Nas minhas viagens, para a Borgonha, quase sempre percorro a
Val D’Aosta, no trecho italiano, para alcançar o túnel do Monte Bianco e, em
seguida, a França.
Em anos anteriores, quando iniciava minhas viagens na parte da
tarde, sempre dormia em Courmayeur para descansar, aproveitar a beleza da
região e continuar no dia seguinte.
Courmayeur, belíssima
aldeia, foi “capital” de minhas paradas durantes muitos anos, mas com a idade
avançando, mais e mais minha paciência foi diminuindo e com ela todas as
concessões, também, sumindo.
Explicando: Na juventude aceitava as grosserias e rabugice dos
valdostanos (habitantes da Val d’Aosta), mas depois dos cinquenta e muitos,
suportar os valdostanos se tornou impossível (tive 5 bate-bocas violentos em bares
restaurantes e hotéis da região).
Abandonei solenemente a Val D’Aosta, Courmayeur e seus desagradáveis,
fechados e raivosos moradores.
Atualmente, sempre que posso, durmo no lado francês, em
Chamonix.
Chamonix é mais agradável, alegre, maior, mais bonita do que
Courmayeur e seus habitantes muito mais afáveis do que os quase italianos da
Val D’Aosta.
Bares incontáveis, restaurantes para todos os gostos e bolsos,
ótimos hotéis, comercio pujante: Chamonix é fantástica e vale dezenas de
visitas.
Meu restaurante predileto?
“ATMOSPHERE”!
O “Atmosphère”, com sua varada sobre as turbulentas e raivosas
aguas do rio Arve, é o endereço mais fascinante e romântico do centro da
cidade.
Quando meu cartão enlouquece e eu com ele, uma parada, no “HAMEAU ALBERT
1er”, é obrigatória.
Um duas estrelas Michelin que vale cada centavo gasto.
Confesso, porém, nunca ter bebido muito bem em Chamonix.
Bares populares, insuportáveis copos “franceses” (pequenos,
vidro espesso, pesados...) e pouca variedade de vinho em taça, despertavam uma
ponta de saudade de Courmayeur.
Descobri, em minha última passagem pela cidade, uma enoteca,
que também serve vinho em taça: A espetacular ”CHACHACHA”.
Nome estranho que lembra mais a orquestra de Xavier Cugat do
que uma enoteca.
A “CHACHACHA”, apesar do estranho nome, revela uma bela carta, boas etiquetas que são servidas, ainda bem,
em taças decentes.
Quase sem querer descobri o “CHACHACHA”,
no final da rua mais comercial da cidade (Ravanel le Rouge), enquanto caminhava
para queimar as gorduras acumuladas no almoço do “Atmosphère”.
Foi amor à primeira taça de Chablis 1er Cru!
Há de tudo: Bourgogne, Mâcon, Rhone, Provence, Bordeaux,
Alsace, Languedoc..... Uma festa.
O mais interessante: Preços bem razoáveis.
Ambiente agradável, serviço profissional e competente, bons
vinhos panorama de tirar o folego…. “Adieu Courmayeur”!
Bacco
Caro Bacco,
ResponderExcluirQuanto estive no Vale D'Aosta fiquei impressionado com a beleza do local. Todas aquelas cidadezinhas rodeadas de montanhas, os lagos, casinhas bonitas, lembrando aquelas das estórias que líamos nos livros na infância. No entanto, também fiquei impressionado com a agressividade das pessoas. Elas não falavam comigo, rosnavam! Eram mais agressivas que os grandes cachorros que tinham em seus quintais, para espantar possíveis curiosos.
Salu2,
Jean
Mais uma vitima dos valdostanos.
ExcluirEstava eu pesquisando um vinho no Vivino e olha a pérola.....o incrível é que a imbecilidade dos sommerdies está sendo absorvida pelos consumidores:
ResponderExcluir"Pétalas de flores envelhecidas, madeira antiga (segundo minha mulher, cheiro da gaveta da tia dela), porém sobra alcool. Abre com o tempo."
A estoria do movel antigo propagada pelo SON OMA tá gerando frutos.....ou não.
Até eu que sou meio que um iniciante no vinho acho patético.
interessante o "abre com o tempo". Realmente uma opinião qualificada.
ResponderExcluirOlá Bacco, uma vez mais aproveitando seu excelente artigo para tentar 'sorver' um pouco de seu conhecimento e aprender.
ResponderExcluirEm minha última visita à Milão (há mais de ano), fomos ao ótimo Al Pont de Ferr (1 estrela Michelin) onde a competente sommelier Maida Mercuri nos indicou um excelente freisa 100%: Kyè G. D. Vajra Langhe DOC Freisa. Conhece? O que acha da uva Freisa? Há bons produtores?
Desde já agradeço.
Abraço
Eduardo
Já escrevi uma matéria sobre a Freisa e mencionei a Kyè do Vajra,mas vc me deu uma boa ideia e resolvi escreve outra vez sobre essa uva. Aguarde.
ExcluirObrigado Bacco, que bom! Pesquisei agora na busca do blog e só achei algumas menções à Freisa, talvez tenha ficado no banco de dados do antigo blog ou eu não soube pesquisar adequadamente.
ExcluirFicarei na expectativa pelo novo artigo.
Uma vez mais parabéns pelo Blog!
Eduardo