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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

ETNA BIANCO


 


Bebi, pela primeira vez, o Etna Bianco "Tenuta delle Terre Nere", no "Nanin", meu restaurante preferido de Chiavari.
 
 

O chef Marco, além de grande interprete da cozinha lígure, é um tremendo apreciador e conhecedor de vinhos.

Marco não erra uma!

Da adega do Nanin já bebi Chevalier Bâtard Montrachet, Clivi di Brazan, Coroncino, Montepulciano D'Abruzzo, Etna Bianco etc.

A última grata surpresa que provei no "Nanin" foi um Etna Bianco.

 

 É, justamente, sobre este vinho que gostaria de escrever algumas linhas.

A Sicília, esplendida ilha italiana, rica de história, cultura, tradições é, também, uma região de ótima gastronomia e grandes vinhos.

Na Sicilia há inúmeras uvas autóctones: Nero D'Avola, Frappato, Nerello Mascalese, Nerello Cappuccio, Catarratto, Inzolia, Zibibbo, Carricante, Grillo etc.
 

A ilha possui um enorme patrimônio enológico e não precisaria "importar" uvas internacionais para conquistar mercados, todavia, vários produtores, imediatistas e de curta visão, tentaram transformar a Sicilia em uma nova Califórnia.

Resultado: um dos piores Chardonnay, que bebi na minha vida, (nacionais exclusos) foi produzido pela siciliana, Planeta: PAVOROSO!

Vamos falar então de vinhos sicilianos sérios....

Uma das mais belas cidades da Itália é Taormina

Sentado na escadaria do milenar teatro romano, de Taormina, é possível apreciar uma paisagem de tirar o fôlego.
 

O cartão postal une a cidade, o mar e o Etna nevado, no horizonte.

O gigantesco Etna parece pouco distante, mas 60 km o separam de Taormina.

Percorri as estradas do Etna e recomendo, aos turistas que se aventurarem na região, um guarda roupa de roupas escuras: As terras vulcânicas são pretas.

O Etna, o vulcão mais alto (3.276 m) e mais ativo da Europa, com suas contínuas erupções transformou o território de suas encostas em uma complexa colcha de retalhos onde, em apenas algumas centenas de metros, é possível encontrar terrenos com características totalmente diversas.

 
A viticultura, em uma paisagem quase lunar, só poderia ser do outro mundo.....

As vinhas de Nerello Mascalese, Nerello Cappuccio, Carricante Catarratto, típicas do Etna, são cultivadas nas encostas do vulcão entre 400 e 1.000 metros de altitude.

Tal altitude provoca, durante o verão siciliano, excursões térmicas de até 30 graus.

As uvas Carricante e Catarratto, utilizadas na vinificação do "Etna Bianco", são cultivadas em apenas 4% da superfície do Etna.
 

 Os 96% restantes das vinhas são de Nerello Mascalese e Nerello Cappuccio cujas uvas são utilizadas na produção do "Etna Rosso".

O "Etna Bianco" é um vinho escasso e caro (para os padrões italianos) e uma garrafa de prestígio pode alcançar os 30/40 Euros.

O "Etna Bianco" 2015, que provei no "Nanin", o branco "base" da vinícola "Tenuta delle Terre Nere" (quinta das terras pretas), é uma assemblage de Carricante, Catarratto, Inzolia, Grecanico, Minnella.

Vinho de extraordinário frescor, bem seco, aromas que lembram tomilho, cítricos, flores.

Na boca é persistente, agradável, sedutor. 

Grande vinho.

O vinho "base", da "Tenuta delle Terre nere", aguçou minha curiosidade e, apesar do preço salgado (34 Euros), a tentação acabou vencendo e comprei uma garrafa do "Etna Bianco Cuvée delle Vigne Niche" 2012.
 

O "Vigne Niche" é vinificado com 100% de uvas "Carricante" provenientes de quatro pequenas vinhas da propriedade.

O "Vigne Niche" fermenta e afina em tonéis de madeira de 1.000 litros.

A madeira, bem dosada e bem usada, confere ainda mais complexidade ao "Etna Bianco".

O vinho, quase "gordo" na boca, é fresco, fácil de beber, complexo e muito elegante

O "Etna Bianco Vigne Niche" entrou na minha galeria de grandes vinhos.

O impossível acontece......

Visitando um amigo, a conversa, como sempre, enveredou pelo caminho dos vinhos.

"Acabei de receber duas garrafas desse vinho. Você conhece?"

Para minha surpresa o amigo estava segurando uma garrafa de "Etna Bianco Vigne Niche" 2010.

"Onde você comprou ?", indaguei.
Na Mistral que está liquidando e paguei R$ 139. O preço está bom?
 
Caros amigos, é a primeira vez que vejo uma importadora vender vinhos quase pelo mesmo preço que eu pago na Itália.

O "Vigne Niche" custa, na Itália, 35/40 Euros.

Sem delonga e quase voando fui ate a Mistral de Brasília e arrematei as 4 garrafas "Etna Bianco Vigne Niche" 2010 que ainda havia no estoque.

Só há uma explicação: O preço está barato talvez por falta de informação do "sommelier" da casa que, certamente, desconhece a longevidade do "Vigne Niche".

 Ainda bem que os profissionais da Mistral não conhecem o Etna Bianco..... O Etna Bianco 2010 está saindo da puberdade.
 

Se encontrarem, ainda algumas garrafas, comprem correndo

Bacco 

 
 
  

 
 
 

 
 

 

 

14 comentários:

  1. Estimado peste, nao vejo da minha sacada gourmet como comprar etna bianco por aqui, mas etna rosso, sim. Alguna sugerencia que vossa insolencia tenha degustado na terra santa? Ao menos por essas bandas de ca os etna rosso doc sao bem baratinhos...

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    1. Sugerencio o Etna Rosso Tenue dele Terre Nere o da Cantina Benanti. O benanto é menos alcoólico. Manda ver

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    2. Fuck yeah. Achei o bianco mais ou menos perto de casa, mas o rosso esta no bolso. Grazie tanti.

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  2. Big Rat só para passar raiva....Quanto custam?

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    1. U$ 18.00 a $ 20.00 (rosso terre nere)
      O rosso tomo e posto logo. Bianco dara um pouquinho de trabalho...

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  3. olha a piada pronta...

    http://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/paraguai-e-o-maior-importador-de-vinho-brasileiro.html

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    1. hahahahaha....os gaúchos exportam para os quem entendem de vinho: Paraguaios

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  4. Muito cuidado, ano passado comprei alguns vinhos na promoção da Vinci. Alguns estavam lixados. Lembro perfeitamente de um Fiano di Avelino Colli di Lapio 2009. O 2008 estava íntegro, mas o 2009....

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    1. É verdade ,mas olhei contraluz e a cor era boa

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    2. Mas isso pode acontecer com qualquer vinho, em promoção ou não.

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  5. Olá, vi um etna bianco 2011 no último lote da mistral por R$ 152 e um rosso por 98, peguei, mas será que fiz um bom negócio? É tão difícil bebermos vinhos europeus aqui em casa que, depois de ler seus comentários, não resisti... Abraço, Karen.

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  6. Ah, o rosso é 2012, ambos terre nere... Aliás, só por curiosidade, você se preocupa muito com as safras ou se fia mais na reputação da vinícola? Obrigada!

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    1. Karen, vou escrever um post respondendo aos seus comentários.

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