Coincidência incrível!
“A Difícil Escalada”, de
Dionísio, antecipou uma matéria similar que há algum tempo tenho em mente, a
qual, sem nenhuma razão plausível, continuo a postergar.
Mas não foi apenas a matéria, escrita por Dionísio, que me fez
voltar ao teclado e escrever sobre o mesmo assunto.... Uma taça de “Il Bacco”, um Verdicchio dei
Castelli di Jesi, da vinícola “Coroncino”, que
bebi durante um almoço no restaurante “Nanin”,
de Chiavari, deu o empurrão final que precisava para revelar, pela enésima vez, minha opinião sobre o assunto.
A história do “Il Bacco”, “Verdicchio dei Castelli di Jesi”, começa nos
anos 1990 quando resolvi aprofundar meus conhecimentos vinícolas.
Vários livros, muitas revistas e uma adega, com boa quantidade
de garrafas, de origem europeia, não foram suficientes para saciar minha sede
de saber.
Qual outro caminho poderia me levar ao reino dos brancos,
tintos e espumantes?
A resposta mais lógica..... ABS!
Pesquisei o telefone,
endereço, consegui as informações necessárias, paguei a taxa de inscrição e
aguardei, cheio de entusiasmo e ansiedade, o primeiro encontro com os mestres
da famosa associação, mestres que me revelariam, finalmente, os mais
misteriosos e recônditos conhecimentos vinícolas.
Já na aula inaugural meu entusiasmo arrefeceu um pouco, na
segunda o entusiasmo deu espaço à desconfiança, na terceira broxei de vez e na
quarta dei adeus para sempre à ABS.
O motivo?
Percebi que os “mestres” possuíam conhecimentos vinícolas
comparáveis aos meus quando o assunto era mecânica quântica....
Soberbos, presunçosos e despreparados, aqueles “professores”
da ABS, não seriam aceitos para trabalhar nem em um boteco das periferias de
Lisboa, Paris, Milão, Barcelona, Beaune etc.
Voltei aos meus livros e revistas, mas já pensando e programando
algumas viagens pela Europa vinícola dedicando especial atenção às regiões que
sempre me fascinaram: Borgonha e Piemonte.
Em 1995 o dólar ainda “humano” e uma herança inesperada, deram
o empurrão que precisava para começar aquela que seria uma longa série de
viagens vinícolas pela Itália e França.
Nada do apressado turismo tipo “pit–stop” em que se visitam 20
cidades em 20 dias; minha intenção previa longas permanências nas capitais dos
grandes vinhos da Côte D’Or e Langhe.
Se alguém, no Brasil, acredita que adquirir reais e profundos conhecimentos,
sobre vinhos, é tarefa fácil e barata, pode tirar todos seus cavalos da chuva e
voltar para os cursos picaretas que infestam todo o território nacional: Sem uma razoável
soma no bolso, bons conhecimentos do francês, italiano, inglês, a missão é
impossível.
Sem grana, sobra uma opção: trabalhar no setor vinícola, mas
aí reaparece obstáculo da língua.
Não foi meu caso......Falo português, italiano, piemontês,
espanhol e me comunico “macarronicamente”, mas sem vergonha ou complexos, em
francês e inglês.
Não vou alongar a lengalenga, mas após uma década já havia
visitado, várias vezes, a Borgonha, Champagne, Alsácia, Provença, Languedoc, Piemonte,
Lombardia, Veneto, Ligúria, Friuli, Emilia Romagna, Val D’Aosta etc. (o “etc.”
significa todas as outras regiões italianas).
Resultado?
Todos os vinhos que comentei e recomendei, no B&B, salvo raríssimas
exceções (Viña Tondonia e Château Musar são
duas delas) foram, rigorosamente, degustadas na origem.
Uma das primeiras lições que aprendi é que há dois tipos de vinho e que visam diferentes perfis de consumidores.
1º) Caríssimos Vinhos
“griffe”, produzidos, visando aliviar bolsas e bolsos dos enófilos “deslumbrados-abonados-abobados” os quais acreditam ,piamente, que , por exemplo ,um
uma garrafa de Barolo
Monfortino (1.500 Euro) possua qualidades excelsas e
celestiais que justifiquem preços 3.000%
, 4.000% até 5.000%, a mais , do que o ótimo Barolo menos badalados e pouco conhecido “Gramolere” de Giovanni Mazzone, “Briccolina” de
Tiziano Grasso, “Pernanno” de Sobrero, “San Lorenzo” de Fratelli Alessandria, “Marcenasco” de
Renato Ratti, “Rocche” de Aurelio Settimo, “Bussia” de
Franco Conterno, “Cannubi” de
Giacomo Brezza, “Monvigliero” de Sordo....Poderia continuar escrevendo
meia hora elencando mais e mais produtores de ótimos e acessíveis Barolo.
2º) Vinho normal, para simples mortais e conscientes enófilos
Resumindo: Nada justifica, a não ser a imbecilidade humana, que uma garrafa de vinho custe tanto quanto, ou mais, do que um carro.
75cl - 2006 - Blanc -
Montrachet
15 531,48 €
Continua
Bacco
Típico rótulo comprado na maioria das vezes com o dinheiro público PMlf adorava desses em suas gestões
ResponderExcluirO lelé também gosta. Ou alguém acha que ele passa a 51?
ExcluirNa França fui pouco, mas tenho a felicidade de visitar Lopez de Heredia sempre, pois meu filho e família vivem en San Sebastian.
ResponderExcluirinveja mata......estou morto
ExcluirIrei em breve a rioja e euskadi. Duro aguentar mau humor de espanhol (povo com problema serio), mas a natureza, a comida, os vinhos e os museus compensam la chusma.
ExcluirConcordo com você. Os caras são mal humorados. Mas eu não ligo para os espanhóis. Gosto mesmo é das espanholas!
ExcluirNão sei atualmente, mas já alguns anos que para adquirir um branco era necessário levar 5 tintos…o branco é realmente inacreditável…
ExcluirBacco.. estou indo para Alsacia mes que vem. Poderia me passar alguns dicas de locais ou produtores a visitar. Obrigado
ResponderExcluirFaz anos que não viajo para a Alsácia , então é possível que muitos locais que conheci já não existam (herança covid....), mas recomendo hospedar na linda Colmar e percorrer todas as belíssimas aldeias próximas. Algumas matérias poderão lhe ajudar: https://baccoebocca-us.blogspot.com/2015/03/grand-cru-wiebelsberg.html Xxxxx
ResponderExcluirBacco, imagina a quantidade de enoloide imbecil que vai desembolsar rios de dinheiro por isso aqui:
ResponderExcluirhttps://www.google.com/amp/s/revistaadega.uol.com.br/amp/artigo/michel-rolland-cria-blend-com-uvas-de-5-paises-diferentes.html
INACREDITÁVEL!!!!!!!. Os picaretas são donos do mundo.....dos idiotas
ResponderExcluirSaberia me dizer se pela TAP é possível trazer vinho na bagagem? Sei que uma delas não permite,porém nao me lembro qual. Abcs
ResponderExcluirTodas as companhias permitem vinho na bagagem
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