quinta-feira, 15 de maio de 2025

CANSEI DE "PIAUIMONTE".....VIVA A CAMPÂNIA

 


Cansei de comentar as imbecilidades e picaretagem que brotam, com incrível velocidade e enorme quantidade, no panorama vinícola terceiro-mundista do Brasil.

Não há limite para a ignorância, cara de pau e picaretagem dos Leandro Balela, E$corchado$, Marianne Piauimonte, Thomas Baby Sampaio etc., da vida (fácil?).



Vamos, então, falar de coisas sérias, belas e boas.

A Campânia, região localizada no sul da Itália, sempre foi muito competente em vender seu belíssimo território, sua cultura, gastronomia e canções.



Napoli e o Vesúvio, Pompeia e suas ruinas, as maravilhosas Ischia, Procida, Capri, a “Costiera Amalfitana” (Amalfi, Ravello, Positano, Maiori, Minori etc.) são endereços turísticos de fama mundial.



“O Sole Mio, “Torna a Surriento”, “Luna Rossa”, “Reginella” e muitas outras, são canções que o mundo cantou e continua cantando.

A Campânia foi feliz e competente, também, em “vender” sua gastronomia.

Qual o prato mais presente em todos cantos do planeta?



Se você respondeu, pizza, acertou em cheio, pois até na esquálida São Miguel do Tapuio, lá no Maranhão (vergonha da nação?), há várias pizzarias.

Mas os vinhos da Campânia, quem conhece?

Se a pergunta for dirigida (sem a possibilidade consultar o Google) à nova safra dos numerosos “eno-analfas” que invadem as redes sociais, o silêncio será sepulcral.



Será que o Leandro Balela Baena já bebeu “Piedirosso”?

Será que a Marianne Piauimonte já provou um “Asprinio di Aversa”?



Será que Thomas-Baby-do-Vinho-Sampaio já tomou uma mamadeira de “Coda di Volpe”?

Será que o pessoal da “E$culachado$” já descolou uma grana de um produtor de “Lacryma Cristi”?



Pois bem, os vinhos, acima citados, são uma pequena amostra do rico patrimônio enológico da Campânia.

Todos os vinhos que mencionei e muitíssimos outros, fazem parte do meu repertório vinícola e não preciso do Google para comentá-los

De todos os vinhos da Campânia o mais famoso é o grande Taurasi.



 Taurasi, assim como Barolo, Montalcino, Barbaresco, Gattinara etc., é uma aldeia, da província de Avellino, que empresta o nome ao vinho produzido com Aglianico.

O Taurasi, apesar de sua excelente qualidade, nunca conseguiu alcançar a fama nem os preços (ainda bem) das badaladas denominações do norte e centro da Itália.

Resumindo: A Campânia sabe “vender” turismo, canções, gastronomia, mas não seus vinhos.

Apesar de não ser fácil tarefa, quando encontro, nos “wine-bar” algum vinho da Campânia sempre bebo uma taça.

“Quer provar um Greco e Fiano que acabei de abrir?



Luigi, barman do “Gran Caffè Defilla”, um dos melhores endereços para se beber, na Ligúria, com sua pergunta despertou imediatamente meu interesse.

Anui e sem demora Luigi serviu uma taça de “Sintonia”.

Já no nariz o vinho apresentou uma complexidade intrigante: Os aromas, elegantes e marcantes, exaltavam o grande “terroir” das duas milenares castas.

Uma informação: pela enésima vez e certamente não a última, informo aos “eno-influencers-analfas” (Marianne Piauimonte inclusa) que “terroir” não significa apenas terreno.

Terroir é uma palavra, de origem francesa, que vai muito, mas muito além, de um simples “terreno”.



Terroir engloba, entre outras coisas, solo, subsolo, clima, microclima, história, tradição, cultura e práticas enológicas.

Espero que os eno-analfas (Marianne Piauimonte inclusa), que infestam e emporcalham o panorama vinícola brasileiro, após lerem a informação, parem de enaltecer o “TERROIR” gaúcho, paulista, catarinense, goiano, mineiro, baiano e quiçá, amazonense.



Onde havia, até semana passada, braquiária, gado, mato, cerrado, cupins, capivaras, calangos etc., há TERROR e não TERROIR.

Quando menciono o terroir, do Greco di Tufo e do Fiano d’Avellino, o faço lembrando que as duas castas são cultivadas, na região, há mais de 2.000 anos e tiveram tempo mais que suficiente para se adaptarem, perfeitamente, ao solo, clima, microclima, práticas enológicas e às profundas raízes da história, tradição e cultura vinícola local.



......E o “Sintonia”?

Continuará na próxima matéria ao lado de um primo de Paestum.

Bacco

   

7 comentários:

  1. Apesar da qualidade, os vinhos da Campania ainda não possuem o mesmo prestígio global de regiões como Toscana, Piemonte ou Veneto. Isso se deve, em parte, à menor tradição de exportação e ao menor investimento em branding e marketing internacional, dificultando a conquista de mercados mais exigentes.

    A variedade de estilos e técnicas de produção, muitas vezes artesanais, pode gerar uma certa inconsistência na qualidade dos vinhos. Essa diversidade, embora seja uma vantagem, também pode dificultar a construção de uma identidade forte e reconhecível no mercado global.

    Algumas vinícolas de lá enfrentam desafios relacionados à infraestrutura, logística e recursos financeiros, o que pode limitar a capacidade de produção em larga escala, distribuição eficiente e investimentos em tecnologia.

    José
    Enólogo

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  2. Por falar em picaretagem: https://www.instagram.com/reel/DJsAhFmPsKC/?igsh=MWlvejZxc3dsaDVlcw==

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  3. Perfeito, não fosse a pequena confusão no que diz respeito ao conceito de terroir.
    Terroir, assim como a cultura, está presente em todos os locais, mesmo que seja o “terroir de cupim do Piauí” como vc costuma mencionar.
    Parabéns sempre!

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  4. Continuo com minha interpretação. Terroir não é só cultura; terroir engloba outros fatores . Mais uma coisa: não mencionei "cupim do Piauí".

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  5. Será que isso é parte do terroir Maranhense?

    https://www.instagram.com/share/reel/BBAO_7pXLz

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  6. Ah, não, não desistam ainda! Façam uma matéria sobre o nada egocêntrico Thomas Baby!!!!!

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