Um caro amigo, que já passeou comigo pelo Piemonte, pediu,
recentemente, algumas dicas da Alsácia.
As minhas visitas à região francesa (4) não me permitem posar
de expert e nem de guia.
No Piemonte, Ligúria, Toscana, Borgonha posso revelar lugares
e locais exclusivo, mas não seria honesto “cantar de galo” na Alsácia, por essa
razão indiquei a releitura das matérias que escrevi sobre a região francesa.
A “consulta” do amigo, porém, despertou e aguçou o desejo de
rever a Alsácia, seus lindos vinhedos e suas floridas e incomparáveis aldeias.
Na impossibilidade, lembrei que na minha pequena adega algumas
garrafas de Riesling, tranquilamente, repousavam desde minha última viagem em
2014.
Uma rápida conferida e encontrei uma garrafa Magnum Grand Cru Kanzlerberg 2009 da Sylvie Spilmann (veja matéria mais
antiga) e duas de 0,75ml do Grand Cru Wiebelsberg
2008 de Marc Kreydenweiss.
As vinícolas foram recomendadas, como sempre, por Stéphanie Bléger,
a experiente sommelier e proprietária do ótimo restaurante “Le Meisenberg” em
Châtenois.
As preciosas dicas, que Stéphanie
repassa há anos, sempre foram muito válidas.
Uma pequena pausa para reflexão......
Não sei e nem me interessa
saber, se a “Wine-Cascateitor” ou o Parker escrevem ou pontuam vinhos alsacianos,
mas tenho certeza que Stéphanie, nascida na estupenda aldeia de Bergheim, trabalhando com vinhos desde sempre, é
muito mais experiente e confiável do que qualquer “pontuador” americano.
A tática é sempre a mesma:
Procuro um bom restaurante, peço a comida e delego a escolha do vinho ao
sommelier, proprietário ou garçom.
Quando e se o vinho me agrada,
na qualidade e no preço, no final do almoço ou jantar, elogio a escolha do
vinho e sempre pergunto; “O vinho me agradou
muito e gostaria de agradecer a escolha. Sou um grande admirador dos vinhos
locais e aproveitando sua experiência e conhecimento, pediria o endereço de alguns
de seus produtores preferidos”.
É vaselina pra todos os lados,
mas, creiam, funciona.
Funciona mais do que uma dúzia
de Parkers e duas dúzias de “Wine-Speculeitor”.
Voltemos ao Grand Cru Wiebelsberg....
Abri a garrafa e quase fiquei
petrificado.
Que vinho era aquele?????
Levei a taça ao nariz e quase não
acreditei em tantos aromas florais, cítricos e outras frutas que não ouso
mencionar para não parecer um de nossos pretenciosos “sommerdiers”.
Na boca a surpresa foi maior!
Redondo, potente, mas ao
mesmo tempo fino e elegante, o Riesling, com toda sua mineralidade, permanece
na boca quase interminável.
Um grande vinho!
Um dos melhores Riesling já bebidos.
Encontrar e ser atendido na vinícola Kreydenweiss, em Andlau, não é tarefa fácil nem barata, mas os vinhos, lá
produzidos, valem o esforço e o preço.
Consultando minha agenda (a
maior zona já vista....) encontrei o preço pago pelo Grand Cru Wiebelsberg
2008: 18,50 Euros.
A vinícola Kreydenweiss produz, anualmente, pouco mais de
7.000 garrafas do Grand Cru Wiebelsberg e não são fáceis
de encontrar.
Sem poder oferecer mais dicas da Alsácia, ao amigo Ado,
aproveito apara indicar com entusiasmo uns soberbos Riesling Alsaciano.
Salute!