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quinta-feira, 22 de março de 2018

LÁGRIMAS DE CROCODILO



Li a entrevista de Adriano Miolo, nas páginas da "Isto é" e quase caí no choro.
 

É comovente ver o "desânimo" de um industrial, produtor de milhões e milhões de garrafas, dezenas e dezenas de etiquetas e com um faturamento anual de R$ 150.000.000.
 
 
 

É de doer no coração.

 Como de costume o governo, que quer acabar com o quase-vinho do Brasil,  é culpado pela "crise" do setor.

Nem uma palavra sobre financiamentos do BRDE, lucros fantásticos, obtidos durante décadas, lucros que permitiram aos Miolo se transformarem, de vendedores de uva, para Martini & Rossi, em proprietários de quase 1.500 hectares de vinhedos.
 

 Dos preços vitaminados de seus produtos, da qualidade duvidosa de suas garrafas, nem uma palavra.

O governo, sempre e apenas o governo, é o culpado.

Enquanto Adriano Miolo (logo ele) se queixa do governo, dos impostos, da concorrência dos importados, do mercado e de todos os percalços do vinho nacional, os franceses comemoram o aumento de 6,6% nas exportações do Champagne.

O valor das exportações alcançou 2,8 bilhões de Euros.
 

Como sempre, em primeiro lugar, o maior importador, com quase 600 milhões de Euros, os Estados Unidos, em seguida o Reino Unidos com 415, Japão com 306, Alemanha com 196 e Itália com 152.

Boa qualidade e preços condizentes (um ótimo Champagne custa menos do que um Geisse, Valduga, Miolo etc.) são os "segredos" do eterno sucesso do vinho francês.
 

Gostaria de lembrar, ao Adriano Miolo, que não conheço e ninguém conhece um único vigneron da Champagne (e de outras regiões) que, de vendedor de uva para terceiro, em 30 anos tenha conseguido criar um império produzindo vários milhões de garrafas.

 É difícil imaginar os Miolo, mesmo com um empurrão da grana do Galvão e Randon, vendendo cachos para as grandes maisons e, em 30 anos, conseguir, de fornecedor de matéria prima, se transformar em produtor de milhões de garrafas de Champagne na região de Epernay, Reims, Passy-Grigny etc.

Seriedade, tradição, técnicas vinícolas, respeito aos consumidores, são alguns dos ingredientes que colaboraram e colaboram para o incrível sucesso do Champagne.
 

Enquanto isso, no muro das lamentações da Serra Gaucha, os lacrimejantes Adriano Miolo e Cia continuam produzindo e vendendo, aos consumidores brasileiros (coitados....), Chalise, Sangue de Boi, Mioranza, Cantina da Serra e outras tremendas bostas.

O consumidor, aquele que viajou para o exterior e descobriu etiquetas importadas, percebeu que os vinhos nacionais não são, por exemplo, "O segundo melhor espumante do mundo".

O consumidor já é não tão otário e já não compra, tão facilmente, vinhos nacionais de 40-80-100-800 R$.
 

Cave GeisseBrut 2002


180 meses - 15 ANOS de guarda


Explorando o potencial do Terroir de Pinto Bandeira resumido em um espumante.




R$800,00
 

Enquanto isso os nossos bravos industriais (sim, industriais e não viticultores) reclamam dos impostos, concorrência dos importados, falta de incentivos.

 Mudar a mentalidade predadora?

Nem pensar!

Acabar com vinhos de vitis labrusca?

Nunca?
 

Para onde iria nosso lucro?

Não sei por que, mas acredito que os Miolo e Cia têm muita saudades dos anos 70/80 quando os militares , com a aguda visão que possuíam, instituíram e incentivaram a reserva de mercado dos produtos de informática e..... o Gurgel

 Deu no que deu.
 

Se continuarem produzido espumante nacional de R$ 800 (que vergonha!) e tremendas bostas como Canção, Cantina da Serra, Catafesta etc. os industriais, dos quase vinhos nacionais, vão acabar sem lágrimas para chorar.

  Dionisio  

  

 

 

4 comentários:

  1. Sem falar que o Ibravin deu para considerar que vinho de vinífera e vinho de labrusca é tudo a mesma coisa...

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    Respostas
    1. Onde isso? Se for verdade ...um absurdo.

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    2. De um tempo pra cá todas as notícias que o Ibravin divulga eles somam o vinho fino ao comum... (http://www.ibravin.org.br/Noticia/setor-vinicola-retoma-vendas-e-encerra-2017-com-alta-de-5-6-/341)

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    3. Nossa, vou encorporar aos resultados da minhas empresas as vendas realizadas, as vendas que gostaria de ter feito, os calotes...somar tudo que da um baita resultado.

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