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segunda-feira, 29 de outubro de 2018

É MÉMOIRE É FESTA



Sempre guardo algumas garrafas de maior prestígio e importância para eventos e datas especiais.

Eu considero o Champagne o vinho mais indicado para comemorações e reservo as melhores garrafas, da denominação francesa, para os acontecimentos mais importantes.
 

Quando luiz estevão e lula (é assim mesmo em minúsculo) foram para a cadeia saudei a prisão, dos dois meliantes, abrindo garrafas de Champagne.
 

O primeiro mereceu um soberbo “Billecart-Salmon Rosé” e o segundo um ótimo e raro “Mont Benoit” de Emmanuel Brochet.
 

Ontem, para comemorar o enterro do pt e seus fanáticos seguidores, estourei um soberbo “Mémoire Extra Brut” de Huré Frères.

Um tremendo vinho que coroou, com insuperável classe, a derrota da seita petista.
 

O “Mémoire” é uma incrível seleção de vinhos de 30 safras que são assembladas ao da última colheita.

Quem espera notas de oxidação, cor amarelo-dourado, bolhas quase inexistentes e um vinho decadente, erra bisonhamente como errou quem votou no pt.

O “Mémoire” com seu amarelo-pálido, bolhas finas e persistentes, já no nariz é inconfundível: Champagne.

Novamente, no nariz, é fácil perceber notas de leveduras, em seguida aromas frutas, ervas aromáticas e finalmente um sutil toque de erva doce.

 
Na boca é fresco, persistente, elegante.

Um grandíssimo vinho digno de gradíssimas ocasiões.

Minha comemoração custou 48 Euros…. Gastos com grande prazer
 

Grande vinho que recomendo

Bacco

 

 

 

terça-feira, 23 de outubro de 2018

SABE QUANDO?



Li com atenção e espanto a matéria “Miolo Mole “do Dionísio.
 

A atenção é sempre necessária para poder “digerir” as matérias do parceiro e a o espanto, como sempre, provêm dos preços praticados pelos produtores-predadores de vinhos nacionais.
 
 
 

As previsões otimistas e quase ufanistas, do Diego Arrebola, dificilmente se realizarão: O Brasil continuará sendo um pais de cervejeiros e cachaceiros.

E por falar em cachaça seria de interessante que os nossos produtores de vinhos aprendessem com fabricantes de pinga como exportar.

 Motivo?

Nunca encontrei uma garrafa de vinho nacional na Itália, mas todos os bares da Bota ostentam, em suas prateleiras, “Nega Fulô”, “51”, “Ypióca”, “Velho Barreiro” etc.
 

Voltemos aos quase-vinhos.

Na Itália o consumo per capita é de aproximadamente 38 litros/ano (em Portugal é de 45 litros/ano) ou seja 20 vezes mais do que bebe o brasileiro.

O Brasileiro detesta vinho?

Não o brasileiro adoraria beber vinho, se pudesse....

A primeira dificuldade: 80% da produção continua sendo realizada com uvas não viníferas e o resultado são vinhos “che fanno cagare” (que fazem cagar)

 
A segunda: O preço irreal e indecente.

Uma pequena amostra, do porquê do alto consumo na Itália, que causará espanto e inveja.

Nas gôndolas dos supermercados italianos há centenas de etiquetas expostas.

Há de tudo.

Vinhos baratos de 2-3 Euros, vinhos médios de 5-8 Euros, vinhos caros de 15-30 Euros e até etiquetas de 100-150 Euros (Dom Perignon, Crystal, Sassicaia, Monfortino etc.
 

Além da grande variedade e dos preços razoáveis, o consumidor italiano não precisa ter uma vasta adega: As lojas estocam para ele.

Passando pelas gondolas de vinho do supermercado “Ipercoop” uma promoção de Champagne chamou minha atenção: Champagne 1er Cru “Joseph Cuvelier” 12,45 Euros.

Há pouco mais de um mês havia comprado, no mencionado supermercado, algumas garrafas do mesmo de Champagne por 24,90 Euros.
 

Algumas informações.

A vinícola Pierson-Cuvelier, localizada em Louvois, bem no coração da Montagne de Reims, possui 8 hectares e produz somente Champagne 1er Cru e Grand Cru.

E bom salientar que a Maison existe deste 1901, continua com os mesmos 8 hectares, produz e vende um ótimo produto por preços mais que justos.

O segredo? Concorrência

O supermercado deve ter promovido o “Joseph Cuvelier”, pelo preço de custo, para a felicidade dos consumidores, como eu, que levaram para casa ótimas garrafas por pouco mais de R$ 50.

