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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

SEXTA FEIRA 13


Qual terá sido meu pecado, minha culpa, para merecer tanta penitência?

Sexta feira, dia de "pre-relax".

Almoço com os amigos, alegria, risos, taças vibrantes, descontração....
 
 

A última sexta feira parecia percorrer felizes e consuetos caminhos.

"Vamos tomar a última em minha casa"

Um dos convivas, para encerrar com chave de ouro a jornada, convidava para a "saideira" em sua residência.
 

"Com uma condição: Uma prova de vinhos às cegas".

Nenhuma contestação, nenhuma oposição; a alegre caravana rumou até a casa do amigo.

A mesa, já preparada, denunciava que a degustação proposta fora premeditada com bastante antecedência.

Dois brancos e um tinto.

 Garrafas envoltas em papel alumínio, para preservar o anonimato, esperavam nossos votos.
 
 

O primeiro vinho, que tentei degustar, um branco quase incolor, me convenceu que aquela seria uma "Sexta Feira 13" promovida pelo anfitrião "Jason"

  Não precisei levar a taça à boca para perceber que aquele líquido quase incolor era uma frustrada tentativa enológica para produzir um pavoroso Sauvignon: Um festival de aromas artificiais produzidos em laboratório.
 

Tomei um pequeno gole e percebi ser impossível repetir a dose.

Tentei lembrar um Sauvignon pior, mas, talvez entorpecido por aquele intragável líquido, não consegui.... o pior quase-Sauvignon que provei em toda a minha vida.
 

Passei para o segundo branco.

A cor, um pouco mais dourada e o aroma lembravam o Chardonnay.

Para dirimir dúvidas, mais uma vez levei a taça ao nariz para e..... "É um Chardonnay. Um Chardonnay de terceira categoria, mas lembra o Chardonnay"
 
 

Meu anfitrião-algoz confirmou que o segundo branco era um Chardonnay.

Se no nariz me havia levado a classificar aquele vinho como "Chardonnay de terceira categoria", o paladar confirmou a classificação.

 Continuei: "Não sei quanto este vinho custou, mas perde de goleada para o "Cosecha Tarapacá". Presumo, então, que 20/25 reais seria um preço quase justo"
 

O terceiro desafio era, como já afirmei, um tinto.

Cheirei, rodei a taça, cheirei novamente, provei e não consegui decifrar aquele vinho.

Escuro, quase impenetrável, indecifrável.
 
 

 Aquele tinto exalava álcool, eucalipto e muita madeira,  madeira para ninguém botar defeito (chips?)

Defeitos? O tinto tinha um rosário......

Difícil, o primeiro gole já não recomendava  o segundo.

Uma única e clara característica: vinho produzido para agradar os ainda remanescentes amantes da madeira, da marmelada e do paladar parkeriano.

Elegância? Zero

Prazeroso? Zero
 

Equilibrado? Zero

Fineza? Zero

"Un vino che fa cagare" (uma bosta).

Quando terminei minhas ponderações o anfitrião sorriu e "desvendou" os três mistérios.

1) Sauvignon Blanc 2014 Guaspari
 

2) Leopoldina Gran Chardonnay 2015 Valduga
 

3) Syrah Vista da Serra 2014 Guaspari
 

O "Gran Chardonnay" da Valduga é um velho e pretensioso conhecido.

Ridículo e banal, já na etiqueta, onde a Valduga o classifica "Gran", o Chardonnay gaúcho não consegue, como afirmei anteriormente, nem se ombrear ao Cosecha Tarapacá e , pasmem, custa o triplo.

Já sei, já sei...... os impostos.

A próxima matéria: Guaspari e suas "MERDALHAS"

Dionísio

 

 

8 comentários:

  1. Gran Chardonnay kkkkkkk, o syrah da Guaspari também custa uma fortuna!!!!!$$$$$$$$

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  2. assino embaixo. os dois nem-perto-de-serem-vinhos da Guaspari (110 reais o branco, 160 o tinto) são as duas piores merdas enológicas que bebi na vida adulta.

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    Respostas
    1. Sauvignon brasileiro por 110 temerosos? Compro neozelandeses e até do Loire por este valor. Syrah por 160? Dá para comprar bons portugueses e até do Rhone, como alguns Crozes Hermitage, Saint Joseph, Gigondas etc. Somando-se à questão qualidade, será que eles acham que conseguirão competir com vinhos de outros países cobrando estes preços? Só com salvaguardas.

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    2. e olha que esse é o preço na loja da "vinícola", ainda vai ter frete em cima. em Brasília, esse sauvignon blanc de merda tá em "promoção" de 145 por 125.

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  3. Espirito santo do pinhal he conhecido por ser produtor de cafe e de mulher feia e bebada. Quando foi a ultima vez que alguem viu cafe e vinho bom sendo produzidos no mesmo terroir? Ainda assim qualquer um tem o direito de produzir o que quiser onde quiser.

    Para mim o problema dessa turma que produz quase-jamais-serao-vinhos he a maneira como vendem o produto: Usando palavras e termos desonestos para promover algo tao descartavel (categoria lixo hospitalar/residuo de usina nuclear) e vulgar (do RGS ate o nordeste, assim que se vende vinho no pais); atraves de criticos --qualquer um hoje em dia -- totalmente incompetentes e/ou desonestos. No caso dos criticos ate entendo que precisam ser convidados para almoco e jantares para economizar na aposentadoria, nao podem sair falando mal dos produtos/produtores, mas nao precisam falar tao bem de tanta coisa ruim. Talvez o maior erro dos criticos/comerdaristas de plantao.

    De resto fica a mensagem que o brasileiro he trouxa com medalhas: Pelo preco que paga em vinhos, ainda mais desse tipo da degustacao e da maneira como conhecimento e informacao nao caminham nessa terra; ainda ha quem pense que vinho bom pode ser feito em Sao Paulo, em Goias, no Pernambuco, em Mato Grosso... Em suma, esses enofilos tem mais que comer foie grass de urubu mesmo e pagar caro. Eno-chifrudos.

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  4. Boa tarde Bacco ou Bocca sei lá quem é quem..... mas concordo com muito do que foi falado, o sauvignon blanc Guaspari é bem mineral, o leopoldina fa cagare mesmo ja o tinto quando provamos precisou de decanter e bem uma hora...... será que pode ter ajudado no desgosto, só na sua vez???? quando custava 104,50 ainda dava pra engolir aqui ja foi 162,50 e agora 230,50 é pah akaba kkkkkk Abraço

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  5. Caras, vocês sabem TUDO!!!!!!

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  6. Nunca provei esses vinhos mas já os preços me afastam definitivamente de qualquer vontade de comprar!
    Em comparação pode se achar um Sancerre para 115, um chablis para 155 ou um crozes-hermitage para 155 também no magnumclub

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