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domingo, 28 de abril de 2019

MANTOVA-DICAS



Resolvi visitar, mais uma vez, Mantova, Bologna e Ferrara.

A eno-gastronomia, cultura, arte e afabilidade dos habitantes da região, sempre me fascinaram.

Mantova, a primeira parada.

Com aproximadamente 50 mil habitantes, Mantova foi domínio dos Gonzaga desde o século XIV até o século XVIII.

Os Gonzaga, uma das mais importantes e influentes famílias italianas e europeias, da época, doaram à igreja católica nada menos do que 1 santo, 10 cardeais e 13 bispos

Potentes e riquíssimos enfeitaram Mantova com edifícios, castelos e monumentos de tirar o folego.

Recomendo alguns: “Palazzo Te”, Palazzo Ducale”, Castello di San Giorgio, Palazzo dell’Arco.

Depois de andar alguns quilômetros a sede e fome atacam.

Sem sair do centro histórico há grande variedade de escolha.

Partindo da “Piazza dele Erbe” e em qualquer direção, é possível encontrar uma infinidade de restaurantes, bares, enotecas, loja de gastronomia etc. para saciar sede e fome.

Para beber e comer recomendo: No “Delle Erbe”, na praça homônima, experimente uma taça do ótimo Soave “Suavia”. No “Delle Erbe” além de ótimas taças há um bom restaurante e uma excelente seleção de música jazz.

Há poucos metros não perca o ótimo “Cento Rampini” que há anos oferece uma cozinha tradicional e honesta. Prove os “Tortelli di Zucca” (massa com recheio de abóbora) “Lucio in Salsa” (lúcio é um peixe de rio), “Cotechino” (um embutido que precisa ser cozido).

Quase em frente, na Via Broletto, há o bar “Caravatti” que é outra boa opção.

Pouco adiante, a Via Broletto muda o nome e segue como “Corso Umberto I”. Adotando o nome da rua, o “Umberto I” é um bar imperdível. Ao escurecer, na hora do aperitivo, o “Umberto I” oferece uma impressionante variedade de vinhos e espumantes em taças.


Próxima parada…. Ferrara.

Bacco


  



quinta-feira, 25 de abril de 2019

LISBOA 2


Feliz o tempo que passou.....
 

Em tempos que já vão longe, Lisboa era apenas atriz coadjuvante no seleto palco do turismo europeu e injustamente relegada a um segundo plano pelos viajantes.
 
 
A Lisboa, de hoje, é uma das metas mais almejadas e visitada pelos brasileiros, europeus e chineses.

Em alguma ruas e praças do centro Lisboa parece um bairro de São Paulo, Pequim, Milão etc.,

É mais fácil ouvir português brasileiro, italiano, francês, inglês do que a língua de Camões.

Se você tiver um pouco de sorte (ou será azar?)  poderá até topar com um conhecido ministro do STF, caminhando, tranquilo e   anônimo, pelas ruas da capital portuguesa.

Quem chega de Brasília, viajando pela TAP, às 6,30 e pensa que finalmente poderá relaxar e descansar, no hotel reservado, pode tirar o cavalo da chuva, do sol, da neblina etc.: Antes do meio dia não consegue um quarto, nem implorando.

Mesmo concordando com aquela “taxa-sacanagem-meia-diária”, que os recepcionistas oferecem aos cansados clientes, nem sempre se consegue uma bendita chave.
 

Há duas alternativas: Aguardar por longas horas no saguão do hotel ou dar um passeio pelo centro da cidade.

Em minha última passagem, pela capital portuguesa, resolvi deixar as malas na recepção do hotel, atravessar a rua e vadiar pelos corredores do centro comercial “Amoreiras”.

Duas horas depois de tomar um ótimo expresso de 0,70 Euros, de comprar um vidro de melatonina, algumas lâminas de barbear e perambular pelas gôndolas do Jumbo, resolvi beber uma taça de vinho no ótimo bar do “Pão de Açúcar Gourmet”.
 

O gerente me aconselhou um espumante “Sílica” e eu concordei.

Resultado......A raiva, pela longa espera e pelo cansaço da viagem, se foi e um sorriso “monalístico” iluminou minha face.

Que belo espumante!

A elegância das bolhas finas e persistentes, refrescante, sutis notas cítricas e sem nenhuma concessão às sedutoras notas adocicadas, o “ Sílica” é mais um belo exemplo de como os portugueses, quando querem, são ótimos vinificadores.
 

O “Sílica”, um “Blanc de Noir”, produzidos com uvas “Baga”, custa, pasmem, 10/12 Euros nos supermercados e enotecas.

O “Sílica” pulveriza todos os espumantes “segundos do mundo” nacionais em qualidade e preço.

Você, que comprou um “Maria Valduga Brut”, por R$ 199,00 ou mais, aproveite para comprar, também, aquele nariz de palhaço tão querido pelo Bilu-Didu-Tetéia.

Confira!
Bacco

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 15 de abril de 2019

ESPERANÇAS PERDIDAS





Uso o espaço, aqui cedido, para discordar de Dionísio, nosso sommelier formado pela ABS de Samambaia, que o acordo comercial assinado entre o Trump e o Pocketmyth (Bolsomito em inglês) no brinde (sem trocadilhos) com vinhos mais acessíveis e traga medo e terror aos produtores de semi-vinho nacional.


Nessas pegadinhas de acordos comerciais, anunciados com fanfarra, não caio há muito tempo.

Se acontecer algo vai demorar para ser implementado e tudo vem com um caminhão de quotas (em volume ou financeira).