Enquanto isso os predadores gaúchos nem ruborizam de vergonha quando vendem o “segundo melhor espumante do mundo” (deles...) por R$ 100-150-300 ou R$ 800.

Pois é, caro Arrebola......
 

Sabe quando o brasileiro se tornará um grande consumidor de vinho?

Bacco

domingo, 21 de outubro de 2018

ADIEU BORDEAUX, AGAIN



 

 

Quatro meses após escrever meu adeus a Bordeaux resolvi compartilhar como caminha minha vida e, ao mesmo tempo, leio sobre mais um possível trambique em Bordeaux.
 
 

 O texto “problematizador” pode ser encontrado aqui

O caso (até agora tratado como suspeita) envolve as mudanças nas classificações em St Emillion e se você ainda não leu, sobre o assunto, deveria.

A cada 10 anos eles corrigem o ranking das casas na região, algo que vejo com simpatia, bem ao contrário do que ocorre na margem esquerda do rio, mas, como sempre, há coisas estranhas: Os donos das vinícolas avaliam os próprios vinhos.
 

 Difícil não haver um pouco de “torcida” para o próprio produto.

A vida segue boa sem Bordeaux (restam poucas garrafas na minha adega e olho para elas como quem olha para as sobras do churrasco um dia depois...com aquela vontade).

Tive a sorte de beber alguns Bordeaux de sonho (dos bons), mas jamais acreditei que valessem o quanto custavam.
 

Vinho, assim como canetas, carros, móveis para casa ou escritório, calçados esportivos, equipamentos hospitalares, etc. etc... é negócio e Bordeaux captura essa essência como nenhuma outra região no mundo.

 Vendem, tranquilamente, algo que vale 1/3 do valor

E ainda criaram bolsa de “derivativos”.

 Haja cara de pau, haja trouxa.

Talvez Champagne ou Napa cheguem perto em termos de embromação no que tange qualidade, preço e a mística sobre a região.

E Borgonha? Pelo que venho lendo aqui estão gostando bastante da brincadeira de vender pelo preço que pedem.

Ao contrário do que um eno-desavisado possa pensar, Bordeaux faz falta zero.

 Pelo preço dos “grands vins” há trocentas escolhas gostosas.

Se pensarmos nos “grands crus classés” há opções quase infinitas.
 

 Bons vinhos de todo os cantos do mundo, principalmente os portugueses, americanos e espanhóis..., mas foco em França e Itália.

Gaste seu patrimônio em vinhos onde a chance de ser enganado seja menor.

Para um bebedor, consciente do dinheiro, há poucas piores que comprar bombas caras seguidamente.

Há uma correlação bem positiva e interessante entre pessoas inteligentes, bem sucedidas, intelectuais (no bom sentido da palavra) e os que sabem comprar, bem, vinho.

Aprender e pensar dá um pouco de trabalho.
 
 

Já para ser passado para trás não se gasta uma sinapse.

Fácil e garantido.

As eleições em Banania provaram que a paciência tem limite (quem não celebrou a limpa que fizeram no congresso tem problema mental ou moral grave).

 Já pensou se começarmos a aprender e a pensar antes de votar e comprar vinho e replicarmos esse comportamento para mais coisas na vida?

Dedico essas poucas palavras a todos que passam a vida tentando fazer a coisa correta, levantam para trabalhar e voltar para casa para tomar um vinho honesto (ou até mesmo um shake de herbalife).

 Bacco&Bocca perderam um leitor fiel (raramente comentava, só falava para mim que Dionísio “às vezes” pegava pesado), pai exemplar de família, marido dos bons, amigo e chefe do melhor tipo (uma legião de gente atestou isso no triste velório) para uns vagabundos que o mataram em troca de nada (ao soltar o cinto de segurança foi executado).
 

 Ironicamente estava indo à uma igreja/templo com a família - única fonte de discórdia nos nossos debates e conversas.

A vida é curta e sem sentido ou propósito. Deixe de ser trouxa, ponha essa gente picareta do vinho no devido lugar.

Beba menos, mas beba melhor.

Bonzo

terça-feira, 16 de outubro de 2018

MIOLO MOLE



Havia quase esquecido de como a Miolo costuma assaltar o bolso do consumidor brasileiro, mas há quase um mês a indústria gaúcha martela, se trégua, a paciência dos enófilos com um anúncio que oferece seu “Sesmarias”, para entrega em 2020, por módicos R$ 423,24.
A empresa, em sua propaganda, realça que é uma oportunidade única para reservar um vinho excepcional.
“Um vinho singular, especial para amantes de vinho. Conheça o conceitual Sesmarias, elaborado com uvas da lendária safra de 2018.
Faça sua reserva e garanta um ícone para a sua adega”

”…lendária safra 2018”?
Quanta picaretagem...... Desde quando o Brasil produz uvas “lendárias”

Já imaginaram se a moda pega?
“Reserve já seu lendário Chapinha 2018

A empresa acredita piamente na imbecilidade do consumidor e até faz doce limitando a venda de “apenas” 6 unidades para cada CPF

O eno-tonto somente poderá adquirir 6 garrafas do vinho suruba.

