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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A HORA E A VEZ DA BIONDI-SANTI



A Itália do vinho entrou definitivamente em liquidação e parece que até as mais renomadas etiquetas estão aguardando, ansiosamente, por compradores 

 No Piemonte, recentemente, uma das mais antigas, tradicionais e badaladas vinícolas da região, a Vietti, foi vendida para um grupo americano, dono de lojas de conveniência.
 

 Comentários indiscretos afirmam que há outras famosas vinícolas aguardando dólares.... .

Enquanto os comentários piemonteses não se concretizam, mais um duríssimo golpe se abate sobre o orgulho vinícola italiano, desta feita, na Toscana: A Biondi-Santi acaba de passar para mãos francesas. 
 

A Biondi-Santi não é uma vinícola qualquer; a Biondi-Santi é a vinícola que, pelas mãos de Clemente Santi, em 1865, "inventou" o Brunello di Montalcino.

A Biondi-Santi cede suas propriedades, "Greppo" (47 hectares) e "Pieri" (105 hectares), para o grupo francês, Christopher Descours (EPI) proprietário, entre outras, das etiquetas Piper-Heidsieck e Charles-Heidsieck.
 

Dizem as más línguas que o montante da negociação atingiu a bela soma de 200 milhões de Euros.

As boas línguas afirmam que a grana francesa alcançou os 300 milhões de Euros.

Ha anos a Biondi-Santi vivia uma briga com o semi-falido banco "Monte dei Paschi di Siena" por conta de antigos empréstimos e precisava de dinheiro vivo para se ver livre dos tentáculos (juros) da instituição.

Desde abril havia rumores que "Prada" e "LVMH" (Moet Hennessy Vuitton) estavam tentando comprar a Biondi-Santi, mas Jacopo Biondi-Santi, presidente da vinícola toscana, preferiu fechar acordo com a família Descours.
 

A folga financeira permitirá que a tradicional vinícola de Montalcino consiga crescer e aumentar sua atual produção de aproximadamente 80.000 garrafas/ano.

Espero, sinceramente, que a Biondi-Santi não se transforme, nos próximos anos, em uma nova "Banfi"......

 Aos enófilos e admiradores, das ótimas garrafas da vinícola toscana, recomendo uma corrida às antigas ampolas.
 

Bacco

10 comentários:

  1. Para mim a negociação ainda não havia sido concretizada. De qualquer forma, a notícia não é das melhores.

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    1. Alexandre, o Jacopo Biondi Santi se ferrou com o banco quando quis se aventurar na Maremma e edificou uma adega na região. O Sassalloro custou mais do que o previsto

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    2. Não tomei toda linha da Biondi Santi, mas é uma vinicula que não me empolga..
      Particularmente acho o Sassoalloro caro pro que entrega.

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    3. Concordo, assim como todo supertuscan

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    4. O Sassoalloro pode até não empolgar. Mas quem já bebeu um Brunello Biondi-Santi com uns bons anos, certamente dirá o contrário (ainda que se possa reclamar do preço exagerado).

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  2. Boa historia para business school ou de economia comportamental. P/ que investir mais do aguentaria se tudo nao desse retorno rapido e muito lucrativo? Superestimou o retorno, subestimou os perigos e perdas (parte da tese que deu nobel ao Kahnemman e o Amus em ...2002?).

    Quase todo empresario comete erros ao se aventurar em varias empreitadas. Genio da multiplicacao infalivel em tudo so ouvi falar de um: Lulinha.

    SDS, BTSD.

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  3. Bela postagem, parabéns. Bebi um Rosso da Biondi em confraria, e também não empolgou. Não sei se estava novo (creio que safra 2009, bebida no ano passado). Mas a minha dúvida é: dizem que o Rosso é o "irmão menor" do Brunello. A que se deve isso, exatamente? As uvas que não servem para Brunello, dentro do vinhedo, vão para o Rosso? Ou o vinhedo do Rosso é diferente? (inferior?) Existe algo abaixo do Rosso?
    Feliz Natal a todos os amigos.

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  4. É o irmão menor e mais jovem do Brunello. As uvas são as mesmas, as colinas idem, o território também. O que muda é a vinificação. O Brunello é vinificado para ter um longo envelhecimento e Rosso é um vinho mais pronto para beber. O Brunello só pode ser comercializado 5 anos após a vindima e o Rosso no ano seguinte.

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    1. Nada obstante há alguns Rossos que são melhores que alguns Brunellos... certo?

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