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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

BORGONHA NUNCA MAIS II




....Continuação

Saint Aubin "Les Murgers de Dents de Chien" comprado e devidamente guardado no carro.
 
 
 

 Faltava, agora, encontrar os vinhos que motivaram minha viagem pela Borgonha.

Minha primeira parada: Domaine Jean Claude Bachelet em Saint Aubin.

Na "Jean Claude Bachelet" desejava comprar algumas garrafas do magnífico "Bienvenues Bâtard Montrachet”, do não menos espetacular "Blanchot Dessus" e do seu ótimo "Les Murgers de Dents de Chien".

Estacionei o carro na vinícola, pouco antes das 10 horas e encontrei Benoit, filho de Jean Claude, na porta da adega.
 

Aperto de mão, rápido cumprimento e a clássica pergunta: "Algumas garrafas de Bienvenues e de Blanchot?"

Benoit, com o fatídico "je suis désolé", jogou um balde de água gelada em minhas esperanças.

Tentando sensibilizar Bachelet argumentei que havia percorrido mais de 500 km para comprar seus vinhos, insisti, quase implorei...

Nada feito.

  Benoit, para acalmar minha insistência, me levou até o depósito e disse: "Pode levar todas as garrafas de branco que encontrar".

Incrível, inimaginável!

 Não havia uma única garrafa de branco na adega da Jean Claude Bachelet.

Apenas uma dúzia, ou pouco mais, de caixas de tinto permaneciam esperando compradores.

"Volte em abril logo após o engarrafamento. Vou reservar algumas garrafas para você".

 Com um aperto de mão me despedi e, com o rabo entre as pernas, entrei no carro para alcançar a vizinha Chassagne.

No caminho pensei: "Belo começo.... uma hiena antes e agora uma adega vazia. Assim continuando, finalmente, serei abstêmio...."

Thomas não estava, mas sua mulher Sylvie, gentilmente, me atendeu.
 

"Não tenho mais nenhuma garrafa de "Dents de Chien", "Vide Bourse" e de "La Truffière"

Sou um cliente bastante conhecido e sabia que Sylvie não estava mentindo.

"Se quiser há, ainda, algumas garrafas de "Les Baudines" e de "Les Embrazées".
 

Não, exatamente, o que desejava, mas para não sair, outra vez, com as mãos abanando comprei três de cada 1er Cru.

Antes de continuar minha "Via Crucis" me apressei e reservei, para abril, algumas garrafas de "Dents de Chien", "Vide Bourse" e "La Truffiere".

Próxima parada: "Domaine Ramonet"

Na Ramonet esperava comprar algumas garrafas de seu bom e barato "Bâtard Montrachet".
 

Havia agendado, por telefone, uma visita.

 Estive na porta da vinícola por bem quatro vezes, mas não encontrei vivalma.

Após a última decepção jurei nunca mais visitar a Borgonha, em janeiro e assim será!

Para não perder a viagem resolvi percorrer os 8 km que me separavam de Bouzeron, visitar a vinícola de Aubert de Villaine, proprietário da mítica "Romanée-Conti", e comprar algumas garrafas do branco local.
 

Para quem não sabe, Bouzeron é uma pequena aldeia da Côte Chalonnaise onde o Aligoté reina, totalmente.

Em Bouzeron, apesar de estar há poucos quilômetros da Côte D'Or, o Chardonnay não tem vez.

A uva Aligoté atinge, na pequena aldeia, sua máxima e surpreendente expressão.
 

A finada Expand, em seus melhores momentos, importou o Bouzeron da De Villaine.
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Foi na antiga Expand que provei o vinho e, desde então, me entusiasmei com a denominação.

Fui recebido, gentilmente (até que enfim), por Pierre de Benoist, sobrinho de Aubert de Villaine.

Benoist estava empenhado em uma degustação, com vários sommeliers franceses, mas, gentilmente, me atendeu e pude comprar 12 garrafas de Bouzeron 2014.

Os 15 Euros cobrados foram excessivos por um vinho ainda muito jovem e longe de suas reais potencialidades.
 

O Bouzeron da De Villaine ataca o nariz com um belo floral e notas cítricas, mas na boca denota, ainda, pouca complexidade e intensidade.
 

Vou aguardar mais alguns meses para emitir nova opinião.

Minha fracassada viagem estava terminando e comentei minha decepção com a amiga Maria, proprietária do B&B.

"Porque não procura o Bzikot?"

Bzikot é um viticultor de Puligny-Montrachet que, além de vinificar suas uvas, produz vinhos com os cachos de micro proprietários locais.

É justamente Bzikot que espreme o Chardonnay da pequena vinha do quintal de Maria Adão.

Maria cede a vinha, Bzikot trabalha as parreiras, colhe e vinifica.

Depois de todo o processo Bzikot paga Maria com parte do vinho obtido.

Um telefonema, um pulo até a vinícola e, finalmente, 6 garrafas de Puligny-Montrachet Premier cru "Les Perriéres" 2012 foram parar no porta mala do carro.

Pedro Marques, da "Garrafeira Alfaia", e eu já havíamos comprado algumas garrafas do Bzikot, mas, sem nenhuma explicação, deixei de procurá-lo.

Provei o seu "Les Perriéres" 2012 em minha casa e me senti um perfeito idiota por não ter comprado mais.

 

Próxima matéria: "A vingança da Borgonha"

Bacco

 

 

2 comentários:

  1. não passou na Charles Alexant, Bacco?

    a Mistral pegou o aligoté do Villaine e o vende por aqui...
    https://www.mistral.com.br/produto/bouzeron-aligote-2012-domaine-aubert-pamela-de-villaine

    não vou falar nada sobre o preço, para não desanimar.

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  2. Não passei. Estava querendo outros vinhos ,mas acabei comprando o que encontrei.O preço da Mistral é insultuoso.

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