O “lendário” Sesmarias é uma verdadeira suruba de castas e de nações: A Miolo botou, no mesmo caldeirão, Touriga Nacional, Tannat, Petit Verdot, Merlot, Cabernet Sauvignon e (ufa) Tempranillo.


Então, caro eno-tonto, você compra, agora, em 2018, 6 garrafas de “Sesmarias”, desembolsa R$ 2.539, 44 (estes 44 centavos me intrigam....) e recebe a mercadoria, com o diploma de eno-tonto do ano, em 2020.

Mais uma coisinha: O “Sesmarias” não é hiperbólico somente no preço.....

O “Sesmarias” apresenta nada menos do que 15,8º de álcool.

A Miolo não declara, mas minhas fontes revelaram que os quase 16º são necessários para deixar o comprador bêbado o mais rápido possível e assim esquecer a ferrada que levou.

Ainda mais descarados e falsos são os comentários dos Miolo-Boys no “Facebook”

Axel Novo Este é o Romanée-Conti do Brasil, apenas produzidos em grandes safras, está é apenas sua 3ª edição em 2 décadas. É feito para os seres normais achem caro, pois são poucas garrafas e quem tiver a capacidade e competência de achar que vale apena irá pagar! O restante das pessoas apenas ficará imaginando como é este vinho....

Dionísio Ramos Caganèe-Bosti hahahahahahahameiau
Tri
Axel Novo Para alguém graduado nos cursinhos ABS, de 6 meses e pôs graduado com wst que duram 3 dias pode até ser, mas para nós, os verdadeiros profissionais da enologia "os enólogos" este vinho brasileira é sim uma expressão de alta enologia e competência do vinho braseiro.

Dionísio Ramos Tá levando quanto para dizer tantas sandices
0
Axel Novo Não são sandices, apenas estudo e profissionalismo!!! Coisa de de quem fez uma faculdade sobre vinho, sei que não entende.


É impossível reproduzir todos os comentários fajutos, mas os do “enólogo” são impressionantes.

Não consigo esquecer as palavras do Diego Arrebola em uma das muitas diatribes que tivemos

O mundo do vinho no Brasil, lentamente, está mudando, sim! E você gostando, ou não, profissionais como a Gabriele Frizon, a Daniela Bravin e eu somos parte dessa mudança”.

Caro Arrebola, você pode até ter sucesso em sua quase quixotesca jornada, mas gostaria de saber como poderá mudar o panorama vinícola nacional.

 Vejamos: 80%, da produção brasileira de quase-vinhos, continuam sendo vinificados com uva não vinífera (Sangue de Boi, Chalise, Chapinha”, Cantina da Serra, Gões etc.)

  Os produtores-predadores não desistem e continuam insultando os consumidores, com preços irreais e escandalosos.

Alguns exemplos brasileiros e europeus

Cave Geisse “Brut 2002” R$ 800,00
Champagne Brut Réserve - Billecart-Salmon
37,00 €


Lídio Carraro “Singular Nebbiolo” R$ 320,00

Barbaresco DOCG 2015 - Produttori del Barbaresco

26,80 €


Lidio Carraro “Grande vindima Tannat” R$ 320,00

Pericó “Vinho do Gelo” R$ 298,00

Pirineus “Uma Aberração de Tão Bom BandeirasR$ 175,00
  Vinchio Vaglio Serra - La Leggenda - Barbera d'Asti D.O.C.G. 5,70 € tasse incl.



Valduga “Luiz Valduga” R$ 400,00

Marco Danielle Tormentas “Ambar 2014” (Sauvignon) R$ 360,00.
Pouilly-Fumé 2012 Eric Louis 23,00
Vamos continuar bebendo menos de 2 litros per capita/ano e culpando os altos impostos
Dionísio


sábado, 13 de outubro de 2018

88ª FIERA DEL TARTUFO D'ALBA


 


Todos os finais de semana, do dia 6 de outubro até 25 de novembro, Alba receberá milhares de turistas, de todos os cantos do mundo.

O motivo?

 A 88ª “Fiera del Tartufo”.

Famoso, apreciado, raro e caro, o “Tartufo Bianco D’Alba” esconde alguns segredos e muitas malandragens.
 

