terça-feira, 16 de setembro de 2025

PIORES E MELHORES

 


Bacco, gentilmente, postergou a continuação de sua “Vou Para a Patagônia 2” e abriu espaço para eu publicar a presente matéria.

Em tarde de libações, com amigos, alguém sugeriu uma pesquisa: “Qual o melhor e qual o pior vinho que você já bebeu? ”

Pergunta, confesso, que não poderia responder com toda segurança e honestidade.



Foram muitos os bons e foram incontáveis os ruins, assim, seria impossível, creio, acertar na mosca qual o melhor e qual o pior.

Se a pergunta tivesse sido: “Quais os melhores e quais os piores? ” A resposta resultaria mais fácil e mais correta.

Os piores, sem sombra de dúvida, foram aqueles líquidos estranhos e descartáveis que os produtores picaretas, do Brasil, teimam em chamar: “vinho”.



Nunca bebi nada pior do que Chalise, Pérgola, Canção, Dom Bosco, Cantina da Serra, Sangue de Boi, Country Wine, Mioranza e a miríade de outras tremendas-bostas que envergonham a vinicultura brasileira e são motivos de risos e desprezo em todos os cantos do planeta



Há muitos anos, produtores picaretas, buscando sempre grandes lucros e nunca a qualidade, tentam, apelando para um ridículo ufanismo patriótico, enganar os consumidores mais ignaros.

Divulgação sistemática de estreladas conquistas, prêmios, medalhas, reconhecimentos etc., todos e sempre obtidos em concursos pagos e fajutos, tentam convencer, os consumidores, que os produtos brasileiros alcançaram o altar da suprema excelência e que o mundo inteiro se inclina diante do “Made in Brazil”.



Espumantes, queijos, embutidos, azeites, pizzas e agora, até, pasmem, o “escondidinho nordestino”, entram no rol das excelências mundiais produzidas no país tropical bonito por natureza e abençoado pelo Jorge Benjor.

Na verdade, somos apenas campões incontestáveis em produzir os piores quase-vinhos do mundo, nossos queijos não podem competir com os europeus, nossos azeites, que não ultrapassam a soleira do comum, custam o triplo ou até mais, do que realmente deveriam.


AZEITE SABIÁ – KORONEIKI – 250ml

R$125,00


No que concerne a pizza, gostaria de saber qual o critério usado, pelos “pesquisadores”, visto que somente no estado de São Paulo há mais de 25.000 pizzarias, na Itália mais de 35.000, na Europa quase 70.000, nos EUA mais 90.000, (imaginemos, então, no mundo) para classificar uma pizza brasileira como a 3ª melhor do planeta.

Quanto a piada do “escondidinho nordestino”, vou “esconder” minha opinião para não ter que mandar à @w*#X& quem inventou esta balela.



No mais, desejo que nossos divulgadore$, do ufanismo patriótico, reguem a 3ª melhor pizza da terra, o escondidinho (um dos melhores pratos do mundo), melhor queijo do planeta, melhor azeite da universa etc., com um frisante “Donatella Suave”, produzido pela “Ridícula-Góes” e um soberbo Country Wine Tinto Suave engarrafado pela “Ridícula Aurora”.



 Tomara que, depois de alguns dias (semanas, talvez...), nossos divulgadore$, influencer$, critico$, jornalista$ etc. já refeitos, mas ainda tendo viva a lembrança da penosa experiência eno-gastronômica, recuperem suas memorias olfativas e gustativas, a vergonha e esqueçam, finalmente, a picareta para voltarem à caneta.



Continua com “Os Melhores”

Dionísio

6 comentários:

  1. Embora duvidosos ou pouco claros os critérios do ranking, pelo menos agora há por aqui pizzas feitas no estilo napolitano, com massa de boa qualidade, cobertura racional e atenção à tecnica na sua elaboração. Gosto não se discute, mas bordas recheadas de catupiry, coberturas que mais lembram lasanhas, massa impossível de digerir em menos de três dias, e outras criações locais estavam ameaçando extinguir a pizza ou transformá-la em outra coisa. Melhoramos muito em vários setores; azeites, queijos e até vinhos, embora eu concorde que os rankings não são confiáveis. Fora os parâmetros anteriores de comparação, baixíssimos. Mas, procurando bem e evitando as armadilhas, já é possível consumir produtos locais, algo antes inimaginável.

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    1. O problema, colega anônimo, é que quando alguem produz aqui algo apenas decente, apenas ok, eles querem cobrar preço de campeão mundial. O azeite legal, o queijo bom, a pizza comestível são vendidos a peso de ouro e a desculpa pro preço absurdo está sempre ponta na ponta da lingua: são os impostos.

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    2. Concordo com o segundo anônimo. Aqui em minha cidade, no interior de SP, consumo pizza em um local que usa produtos bons, massa de longa fermentação, típica napolitana, e pago entre 25-40 reais. E a de 40, é um pouco maior que a napolitana tradicional. Ou seja, dá sim para cobrar preços mais justos.

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    3. Nosso bananal sofre do mal do raio gourmetizador. Nada de errado nisso, pois sobram trouxas para embarcar numa pizza de ''brigadeiro'' de R$ 130,00.

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  2. Sou o primeiro anônimo. De pleno acordo, quanto aos preços exorbitantes e à manjada desculpa tributária. Como há quem pague…

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  3. Pertinente ao assunto do tópico

    https://youtu.be/MuCFQDZdfH8?si=p0ZtlDaCASTF_l7-

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