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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

COMER BEM EM BUDAPESTE

 


Comer bem em Budapeste é fácil: há muitos e bons restaurantes na cidade, seja de cozinha tradicional, da Europa Central, ou de outros cantos do planeta.

 Apesar disso a gastronomia húngara, com a exceção da confeitaria, é pouco inventiva: mesmo com pesados investimentos e a ascensão de chefs húngaros, que retornaram ao país depois de períodos no exterior, a alta gastronomia e as boas surpresas seguem confinadas à meia dúzia de endereços caros e badalados.



Em Budapeste dificilmente se consegue uma interessante e válida exceção fora do circuito dos restaurantes estrelados “Michelin”, mas e ainda bem, há exceções.



Há algumas semanas, na manhã de uma segunda feira, passeando pela cidade deparei com o “Fricska 2.0”

O local aguçou minha curiosidade e a promessa de um cardápio diferente, da mesmice reinante na gastronomia húngara, o restaurante parecia ir além comuns goulashes ou frangos com páprica “chama-turistas”.



O restaurante estava fechado, assim, ao chegar em casa, após buscar maiores informações, reservei uma mesa para o almoço de quarta-feira..... Não me arrependi.

A sopa de ragu de frango com estragão, que escolhi como entrada, estava deliciosa.



Um caldo rico, saboroso, um golpe bem dado nas sopas sem sabor que imperam na maioria dos restaurantes da cidade.

Arrisco dizer que nunca provei uma sopa de frango tão boa em toda a minha vida e palmas também para o pão que me foi servido.



Para o prato principal escolhi coxa e sobrecoxa de pato com purê de batata-doce, gnocchi e couve.

Mais uma vez o tempero da casa não decepcionou e a refeição seguiu em alto nível.

Escolhi, para sobremesa, choux com avelãs e constatei que o “Fricska 2.0” não foge à tradição da confeitaria austro-húngara – desnecessário dizer que, se você gosta de bolos e tortas doces, Viena e Budapeste são destinos obrigatórios.



 O choux estava menos doce do que esperava, mas isso é até bom: desintoxicado do mar de leite condensado, presentes quase sempre nos doces brasileiros, encontrei meu refúgio nas equilibradas sobremesas da Europa Central.

Pelo menu de três pratos, um chope de uma pequena cervejaria local e a taxa de serviço de 12,5%, desembolsei pouco menos de 9 mil florins (22 euros).

Preço bem atraente para uma comida definitivamente acima da média.

“Fricska 2.0”: mais endereço bom e barato recomendado por B&B.

Ze

Fricska 2.0

Dob utca 56-58, Budapeste

Aberto de quartas a sábados, aceita cartões, recomendável fazer reserva

Metrô mais próximo: Oktogon (ou parada Király utca / Dob utca 56-58, Budapeste

https://www.instagram.com/fricska_2.0/

11 comentários:

  1. Obrigado pela dica, estou indo no final do ano para Praga e Budapeste, irei com certeza conferir. Se não for abuso uma indicação de mais 1 ou 2 restaurantes em Budapeste (fora dos Michelin), ficaria grato.

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    1. Anônimo Solidário, obrigado pela leitura. B&B está preparando um guia de Budapeste, mas, como não sei se ficará pronto a tempo, lá vão algumas sugestões:

      - Belvárosi Disznótoros (dois endereços, mas eu ia na Király utca, próximo ao metrô Deák Ferenc): uma tavola calda simples e barata, que tem boa charcutaria e carnes em geral - recomendo o lombo de porco da raça mangalica, orgulho local. só tem os vinhos da casa

      - Ferdinand Monarchia (também na Király utca, mas mais próximo do metrô Oktogon): melhor restaurante para comer comida austro-húngara. recomendo as cervejas, feitas pelo restaurante numa cervejaria no interior da República Checa

      - prove também o lángos, fast food local, em alguma barraquinha em um mercadão de bairro ou no Retro Lángos, na avenida Bajcsy-Zsilinszky, próximo à Catedral de Santo Estêvão.

      se você gosta de doces, conheça as confeitarias que puder em Budapeste. prefira a Szamos ou alguma confeitaria pequena.

      a evitar: New York Café (a menos que queira fotos para o Instagram), Café Gerbeaud (idem - ambos lindos, caros e com comida medíocre), não coma ou compre nada no caríssimo Grande Mercado Central (Nagycsarnok, perto da ponte Szabadság), apenas passeie por lá.

      para beber: o wine bar com os vinhos de mais alto nível me parece ser o Dropshop, próxima à ponte Margit e à parada do bonde 4/6 na Jászai Mari tér - mas é caro. meu wine bar preferido, bem mais em conta e com a escolha mais inteligente de vinhos (à parte um ou outro Primitivo ou Malbec argentino, mas cheio de ótimos vinhos locais) é o Bortodoor (Zichy Jenő, 32, próximo ao metrô Oktogon). e o mais completo é o Divino, com algumas unidades espalhadas pelo centro - eu ia naquela em frente à Basílica.

      vamos ver se o guia sai antes da sua viagem, mas acho que aí já tem umas coisas bacanas e acessíveis.

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  2. Zé, muitíssimo obrigado pelas suas preciosas dicas, vou segui-la ao pé da letra! Quero muito conhecer Budapeste, minha família de parte de mãe saiu de lá no final do Sec.XIX pra tentar uma nova vida no Brasil. Grande abraço!

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    1. às ordens! depois nos conte como foi!

      mais uma dica: se quiser economizar com os passeios de ônibus turístico, o bonde número 2, que parte da Jászai Mari tér, faz um itinerário à beira do Danúbio que passa por diversos dos cartões-postais do lado de Peste. não atravessa para Buda, mas, por 450 florins (1,15 euro), é imbatível.

      qualquer hora, o Dionísio aparece por aqui pra falar das pápricas de Kalocsa (Kalocsai) que levei pra ele...

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  3. “ um chope” é muito marcante para mim na bela matéria.

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    1. a carta de vinhos do Fricska 2.0 é toda composta de vinhos húngaros e devia haver boas opções. mas a ideia de um chope "artesanal" (vá lá...) me falou mais alto no dia em que fui ao restaurante. e era bem bom, viu?

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    2. Disciplina invejável!

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  4. Aqui tem mais detalhes sobre o espumante submerso.

    "Cada garrafa é envolta por uma embalagem que reproduz a lente de um farol marítimo. Ela ainda é acompanhada de um mapa que identifica o local exato onde o espumante permaneceu mergulhado no mar. O ponto escolhido para mergulhá-las foi a Baie du Stiff, na ilha de Ouessant"

    https://www.cnnbrasil.com.br/viagemegastronomia/gastronomia/espumante-brasileiro-submerso-na-franca-chega-ao-mercado-por-r-3-500/

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  5. Vinho Brasileiro feito por inteligência artificial kkkkk

    https://agfeed.com.br/agtech/tecnologia-na-taca-vinicola-gaucha-lanca-primeiro-vinho-brasileiro-elaborado-por-ia/#

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  6. Muito boa dica, mas faltaram os vinhos húngaros. O Choux de sobremesa iria muito bem com uma taça de Tokaji Puttonyos 5

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