Há quem acredite que os “Tartufos” são todos iguais, que podem ser comprados em qualquer lugar e que a qualidade é sempre a mesma.

Pois bem, este “entendedor” é um sério candidato a levar uma solene entubada.

 Não é a primeira vez que alerto os brasileiros sobre as malandragens que são praticadas pelos malandros italianos e hoje resolvi traduzir um excelente artigo do jornal “Il Sole 24 Ore” que trata do assunto.

 


A COR: Todas as tonalidades, desde o amarelo ao verde claro, são válidas. Um tartufo com reflexos amarronzados ou alaranjados pode ter sido encontrado há mais de uma semana. A cor é muito importante e infelizmente, para melhorar a aparência do produto, alguns vendedores espertinhos recorrem aos corantes alimentares ou até “passar” o tartufo na farinha de milho.

OS BURACOS: Não são indicativos de má qualidade, mas são pouco apreciados pelos compradores menos espertos e neste caso os vendedores praticam outra malandragem: Enchem os buracos com terra compactada. É bom verificar com cuidado para não pagar uma fortuna pelo barro.
 

COMO CONSERVÁ-LO: Antigamente nossos avôs os conservavam no arroz, mas é um erro: O arroz absorve toda a umidade do tartufo. O correto é envolve-lo em um pano, colocá-lo na geladeira, em um pote de vidro fechado e consumi-lo o rapidamente possível.  
 

Minhas dicas: Antes de ser sodomizado nos restaurantes brasileiros verifique se o tartufo deu a volta ao mundo em 15 dias.

Se assim for, o melhor é preservar a integridade física.
 

Bacco

terça-feira, 9 de outubro de 2018

GRIGNOLINO 2


A Grignolino, casta autóctone antiguíssima, era conhecida, já no século XIII, com o nome de “Barbesino” e somente em 1700 assume o nome atual.

O Grignolino até os anos 1970 gozou de grande sucesso, mas a partir da década seguinte começa seu declínio.
 

Os motivos: Casta muito trabalhosa seja na vinha que na adega.

Muito sensível às doenças, não se adapta aos terrenos muito férteis e os cachos não emadurecem uniformemente.

É muito comum, na colheita, encontrar cachos com bagos escuros, rosados e verdes o que denota maturação totalmente diferente.
 

Na adega o discurso não muda: O Grignolino é um vinho muito delicado que não suporta tratamento invasivos e até nas trasfegas, clarificações e filtrações é necessário muito cuidado.

O Grignolino é um vinho muito trabalhoso, instável e somente continua a ser vinificado graças à teimosia e quase heroísmo dos produtores da província de Asti e Alessandria.

Os produtores de Grignolino, nos últimos anos, veem seus esforços serem recompensados pelas mudanças das tendências dos consumidores que se cansaram de beber vinhos pesados, encorpados, impenetráveis.
 

 Os conhecidos e cansativos “internacionais parkerianos” (todos iguais).

Os enófilos já não seguem cegamente a ditadura do mercado, dos formadores de opinião e já não são “consumidores manada” (todos na mesma direção).

 A tendência, hoje e ainda bem, é a busca por garrafas produzidas com castas autóctones, bem identificáveis e que exprimam um terroir específico.

Não foi por acaso que na Itália, na última década, reapareceram dezenas de vinhos que havias sido praticamente cancelado da memória.
 

Timorasso, Gamba di Pernice, Pelaverga, Pecorino, Nieddera, Pignoletto etc. são algumas das ótimas “descobertas” que vieram para ficar e que ora se juntam às mais renomadas.

O Grignolino é representado por duas DOC: Grignolino d’Asti e Grignolino del Monferrato Casalese.

Na DOC “Asti” são produzidas cerca de 1.200.000 garrafas e na DOC Monferrato Casalese 340.000.

As duas DOC são válidas apesar de algumas diferenças: O Grignolino D’Asti é mais perfumado, mais claro e deve ser consumido jovem.
 

 O Grignolino del Monferrato Casalese tem mais estrutura é mais tânico e resiste a um moderado envelhecimento.

O Grignolino, assim com Freisa e Ruché, é um vinho se ama ou se odeia..... Eu amo.
 

Uma dica para os brasileiros que em outubro e novembro costumam visitar Alba e aldeias vizinhas para comer trufas e beber Barolo e Barbaresco: Algumas taças de Grignolino, Pelaverga, Gamba di Pernice, Timorasso, Freisa e Ruchè não fazem mal algum.

Os produtores de bons Grignolino?
 

Aqui vão algumas vinícolas que recomendo sem medo: Liedholm, Accornero, Gaudio, Castello di Gabiano, Braida.
 

Provem e comentem.

Bacco