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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

VINHO-MODA-VINHO II


O vinho “biológico” é a menos inverossímil, a menos picareta das três mais recentes eno-modas: biológico, biodinâmico, natural.

O vinho biológico, apesar do meu ceticismo, pode realmente ser produzido e vai de encontro ao desejo de muitos produtores que tentam diminuir, limitar e até dispensar o uso de produtos nocivos ao meio ambiente e à saúde.

Não acredito que todo vinho “biológico” mereça ser assim classificado, mas há, certamente, inúmeras exceções.

As grandes picaretagens são encontradas nas duas outras modas:  “biodinâmica” e “natural”.

Não vou escrever novamente sobre os “Vinhos Macumba” (biodinâmicos), pois tudo aquilo que penso, sobre estes vinhos circenses, pode ser lido acessando o link abaixo.

O vinho “natural” é mais um modismo que provocou enorme frisson no mundo do vinho e foi apoiado integralmente por aquele que acham que tudo no passado era melhor, mais saudável, mais puro e veem, nos progressos da enologia moderna, os demônios causadores de todos os males do vinho.

Os radicais defensores da uva virgem, imaculada e engarrafada sem sulfitos, esquecem que os vinhos de nossos avôs, muitas vezes, de tão ruins, nem para cozinhar, serviam.

Sob a égide da nova moda, “vinho natural”, foram cometidas algumas das maiores barbaridades enológicas de que se tem notícia.

Durante alguns anos, foram “divinizados” os vinhos turvos, malcheirosos, oxidados, refermentados nas garrafas, com “aroma” de bosta de cavalo (estábulo) e outras “delicias” naturais.


No Brasil, dos eno-oportunistas, o apologista mor, dos vinhos naturais, foi, como de costume, um dos mais ridículos personagens que já apareceu no eno-circo tupiniquim: Bilu Didu Teteia.

Bilu, para faturar alguns trocados, não mede esforços e nem o ridículo conseguiu frear sua patética tentativa de promover o vinho “natural”.

O Teteia teve a coragem de fotografar alguns familiares, todos nus e exibindo panças, pelancas e celulites, dando boas-vindas aos vinhos “naturebas”.


O vinho “natural” ganhou adeptos radicais, defensores agressivos que reagiam rudemente quando alguém, como eu, criticava e apontava defeitos.

Foi considerado, várias vezes, despreparado, bárbaro, ignorante e sem respeito pela natureza.

Só faltou a Gretina Raivosa me atacar.


Nem todos os vinhos naturais são “tremendas bostas”, mas aproveitando a onda “naturalista” um mar de porcarias inundou as prateleiras do mundo todo.

A moda do “natural” já está descendo, sem freios, a ladeira do esquecimento e brevemente será apenas lembrada por alguns consumidores que adotam dietas estranhas e com saudade, quem sabe, de Woodstock e do Gordini.

A nova e última moda?

Espumantes!

Aguardem.
Bacco

  
    

6 comentários:

  1. Não extrapola. Tem uns e tem outros, generalizar é para quem não tem capacidade cognitiva e você tem de sobra. Sim, tem muitos naturebas com pelo de sovaco, titica de galinha, tatu de nariz, mas tem aqueles elaborados com dedicação e esmero e que resultam em excelentes vinhos, como alguns que tenho provado. Como tudo tem os bons e os ruins.

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  2. Tenho impressão que você não leu a matéria toda. No final eu declaro que nem todos os vinhos naturais são porcarias e há alguns bons. Ou você tem muita sorte em encontrar os bons naturais ou nossos gostos não coincidem. Eu estou comentando modismos e modismos nunca produziram vinhos excepcionais. Não extrapole, também

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  3. Alguns comentários:

    1. Já bebi ótimos vinhos ditos "naturais" (bem, existe algum que não seja?). A maioria feita no exterior, principalmente Europa, claro. Mas já bebi, ou tentei beber, muitos que não me agradaram, de várias nacionalidades. Vinhos brasileiros, ditos "naturais", bebi poucos e desses, poucos me agradaram. Mas não serei injusto, pois gostei de alguns.

    2. Não gosto de vinho turvo e com cheiro e até gosto de cocô de cavalo. Isso não é qualidade, como pregam muitos naturebas. Para mim, são defeitos. Tem vinho bem feito, sem defeitos, que eu não gosto. Isso é questão de gosto. Mas vinho com defeito, eu não aprecio.

    3. Levedura é levedura, seja ela nativa, selecionada ou até mesmo modificada geneticamente. Podem ter características diferentes? Claro que sim. Mas continuam sendo leveduras. Os naturebas que não gostam das selecionadas e demonizam as modificadas, talvez devam ser lembrados de que tomam, tomaram ou tomarão medicamentos produzidos em OGMs (Organismos Geneticamente Modificados), principalmente bactérias e leveduras. Só que, quando o assunto é saúde própria, a coisa muda, né?

    4. Na minha opinião, vinho bom se faz com boa uva e por bom produtor, não importa qual tipo de procedimento ele adote. Se o cultivo das uvas for feito sem, ou com pouco uso de defensivos agrícolas, se o meio ambiente for respeitado, se menos sulfito for adicionado etc, e o vinho for bom, melhor ainda.

    5. O Messi joga mais que o Neymar.

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  4. Concordo com quase tudo, especialmente "...vinho bom se faz com boa uva e por bom produtor". O que me deixa perplexo é o fato de que, em nome da saúde, natureza, pureza e das alegações que o progresso é perverso , picaretas, que não sabem produzir bom vinho, se apegam e fazem a apologia da moda "natureba" para nos vender merda como se ouro fosse. Demoramos séculos para evoluir e criar a moderna enologia que sem sombra de duvida melhorou e muito, a qualidade média do vinho. Agora os defensores da natureza virgem querem voltar aos tempos dos meus avós e produzir vinho que "fanno cagare". Perfeito.... vou deixar de pensar na Lexus LC 500 sport + e comprar um carro de boi.

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  5. Ih, você tem razão mais seu extrapolamento foi mais extrapolado que o meu.
    Mas vamos falar de vinho azul ....

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