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sexta-feira, 14 de junho de 2019

OS RIDÍCULOS


 


Não todos, claro, mas muitos sommeliers, críticos, formadores de opinião etc. exageram na descrição de vinhos degustados.
 

Aromas, sensações, sabores, que pessoas normais jamais imaginariam encontrar em uma taça de vinho, são facilmente (falsamente?) percebidas e fazem parte da imaginação de muitos profissionais (picaretas?) dos copos.
 

No Brasil, um dos campeões, da picaretagem eno-descritiva, é, desde sempre, o Beato Salu, conhecido escalador de cruzeiros medievais da Borgonha.
 

Nosso “sommelier mor”, do alto de sua proverbial empáfia, considera os enófilos brasileiros uns imbecis e não demonstra um mínimo de vergonha ao descrever, um vinho, com as seguintes palavras:  Velhinho Ch Latour 80 deleitosamente evoluído: cheira peixe de rio. Barro, metálico. Pimenta seca. Outras especiarias. Firme forte fino 12:26 PM Mar 8th via Twitter for iPhone

 


Ou assim:Ch Lafite 90, olores de bolores couro e ouriço de mar, bem firme( jovem).

 


Ou assim: Vega Sicilia 90, baunilha cocada preta terra molhada( velho) 9:45 PM Mar 10th via web
 

Outro grande enganador é o Bilu Teteia.

 Há anos nosso eno-palhaço consegue iludir os incautos e se apresentar como expert em vinhos.

 
Bilu, na realidade, é apenas expert em bocas-livres e puxa-saquismo de produtores e importadores.

Sua descrição do Malbec Barzola: ........ O vinho tem amarena, crina de cavalo suada, moringa, aniz e discreto tutti-frutti. Show de sinceridade de um Malbec...... 
 

Acreditava que os exageros, nas eno-descrições, grassassem impunemente e apenas no nosso quinto mundista cenário vinícola, mas, no começo da semana, ao ler um site italiano, encontrei uma joia rara: Samantha Vitaletti.

Samantha, não mede palavras e poderia facilmente fazer carreira no Brasil ao lado de nossos maiores enganadores.

Leiam, riam e.....bebam uma bela taça de vinho sem tanta frescura.

Aligotè 2017: “Nariz murmurante que deixa livre o campo para uma mineralidade estridente adoçada pelas curvas macias da fruta madura”

 

Ladoix Les Briquottes 2017: “Raízes, alcaçuz, cinzas e frutas, inquietos nos bastidores, prontos para entrar no palco. Tamarindo e laranja amarga para saciar a sede. Muito inclinado a dialogar, com uma linguagem limpa e sem erros.
 


Arbois BlancTrois Terroir 2017: “Dominante e vivo, um branco que exorta memórias e memórias, óleo de atum e punhados de sal à vontade” 


Chablis Terroir Béru 2017: “Nada fácil ou óbvio. Vapores estranhos e intrigantes, cheiros e perfumes de fumaça seguem um ao outro no vidro e levam a uma atmosfera de igreja, mística. É daqueles vinhos que acabo esvaziando a garrafa tentando entendê-los e acabando por amá-los sem tê-los entendido.

Há mais, mas acredito que o ridículo tem limites.

Quando, por um infeliz acaso, encontrar um palhaço, com as características de nossa Samantha, faça como eu e desafie o “expert” apostando um bom dinheiro.

Despeje os vinhos, degustados e comentados, em taças pretas e peça ao picareta para reencontrar e descrever, exatamente, os aromas, sabores, sensações etc. anteriormente descritos

 Prepare-se para morrer de rir......Há quem não consiga distinguir um branco de um tinto.

Prove e comprove.

Bacco

 

 


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