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domingo, 27 de outubro de 2024

O VINHO MAIS CARO DA ITÁLIA (2)

 


Depois de boa uma temporada, em La Morra, resolvi continuar minha estada piemontesa em Castiglione Falletto.

Menor, menos badalado, mais barato, optei por Castiglione Falletto para continuar minha aventura nas colinas das “Langhe”.



Aluguei um pequeno apartamento na “Tenuta Montanello”, histórica vinícola produtora de Barolo, fiz amizades com vários viticultores locais e continuei explorando o incrível labirinto de estradas que cortam as maravilhosas vinhas nas colinas da região.

Foi justamente no mítico bar “La Terrazza da Renza”, em Castiglione Falletto, que finalmente conheci os vinhos da vinícola Roagna.



Fabrizio, filho da Renza, bom conhecedor dos vinhos locais, mantinha uma grande variedade de garrafas, entre elas as de Roagna, que podiam ser degustadas em taça.

Um belo dia, ao entrar no bar, encontrei Fabrizio que, espumando de raiva, imprecava contra os Roagna por terrem aumentado exageradamente os preços de seus Barolo e Barbaresco .... “Não compro mais uma garrafa daqueles “#@xw&§”….”.



Antes da drástica decisão de Fabrizio já havia bebido várias taças de Barolo e Barbaresco Roagna e devo admitir que eram (e são), sem dúvida, bons vinhos, mas nada deslumbrantes.

À época, os concorrentes, tanto em Castiglione Falletto quanto em Barbaresco, eram pesos pesados e Roagna não passava de um bom peso meio médio.



Em Castiglione Falletto, Vietti, Brovia, Scavino, Cavallotto, eram mais renomados e reverenciados.

Em Barbaresco, Roagna não era páreo para Gaja, Marchesi di Gresy, Moccagatta, Produttori del Barbaresco, Rocca.



Qual o “milagre” permitiu, então, que em menos de 20 anos uma vinícola, meio médio, atingisse a categoria dos pesos pesados?

Marketing inteligente (se é caro deve ser bom...) e caneta$ certa$.

Vamos analisar alguns pontos interessantes.

As vinhas, da DOCG Barbaresco, se estendem por uma área de 725 hectares e há aproximadamente 150 vinícolas que produzem e engarrafam o renomado vinho piemontês.

Os “CRUS”, da DOCG Barbaresco, são 69, sendo que 25 deles se encontram no município de Barbaresco, aldeia que empresta o nome a DOCG.



São eles: Asili, Ca’ Grossa, Cars, Cavanna, Cole, Faset, Martinenga, Montaribaldi, Montefico, Montestefano, Muncagöta, Ovello, Pajè, Pora, Rabajà, Rabajà Bas, Rio Sordo, Roccalini, Roncaglie, Roncagliette, Ronchi, Secondine, Tre Stelle, Trifolera, Vicenziana.

Nesta enorme e exagerada lista, de “crus à italiana”, mais uma vez o “Pajè”, que abriga as vinhas onde nasce o vinho mais caro da Bota, não faz parte do clube dos mais renomados e badalados.

Asili, Martinenga, Rabajà são, desde sempre, os de maior fama e prestígio.

Nada, mas nada mesmo, então, justifica o preço absurdo do Barbaresco Roagna ‘Crichet Pajè”?

Os enoloides-abonados, que adoram etiquetas e nada entendem de vinho, são os que fazem, como de costume, a alegria dos produtores predadores e..... predadores tem faro apuradíssimo.



Mais uma coisa: Alguém, com pelos menos 14 neurônios íntegros, acredita que no mesmo cru, de pouco mais de meia dúzia de hectares, uma fileira de vinhas possa produzir cachos tão superiores ao ponto gerar um vinho quase vinte vezes mais caro do que as uvas da fileira confinante (1 metro)?

Esta indagação, já fiz, respondi e que quiser reler a matéria, disponha.

https://baccoebocca-us.blogspot.com/2015/01/viva-os-eno-otarios.html

Se tiver com sobra de $$$$ compre uma garrafa de. Barbaresco “Roagna Crichet Pajè (1.053 Euros), outra de “Pajè Riserva” dos Produttori del Barbaresco (50 Euros) e mais uma de “Pajé” de Carlo Boffa (40 Euros)

Deguste os vinhos às cegas e depois comente suas impressões.

A minha?


Bacco

7 comentários:

  1. A Casa Valduga, renomada vinícola brasileira, foi eleita a 58ª melhor do mundo pela World’s Best Vineyards. O anúncio ocorreu nesta segunda-feira (29), em uma transmissão online. Esta é a primeira vez que uma vinícola do Brasil figura entre as melhores do mundo.

    A Casa Valduga é conhecida por seus vinhos premiados, como o Villa-Lobos 2020, um Cabernet Sauvignon com aromas de frutas negras e especiarias. Outros destaques incluem o Raízes Gran Corte, um blend tinto, e o Gran Chardonnay D.O., que apresenta notas tropicais. Cada rótulo é elaborado com atenção aos detalhes, visando harmonização com diferentes pratos.

    https://oglobo.globo.com/blogs/saideira/post/2024/10/casa-valduga-e-eleita-a-58a-melhor-vinicola-do-mundo-e-a-primeira-vez-que-o-brasil-entra-na-lista.ghtml

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  2. https://revistaquem.globo.com/comida/noticia/2024/10/boni-e-boninho-tomam-vinho-de-r-43-mil-em-almoco-ate-o-vinho-foi-60.ghtml

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  3. Hahahahaha, Ca$a Valduga. Agora que os quase vinhos deles irão triplicar de valor.

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    1. Não duvido. Mas o grande problema são os trouxas que compram. Se as pessoas testassem a longevidade dos vinhos deles, fazendo com que ficassem estocados, as coisas poderiam mudar. Isso até acontece um pouco. O que tem de vinho brasileiro antigo no mercado, não é brincadeira.

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  4. https://veja.abril.com.br/coluna/al-vino/a-california-brasileira-quer-agora-ser-tambem-o-napa-valley-nacional

    Kkkkkkkkkkkkkk

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  5. O Gaja está na lista dos melhores de Barbaresco e sempre teve essa fama. Mas quando estive lá em 2015, me informaram que o Gaja havia crescido muito devido a exportações e já não produz as próprias uvas em suas propriedades.

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  6. https://exame.com/casual/vinho-brasileiro-e-eleito-um-dos-50-melhores-do-mundo-em-concurso-internacional/

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