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terça-feira, 7 de abril de 2015

RAPITALÀ II


 


No almoço, que preparei neste final de semana, os peixes e frutos do mar dominavam o cardápio.

 
 
Para “molhar” o banquete consultei minha pequena adega e somente encontrei pesos pesados: Chassagne-Montrachet “La Budriotte”, Bâtard-Montrachet, Corton-Charlemagne, Champagne Bérêche, Riesling Kastelberg.......
Abrir  garrafas tão importantes  para beber sozinho, não tem graça.

Perto de minha casa há um pequeno supermercado que vende algumas etiquetas razoáveis, baratas (no máximo 12 Euros), aquelas que os italianos consomem no dia-dia

.....E lá fui eu.

Uma rápida passada de olhos e.... adivinhem quem  estava me olhando provocante, disponível por 6,80 Euros?

O velho e bom “RAPITALÀ” que não bebo há anos.

 
Com um pequeno desconto (40 centavos) por 20 Euros levei três garrafas para casa.

 Abri uma para o almoço e duas foram para a adega.

Produzido na Sicília, pela vinícola homônima, o “Rapitalà” (Rabidh-Allah em árabe, ou Rio de Alá em português) é vinificado com uvas Catarratto e Chardonnay em proporções iguais.

Os aromas que o vinho exala denunciam claramente a uva francesa, mas a siciliana Catarratto doa fineza e frescor ao Rapitalà que, sem grandes pretensões nem muita complexidade, agrada desde o primeiro gole e convida para um segundo, um terceiro....
 

O Rapitalà é um vinho fácil e muito bom para se tomar como aperitivo ou acompanhar peixes, frutos do mar, massas e risotti leves.

O mais interessante: “Tenuta Rapitalà” é de propriedade da maior empresa italiana do setor: GIV-Gruppo Italiano Vini.

A GIV, com 100 milhões de garrafas/ano produzidas, faturamento de 350 milhões de Euros, proprietária de 1.350 hectares de vinhedos, detém, entre outras, as marcas Bolla, Cavicchioli, Melini, Bigi, Lamberti, Rapitalà, Folonari, Nino Negri etc.

A GIV não é exatamente o tipo de vinícola que gostaria de elogiar, mas, surpreendentemente, o Rapitalà é um vinho bom, honesto, com qualidade acima da média e que recomendo com entusiasmo.

A Salton ou Miolo, vinícolas nacionais que adotam a mesma filosofia comercial da GIV (vinhos industriais), não conseguem colocar no mercado nacional um vinho com a mesma qualidade/preço do Rapitalà.

O Chardonnay da Miolo (R$ 35) e o Intenso da Salton (R$ 30), se comparados ao Rapitalà, parecem piadas de péssimo e caro gosto.

Mesmo com o Euro beirando a estratosfera o europeu bebe melhor e mais barato do que o estuprado, como de costume, consumidor brasileiro.

Alguma luz no fim do túnel?

Algum Rapitalà nacional bom e barato?
 

Enquanto o mercado vinícola nacional for dominado por predadores, picaretas e arrivistas, picaretas e arrivistas que agora estão começando a investir em mais uma tremenda vigarice, aquela que tenta endeusar e impor os vinhos “naturais” e com isso justificar maus cheiros e preços altos, nosso vinho mais emblemático será, sempre, o “Sangue de Boi”.   

Bacco

25 comentários:

  1. O fezes branco da Litio Escarraro por R$ 1.99 poderia ser uma bom compra. Acima disso prefiro prego na testa.

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  2. Eles tem um sirah interessante também! Quem importa é a casa do vinho em Belo Horizonte. Por 49 reais está bom o preço considerando que o branco deles (geralmente mais barato que os tintos ) está por 7 euros ou cerca de 30 reais na Itália !

    http://loja.casadovinho.com.br/produto/245/rapitala+sire+nero+syrah+750ml

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    1. Eduardo, sou a sommelière responsável pela loja virtual da Casa do Vinho. Obrigada por mencionar a loja!

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  3. Fiquei curioso para provar o rose deles com a uva autoctone siciliananerello mascalese que nunca tinha ouvido falar!

    http://loja.casadovinho.com.br/produto/244/rapitala+rosato+750ml

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    1. Nunca ouviu falar da Nerello mascalese??? É uma das melhores uvas do sul da itália.

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  4. Acabei de comprar 4 garrafas do tondonia e do Musar por 200,00 cada vale ?
    gontrom

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    1. Eduardo, esse rosado é bastante interessante. Considero um excelente custo benefício.

