Quem acredita que somente o Dolcetto tenha “penado”, na mão
dos produtores piemonteses, está redondamente enganado.
O Barolo foi outra
“quase vítima” da ganância e estupidez de muitos “Barolistas” que optaram por se entregar, de corpo e barrique,
à moda “internacional
parkeriana” apostando que, ao
modernizar o Barolo, fariam história .... e grana.
As tentativas não foram poucas, nem leves e os “modernistas” quase
conseguiram soterrar a tradição do grande vinho italiano e atirá-lo aos tentáculos
da “modernização”.
Já nos anos 1990, mais precisamente em 1996 e 1999, Gaja,
acreditando que seu nome era mais importante, mais forte, do que as DOCG Barolo e Barbaresco, resolveu "abandonar" as duas denominações e “rebaixar” seus vinhos para a bem mais modesta “ DOC Langhe
Nebbiolo”.
Pecado de soberba e erro de marketing.
Manteve, nas etiquetas, os nomes dos crus Sperss, Costa Russi, Sorì Tildin, Sorì San Lorenzo, mas abandonou a vinificação, demasiadamente rígida do Barolo e Barbaresco (100% Nebbiolo da Barolo) e resolveu adicionar as uvas “francesas” que há tempo e misteriosamente, habitavam alguns filares de suas vinhas.
Cabernet Sauvignon, Syrah, Merlot, Petit Verdot etc., além da Nebbiolo e Barbera, entraram gloriosas
nas garrafas de Gaja e permaneceram até 2013 quando Gaja constatou que o peso das
DOCG Barolo e Barbaresco era maior e mais importante
do que suas etiquetas e seus vinhos “afrancesados”.
Vinhos, por sinal, que já não empolgavam, como antes, os
enófilos abonados e abobados.
Gaja não se deu por vencido e continuo sua aventura
“parkeriana” na Maremma.
Outra aventura azarada: lá encontrou os nobres e seculares viticultores
toscanos que eram tão expertos, ou mais do que ele.
Resultado: e seus vinhos nunca conseguiram fazer sombra ao Ornellaia, Sassicaia, Solaia, Masseto etc.
A volta do “Gaja Arlindo-Orlando-Farol-Baixo-Para-Choque-Duro” sob as asas protetoras das denominações, Barolo e Barbaresco, sepultou todas as tentativas de modificar o disciplinar.
Sepultou?
Nem pensar!
Quase dez anos antes, Elio Altare, começara mais uma “guerra”
contra o Barolo tradicional: em 1983, destruiu, com um motosserra, os toneis de
carvalho de Eslavônia, da adega de seu pai e os substituiu pelas barriques
francesa.
Nascia uma aventura, denominada “Barolo
Boys”, que pretendia transformar o Barolo em um vinho francês,
usando e abusando, entre outas coisas, da barrique, modificando radicalmente a
maceração, fermentação e doando, ao vinho piemontês, sabores e aromas de
baunilha, chocolate, café.... Barolo-Fruit-Bomb
Os “Barolo Boys” ou modernistas, como queiram, respondiam, entre outros, pelos nomes de Elio Altare, Chiara Boschis, Giorgio Rivetti, Luciano Sandrone, Roberto Voerzio, Domenico Clerico.
Fizeram barulho e durante algum tempo, obtiveram sucesso (grana),
garças ao Parker, ao mercado americano, aos crtitico$ e aos que de Barolo nunca
entenderam bosta nenhuma.
“O Barolo deve realçar o caráter do Nebbiolo e evoluir com elegância”
Palavras que soterram o Barolo superconcentrado, mais parecido
com um sorvete, em casquina de madeira, sabor baunilha, café e chocolate.
A tradição e o bom senso venceram e salvaram o Barolo da
tentativa de transformá-lo em um novo Frankenstein vinícola.
Continua
Bacco
Peste,
ResponderExcluirbarolo boys tem documentario ate que bem feito. Esta amplamente disponivel no querido canal youtoba. Tambem tem no amazon prime.
De acordo com o documentario eles tem algum valor na parte comercial divulgatoria do barolo, assim como quebras de tradicao na maneira como o barolo era produzido.
Alguem conseguiu o que queria; o barolo saiu da regiao e conquistou o mundo, secando carteiras no processo.
Auguri, salute.
Discordo. O Barolo já era conhecido, exportado, e apreciado bem antes dos "Barolo Boys" e a quebra da tardição não vingou:
ResponderExcluirNessa bola dividida eu nao entro. Seu quintal, sua historia, seus amigos, etc.
ResponderExcluirConfissao de adolescente: Peno para caceta para conseguir OTIMOS barolo. Muito bom ate que acho com tranquilidade, mas barolos que fazem sonhar acordado, oooo coisa dificil.
Ia reservar a resposta para a próxima matéria ,mas adianto uma dica: Alberto Sordi, em direta, para o pragrama da TV italiana "Domenica In", aparece em um restaurante de Manhattan bebendo uma garrafa de Barolo Cerequio 1982. O resto conto depois
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