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sábado, 11 de junho de 2016

GRANDES VINHOS DO ABRUZZO



Você conhece os "Abruzzo e Molise"?

Já visitou esta região italiana?

Acredito que nem todos os amigos de B&B sabem do que estou falando.


Se fizermos algumas perguntas, sobre a região e seus vinhos, aos "mestres" da AB$, ou aos nossos sommeliers de araque, o resultado será sempre um silêncio sepulcral ou o cauteloso e manjado recurso de indagado da "Lava Jato": "Me reservo e direito de não responder".

Eu conheço e não preciso me calar...  
 

O Abruzzo é uma região montanhosa, do centro da Itália, famosa por seus parques e reservas que cobrem um terço de seu território, suas massa, seus cozinheiros (no vilarejo de Villa Santa Maria, além de seus 1.500 habitantes há uma das mais antigas e melhores escolas culinárias do planeta), o açafrão, os terremotos......

Lembram quando um tremendo terremoto destruiu Áquila, sua capital e maior cidade?
 

Quem nunca sentiu a terra tremer, não treme, mas eu, que fui até Aquila poucas semanas após o desastre e senti a terra balançar debaixo de meus pés, valentemente, entrei no carro e saí da cidade parecendo um foguete.

O Abruzzo não deve ser lembrado, todavia e apenas, pela triste desgraça.

Como já disse, o Abruzzo é pátria de grandes cozinheiros, ótima cozinha, massas de superior qualidade (muitos as consideram as melhores da Itália) e grandes personagens.

São abruzzesi ou descendente: O poeta Ovídio, Benedetto Croce, premio Nobel de literatura, Sergio Marchionne, presidente da Fiat, o poeta Gabriele D'Annunzio, o grande campeão dos pesos pesado Rocky Marciano (Rocco Francis Marchegiano), Dean Martin (Dino Paul Crocetti) e outros. 
 

O Abruzzo abriga em seu território, imensos parques naturais, panoramas de tirar o fôlego, montanhas imponentes e aldeias que parecem ter parado no tempo.

É impossível não se emocionar ao visitar Scanno, Barrea, Ortona, Sulmona, Pescasseroli e muitas outras localidades (eu tenho verdadeira paixão por Scanno).
 

 B&B é um blog cuja "especialidade" é comentar vinhos.

Vamos, então, deixar de lado, por enquanto, as informações turísticas e falar de garrafas.... 

Meu primeiro gole de vinho abruzzese, acredite se quiser, foi em Goiânia ainda nos anos 1980.

Havia, na capital de Goiás, uma loja de vinhos que, por razões óbvias, estava fechando as portas.

Os preços, mais que interessantes, me "obrigaram" a realizar um verdadeiro limpa de vinhos italianos e franceses.

Garrafas de Barbera, Barolo, Brunello, Soave, Verdicchio, Champagne, Chablis etc. pagas, embaladas e prontas para viajar.

Enquanto acomodava os últimos vinhos no porta malas o vendedor sugeriu: "O senhor não quer aproveitar e levar, também, algumas garrafas deste branco. Tenho três, se levar todas dou um desconto ainda maior".
 
 

 A estranha e circense etiqueta, anunciando o "Trebbiano D'Abruzzo Valentini", não me animou.

"O Trebbiano é um vinho banal e não vale o que você está pedindo".

Minhas experiências e conhecimentos, de então e do Trebbiano, não eram, exatamente, encorajadoras.

A Trebbiano, uva branca mais cultivada na Itália, além de vinificada em pureza, é adicionada à inúmeras outras castas e os resultados nunca são encorajadores.

Por um instante deixei de lado meu preconceito e cedi à insistência do vendedor: As três garrafas foram para o porta-malas do meu carro.

Não preciso dizer que o "Trebbiano D'Abruzzo", desde os remotos anos 1980, entrou a fazer parte das minhas preferências. 
 

Trebbiano D'Abruzzo: vinho sensacional, que envelhece como poucos (já bebi garrafas do Emidio Pepe de 1974 - 1980- 1990) e simplesmente, um dos melhores brancos da Itália.

Continua na próxima matéria

Bacco

 

3 comentários:

  1. Parla, peste.

    Nao resisto; vou falar de novo: A italia he uma delicia de pais lotado de historia importante, de regioes lindas e distintas, de personagens memoraveis.

    De tudo que vi por la, adoro passear por onde Hannibal passou (com os bichinhos dele) e a famosa descoberta de indices altissimos de iridium que comprovou como foi o fim dos dinossauros.

    E ultimo, dou meu testemunho: Abruzzo he do cacete de bom. Pena nao poder curtir mais o supracitado pais.

    Auguri.

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  2. Poucos conhecem o Abruzzo-Molise. O Turismo gira sempre ao redor de Paris Barcelona , Roma, Veneza, Londres... Uma pena. Prefiro Sulmona.

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  3. Muito legal a matéria! É ótimo ter referências de regiões menos conhecidas no cenário vinícula.
    Especificamente sobre o Abruzzo, aguardo ansiosamente a próxima matéria. Adoraria ter algumas referências de produtores e rótulos, em especial de tintos. Digo isso pq, apesar de achar a região linda, os poucos tintos que provei (essencialmente de montepulciano d'Abruzzo) me pareceram muito duros, concentrados e alcoólicos. Até o momento, de montepulciano só me caíram bem os Cerasuolo.
    Obrigado, mais uma vez, por dividir suas experiências!

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