 Mas políticos agem assim e sempre anunciam acordos bem antes que realmente aconteçam e mesmo se houvesse essa implantação do acordo, ainda esse ano, acreditar que haveria cortes de impostos ou de barreiras aos preços dos produtos, beira uma inocência igual à dos eno-ébrios da nossa blogosfera.


E ainda temos a última barreira ao consumo do vinho em quantidades que não sejam do nível indiano, tailandês ou de Ghana: O homo bananicus tem uma proclividade ao consumo de cachaça, digo pinga, de cerveja barata e ao mau gosto em geral.


 O vinho seco fino nunca vai pegar.

 Pode baixar o preço à vontade, seja no dólar ou nas tarifas ou nos acordos.

Percamos quaisquer esperanças.

Bonzo 


terça-feira, 9 de abril de 2019

LISBOA I


A TAP melhorou; aposentou os “14 Bis” que voavam para a Brasil e os substituiu por aviões mais modernos, silenciosos e confortáveis.

O serviço de bordo, todavia, continua o mesmo: Apressado e quase sufocante

Os atendentes, minutos após a decolagem e em frenético toque de caixa, começam o serviço dos aperitivos,

Poucos minutos depois, antes mesmo que se possa terminar a taça de espumante, servem o jantar e não deixam dúvidas que querem acabar rapidamente com o serviço, apagar as luzes e.…Boa noite.

A carta de vinhos, em mais um acerto da TAP, melhorou consideravelmente.

Ainda mastigando o último pedaço, de uma sofrível pescada ao forno, um comissário se aproximou e perguntou se desejava chá, café, vinho do Porto ou um digestivo.

 
Com o guardanapo tampando a boca, na tentativa de evitar que pedaços de pescada fossem parar na cara do rapaz, respondi que aceitaria, sim, um cálice de “Moscatel de Setúbal” da garrafa que vira ao lado do vinho do Porto.

A generosa dose deixou claro que aquela seria, também, a última.

Sempre achei que os portugueses são excelentes produtores de vinhos, mas não sabem vendê-los.

Porto, Madeira e Verde são vinhos que em suas categorias não tem rivais no mundo, mas, excluindo os dois primeiros, quem conhece o Vinho Verde, Colares, Rabigato, Encruzado e muitíssimos outros?

E a lista não para por aí: Há uma enorme variedade de vinhos, produzidos com castas autóctones, praticamente desconhecidos.

O “Moscatel de Setúbal”, que nada deve a outros grandes e renomados vinhos de sobremesa (prefiro bebê-lo sem nada comer) é um ilustre desconhecido na Itália, França, Alemanha etc.
 

O “Moscatel de Setúbal Casa Ermelinda Freitas”, servido pela TAP é um grande vinho.

Sua cor âmbar, perfumes incríveis e complexos, ótima persistência na boca e com um longuíssimo final, que lembra a laranja amarga, me obrigou a importunar o comissário que com cara de enfado me serviu mais uma taça.

No aeroporto de Lisboa, mais uma surpresa: O “Moscatel Casa Ermelinda Freitas” custa pouco mais de 7 Euros.

Prevenir é melhor que remediar......comprei 6 garrafas.
 
 
Viva os vinhos portugueses!

Bacco

quinta-feira, 4 de abril de 2019

OS SUPERLATIVOS 2


Quem “venera” os sommeliers, degustadores profissionais, experts etc.  e acredita em suas “onisciências vinícolas”, precisa urgentemente rever seus conceitos.

Há muitos anos, não acredito na propalada e decantada superioridade dos sommeliers em reconhecer vinhos melhor do que eu ou de qualquer um de nós.

Os sommeliers podem e devem ter um preparo melhor, fruto de estudos e degustações, mas não são seres ungidos pelos deuses do vinho e nem possuem, obrigatoriamente, sentidos superiores e mais apurados que os meus, seus, nossos.

Posam, como, mas não são deuses.....


Charles Spence, professor de psicologia experimental e mestre em “percepção multissensorial”, na universidade de Oxford, pesquisa as relações entre os vários sentidos e concentrou seus estudos de como o gosto interage com a vista, audição e tato.

Spence, há anos, investiga como o sabor do vinho (especialmente o Champagne) muda quando se mudam algumas condições.

 Os resultados dos experimentos, realizados por seu grupo de trabalho em Oxford, são de deixar os sommeliers e “degustadores” profissionais com cara de tacho.


Alguns exemplos:

1)  40 degustadores profissionais provaram dois vinhos. O primeiro depois de terem ouvido o tradicional (pop) da rolha de cortiça sendo retirada e o segundo depois de ouvirem o rumor da tampa de rosca metálica. Quase todos preferiram o primeiro alegando uma serie de diferentes qualidades, mas os dois vinhos, servidos, eram exatamente iguais.

2)  Serviram, para vários degustadores profissionais, um vinho branco artificialmente colorido de vermelho e a grande maioria encontrou as características de um tinto.

3)  Serviram Champagne em taças pretas e nenhum dos “experts” soube identificar as castas.

 Spence demonstra uma evidência que muitas vezes esquecemos: comer e beber, como todas atividades humanas, são experiências complexas onde entram inúmeras questões biológicas, químicas, psicológicas e sociais.


Então.... O que é “natureba” para o Didu-Bilu-Teteia, ou ótimo para o Diego Rebola, pode ser uma tremenda bosta para mim e.......quase sempre tenho razão

Quem quiser aprofundar seus conhecimentos no assunto, aqui vai a dica


Dionísio