker “pariu” tantos parkerzinhos
picaretas como no Brasil.
O Brasil é o paraíso dos parkerzinhos de ¼ de tigela, haja vista a última e “chorosa videira”
descoberta por Dionísio na imensa cloaca em que se transformou a eno-crítica
brasileira.
Voltando à moda...
Parker criou, ditou e impôs, a milhões de enófilos, espalhados
pelo mundo, seus gostos e seus interesses comerciais.
Quem não seguiu quase cegamente as pontuações, não elogiou ou
nunca bebeu os vinhos parkerianos?
Pois bem…. Parker se aposentou (ninguém é eterno) e com ele se
foram, ainda bem, as garrafas cheias de madeira, álcool, cores impenetráveis,
excesso de concentração, o “gosto californiano” etc. tão queridas ao advogado americano.
A “Moda Parker” foi
praticamente soterrada: Sem seu carisma os colaboradores atuais fazem rir, quando
não chorar
Benvindas as novas modas? Viva para as novas tendências?
Nem tanto, nem tanto......
Bacco.
Continua