A quase totalidade de nossos sommeliers, críticos, jornalistas,
influenciadores, “especialistas” etc., nunca visitou as regiões vinícolas onde
são produzidos os vinhos que comentam, recomendam, exaltam, pontuam etc.
Raras viagens internacionais (sempre patrocinadas pelas
importadoras), visitas relâmpago pelos vinhedos e adegas do Brasil (todas
financiadas pelos produtores), degustações de vinhos, importados ou nacionais,
em inúteis feiras ou eventos (rigorosamente na modalidade “boca-livre”),
diplomas de algum curso picareta, dos muitos que infestam o Brasil, são os ridículos
currículos de maioria dos nossos “mestres” do vinho.
A pergunta: Como, opinar, recomendar ou criticar, imparcial e honestamente,
os vinhos de quem nos financia regularmente?
Impossível!
Daí a escandalosa enxurrada de elogios, aos quase-vinhos
nacionais, que um exército de eno-picaretas, posta, todos os dias, nas redes
sociais.
A quase totalidade dos
eno-picaretas não possui mínimo conhecimento vinícola, (pudor nem pensar...) e
por alguns trocados não relutam em elogiar, pasmem, até o tremenda-bosta “Pérgola“ da
quase-vinícola Campestre.
O enófilo brasileiro é massacrado, diariamente, com
incontáveis desinformações que “vendem” o vinho brasileiro como um dos melhores
do planeta.
Um verdadeiro festival de fake-news.
Não se pode culpar o enófilo que considera o espumante
nacional como o segundo melhor do mundo.
Não é justo rir do consumidor que acredita na qualidade superior
do vinho do cerrado goiano, de Pernambuco, da Serra da Mantiqueira, Bahia,
Minas Gerais, Distrito Federal etc.
Os culpados, pela desinformação, são os ano-picaretas que “vendem”
suas canetas, ou vídeos vagabundos, ao primeiro que oferecer uma graninha.
Como desmascarar o eno-picareta, de plantão?
É facílimo!
Pergunte ao “expert” se
conhece a região dos vinhos que está comentando.
Já foi a Borgonha, Dão, Alsácia, Piemonte, Toscana, Rioja,
Côtes du Rhône, Champagne etc.?
Quantas vezes e por quanto tempo?
Se a resposta for vaga e se a viagens, às grandes regiões
produtores europeias, foram patrocinadas por importadoras, pode ter certeza que
você está diante de um eno-pilantra-embromador.
Fuja!
Um dos poucos críticos competente, que conheço e visitou
várias vezes os grandes cetros vinícolas europeus, é Jorge Lucki.
Jorge, apesar de ter sucumbido, ultimamente, ao tintilar dos
$$$$ dos produtores nacionais e publicar ridículas listas dos “Melhores Espumantes”, “Melhores Tintos” etc. continua
sendo razoavelmente crível e confiável.
Salvo raras exceções (Chateau Musar e Viña Tondonia são duas delas...), visitei, várias vezes, todas as regiões
onde são produzidos os vinhos que comento e recomendo, assim, pretendo publicar
três ou quatro matérias sobre algumas viagens que realizei à procura de grandes
e baratas garrafas.
A próxima matéria: Viagens pelas colinas do “Verdicchio dei Castelli di Jesi”.
Bacco