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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

A ADEGA DO LORD NELSON




Se a incrível variedade de destilados raros que podem ser encontrados no "Lord Nelson", impressiona o que dizer da adega do local?

Para ter acesso à adega do "Lord Nelson" é preciso descer até o subsolo, abrir uma porta de ferro e, sempre acompanhado por um funcionário, "garimpar" o local.

Alex Molinari há alguns anos se desfez de parte do seu estoque de vinhos e racionalizou sua carta.
 
 
 

Nos tempos atuais o turismo da riviera italiana sofreu mudanças radicais e os milionários, que nos anos 60-70-80, ancoravam seus iates há poucos metros do "Lord Nelson", já não existem.
 

Manter caixas e caixas de caríssimos vinhos, franceses e italianos, principalmente, não faz mais sentido e representam apenas um capital parado mofando nas prateleiras da adega.
 

Alex, todavia, é um sentimental e a lembrança do pai, falecido prematuramente, pode ser percebida, claramente, nas etiquetas, adquiridas pelo genitor que ainda permanecem na cantina
 

Algumas garrafas, verdadeiras peças de museu, dormem intocadas, empoeiradas em seus nichos quase em desafio ao tempo, lógica e o bom senso.

Garrafas de Barolo, Barbaresco, Amarone, dos anos 50-60-70, dividem o espaço com as de Montrachet, Romanèe-Conti, Champagne, Porto, Sassicaia, Ornellaia, Masseto, Vega Sicilia e inúmeros Grands Crus de Bordeaux.
 

Uma verdadeira festa para os olhos dos enófilos.

Se os olhos fazem festa o mesmo não ocorre com os bolsos.....

São garrafas quase proibitivas para comuns mortais e com a prisão de políticos e empresários brasileiros, corruptos e corruptores, restam, como possíveis clientes, os políticos e empresários russos da mesma laia.
 

Já provei na companhia de Alex e do amigo comum, Franco Bertolone, algumas garrafas dos anos 60 que me deixaram sem palavras e sem respiração, mas minha sorte não pode ser eterna....

Antes que eu mesmo vá para a eternidade sugeri ao Alex a realização de degustações de suas preciosas garrafas.
 

 Duas ou três vezes por anos, pequenos e selecionados grupos, pagando o preço justo, se reuniriam para degustar suas raras e caras garrafas.

Alex Molinari, proprietário do Lord Nelson, também presidente da AIS-Liguria, não descartou a sugestão e afirmou que pensaria no assunto.
 

Quando e se as degustações acontecerem, avisarei.

Se algum amigo de B&B estiver de passagem pela Ligúria, não pode perder a ocasião.

 

Bacco

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A INCRÍVEL ADEGA DO "LORD NELSON"




Todo final de ano a AIS Ligúria (Associação Italiana Sommeliers Região Ligúria) festeja o final de suas atividades com um jantar comemorativo.

O local escolhido, quase sempre, é o restaurante "Lord Nelson" em Chiavari.



Sempre que posso participo do evento e no final de 2016 foi possível marcar presença.

Os vinhos escolhidos, para regar o jantar, foram os produzidos pela vinícola piemontesa "Poderi Colla".

 Antes do jantar, Tino Colla,  um dos proprietários da vinícola de Alba, em longo discurso apresentou seus vinhos e sua empresa.

 

Confesso que, apesar da apologia, os vinhos dos Colla não me entusiasmaram e nem os badalados "Barbaresco Roncaglie" e o espumante "Piero Colla" conseguiram mitigar minha decepção.

 Os vinhos me decepcionaram, mas para meu deleite e alegria o local escolhido para cocktail de "Boas Vindas", mais uma vez, foi a adega do "Lord Nelson".

 

 A adega do restaurante de Chiavari, há anos e como sempre, é uma festa para olhos de qualquer enófilo sério.

O "Lord Nelson" é um local histórico.

 Sem medo de errar e sem sombra de duvida, o "Lord Nelson" é o bar-restaurante que possui uma das melhores cartas de vinhos, licores, whisky, rhum etc., que já vi em toda minha vida.

Há alguns anos, antes da crise italiana, a lista era mais extensa, mais farta e as etiquetas, que custavam milhares de Euros, eram mais numerosas, mas e apesar do vigoroso "desbaste", ainda hoje impressiona.

 

Para que se tenha uma idéia da riqueza de etiquetas raras, que o local ainda conserva, gostaria de narrar uma pequena história.

Certa vez (anos 1990) no bar do "Terraço Itália", em São Paulo, me serviram um whisky: "The Balvenie" de 18 anos.

 

Fulminante amor ao primeiro gole!

No dia seguinte, em uma loja da capital paulista, encontrei e comprei algumas garrafas do destilado que me havia impressionado.

Sou um "péssimo" bebedor de destilados e uma garrafa de uísque pode durar meses e às vezes, anos.

Quando o meu estoque acabou, muitos anos depois, tentei comprar mais algumas garrafas.

Sem sucesso: Nunca mais encontrei o "The Balvenie" e nem sei se ainda é produzido.

 

Chiavari 2014.

Certa noite, após um jantar no "Lord Nelson", Lorenzo, o competente sommelier da casa, perguntou: "Um Armagnac?"

Lorenzo conhece minha "fraqueza" pelo destilado francês e eu conheço as incríveis etiquetas de Armagnac que o "Lord Nelson" custodia com justificado ciúme.

 

Sem pensar e quase num devaneio, respondi "Hoje gostaria de terminar a noite com um whisky que bebi e que nunca mais encontrei. Você conhece o "The Balvenie" 18 anos?".

"Aquele whisky com a garrafa bojuda parecida com o Matheus Rosé? Eu acho que ainda tenho uma em algum lugar".

Lorenzo desapareceu pelos "esconderijos" do "Lord Nelson", que só ele conhece e em poucos minutos retornou com uma garrafa do "The Balvenie" 18 anos.

 

Até hoje meus jantares no "Lord Nelson" terminam com um pequeno gole de "The Balvenie" 18 anos.

A pequena história é uma amostra do que é possível encontrar no "Lord Nelson" quando se fala com Lorenzo.

 

No "Lord Nelson" há garrafas de sonho, raríssimas.

  Os amigos poderão conferir as "raridades" através fotos anexas.

 

Uma parada no "Lord Nelson", um papo com o Lorenzo..... sempre a certeza  de magníficos gole.

 

Confira

Na próxima matéria os vinhos do "Lord Nelson"

sábado, 28 de janeiro de 2017

ÓI NÓIS AQUI TRAVEIS


"..... Voceis pensam que nóis fumos embora Nóis enganemos voceis Fingimos que fumos e vortemos Ói nóis aqui traveis"
 

È sempre bom recordar o grande Adoniran e suas músicas.

Após uma pausa, para aguardar o que 2017 nos traria de bom, "vortemos".

2017, por enquanto, de bom não apresentou nada e apenas Trump, meu mais novo ídolo, deu uma sacudida no mofo que cobre o mundo da política.

 Trump é a verdadeira face dos EUA.
 

 Nacionalista radical, Trump, quer a América em primeiro lugar, em segundo, terceiro e o que sobrar do banquete pode ser compartilhado pelos outros.

Filosofia Trump: "Nos somos os melhores e maiores e o resto, México em primeiro lugar, que se f......"
 

Não é um exemplo de boas maneiras, mas, pelo menos, Trump é Trump.

No mundo do vinho há muito mais "Geddels Vieras" do que Trump.

No mundo do vinho ha tanta falsidade e picaretagem que parece ser liderado pelos piores políticos nacionais.
 

Começo o ano comentando duas picaretagens nacionais e uma italiana.

1ª picaretagem: Leio, no blog do Jeriel, que a "Vinícola Campos de Cima" ganha prêmios e mais prêmios, com seus vinhos e o destaque são seus espumantes.
 

Gosto do Jeriel.

O Jeriel informa bem, mas me ocorreu uma dúvida: Quem é e onde se localiza a "Vinícola Campos de Cima?

O "santo" Google dissipa minha ignorância.

Nossa premiada produtora de vinhos possui 15 hectares de vinhas em Caçambará e a sede, onde as uvas são processadas, é em Itaqui.

Jeriel me informa que 100 longos quilômetros separam a sede dos vinhedos.

O "santo" Google Maps afirma que a distância, entre as duas localidades, é de "apenas" 55 km.

É provável que as uvas sejam colhidas no território de Caçambará e sacolejem, no final das contas e na média, 80 km.

Uvas sacolejando em caminhões e percorrendo 80 km de estradas brasileiras, no calor do verão gaucho, correm o risco de iniciar a fermentação antes de chegarem à adega.

 
 Vamos ser bonzinhos e acreditar que a "Campos de Cima" transporte as uvas à noite ou em caminhões refrigerados, mas apenas a uvas Merlot, Tannat, Shiraz e Cabernet Sauvignon, têm a sorte de viajar, cômoda e rapidamente, 80 km.

As primas Viognier e Ruby Cabernet, para se transformarem em quase vinho, deverão percorrer 600 km até a Embrapa de Bento Gonçalves.

Não posso acreditar que o sol gaúcho seja clemente e poupe as uvas da "Campos de Cima".

Acredito, sim, que os cachos já iniciem a fermentação ao passarem por
Santa Maria....
 

A "maratona" vinícola não se limita às cidades de Itaqui e Bento Gonçalves.

 As campeãs maratonistas, Chardonnay e Pinot Noir, viajam (será?) até Pinto Bandeira para serem processadas pela Geisse (a Geisse adora meias verdades e meios-vinhos)

 As uvas, depois da prova de ironman, apesar de suadas , cansadas e fervendo, revelam um espumante rosé de primeiríssima qualidade e ganhador de prêmios.
 

Minha opinião: Não é possível produzir grandes garrafas dessa maneira e a propalada qualidade dos vinhos maratonistas, da Campos de Cima, fica por conta do diretor Pedro Candelária e seus devaneios etílicos "...... Atualmente, somos responsáveis pela elaboração de vinhos ímpares no país. Bebidas que expressam o alto nível de qualidade do mais novo terroir do Sul do Brasil”,

Candelária, conta outra que meu boi já dormiu.
 

Dionísio

PS aguardem a segunda picaretagem 2017.