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  5. Boa tarde Bacco! Leio atentamente todas as sua matérias , acredito que vc realmente tem bastante conhecimento do que escreve , suas dicas são diferenciadas ..etc.Porem se não estou enganado é a segunda vez que comenta sobre os vinhos naturais de uma pejorativa.Quando você faz qualquer comentário dos seus amigos produtores de vinhos aí na Itália lembra sempre o que eles dizem: vinho se faz no vinhedo na vinícola so se pode estraga-lo.Se for o mesmo Paolo Cogorno que você comentou em outras ocasiões, sendo em algumas vezes seu consultor lhe dando dicas de produtores , este mesmo organiza ou já organizou eventos com vinho natural "Vino Naturalmente Vino " aí na sua cidade , Chiavari.Bem dei toda esta volta para lhe dizer que os poucos vinhos naturais que provei , achei muito diferente desta enxurrada que tem por aqui de vinho "skol" .Gostaria do seu comentário para que eu possa expandir meus conhecimentos.
    Abraço,
    Roberto.

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    1. O Cogorno é um representante de vinhos e não organiza nada. O Paolo apenas segue as diretrizes das empresas que representa e participa de inúmeros eventos
      . Roberto, acho que vc tem bola de cristal kkkkkkk. O Dionísio já me sugeriu uma matéria sobre vinhos "naturais" e estamos com ela no forno. Eu escreverei sobre os naturais italianos e Dioníso comentará os brasileiros.

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  6. Excelente dica! Falando em nacionais, uma vez vi o João Ratão indicando um SB da Aracuri. Achei o representante deles aqui em BH e comprei uma garrafa. Realmente, simples e muito bom. Produzido na serra catarinense, vale bem os 30 reais que custa. Em moeda "miolo", custaria uns 70 reais, imagino. Vocês que são mais experientes, comprem uma garrafa se encontrarem e me diga o que acharam!

    Já o tinto deles não é lá grandes coisas. Pelo menos não seguem o "padrão internacional", então já mostra ao menos um esforço mais sincero. Quem sabe com as vinhas um pouco mais velhas (não tem nem 10 anos) possam produzir um vinho bom por um preço justo.

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    1. Vamos tentar ,mas na Itália, onde permanecerei até junho , não será tarefa fácil encontrar
      Abç

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  7. Outra boa dica B&B. Tenho umas garrafas deste aqui. Aliás, Nino Negri também é bom, não acham?
    Salu2,
    Jean

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    1. Os vinhos do Negrim que conheço, Sfursat e Grumello , não são exatamente meus preferidos. O Sfursat é um navio de madeira em um mar de álcool

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  8. Que tal uma matéria sobre o Rossese di Dolceacqua?
    Grato, MDP.

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    1. Se vc digitar "Rossese" em "pesquisar no blog" aparecerá "Vinidamare II" . Leia e comente.

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    2. Excelente! Breve estarei provando "in loco" uma das sugestões fantásticas de Bacco&bocca, o Ka di Mancinè. Estes vinhos, geralmente inacessíveis para nós aqui do Brasil, são degustados em nossa imaginação através de seus posts maravilhosos, que nos fazem viajar a estes terroirs ímpares.

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    3. Puxa-saco, formiga e Aedes aegypti, tem em tudo quanto é lugar. hahaha

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  9. Boa matéria! Gostei das opções baratas, é isso que nos movimenta, além é claro, do vinho emblemático, Sangue de Boi, hehehehe.... Quanto aos vinhos naturais, fazendo coro ao Roberto, seria boa uma matéria sobre o encontro franco-brasileiro de vinhos naturais que teve no Brasil, aonde os magníficos produtores naturais do Brasil expuseram suas técnicas milenares de cultivo e vinificação, (principalmente da uva pinot noir, que eles são os novos descobridores mundiais) .. Encontro este que ainda contou com a participação da chupetinha cereja natureba (será que ela não depila?) e mais um monte de bunda mole que fez cobertura dessa piada que está acontecendo com o vinho, querendo enfiar goela abaixo do consumidor essa história de natural.... Quanto a recomendação de um Rapitala nacional fico devendo, mas um igual ao Planeta pode ser o Sauvignon Blanc do Eller Dani, que além do preço exorbitante, é uma tremenda duma bosta, mas conta com o respaldo de todos os competentíssimos críticos e formadores de opinião do nosso humilde país.
    Abraço
    Silenus

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  10. Esses franceses da Alsacia nao sabem de nada campanha gaucha ,ganha sempre em qualidade de vinho !!!! kkkkk
    http://blogdoumpierre.com.br/?p=1549
    Gontron

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  11. duvido que haja algum Rapitalà nacional. mas que há varios portugueses no Brasil, entre 25 e 35 reais, que fazem essa função, isso há de monte... um brinde a eles!

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  12. Concordo ! Em Portugal há um monte de Rapitalà ,mas a dúvida é : Há no Brasil?

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  13. Até R$ 50,00 se encontra uns portuga que possa se encaixar nesse perfil. Andei tomando três de bom custo benefício, importado pela Cantu, Alexandre Relvas Ciconia, Quinta De Porrais Parcelas Douro e Quinta De Porrais Parcelas Douro, 30, 40, 50 respectivamente.

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  14. Olá, sou a sommelière responsável pela loja virtual da Casa do Vinho Famiglia Martini, de Belo Horizonte, que importa para o Brasil o Rapitalà.

    Senti uns movimentos estranhos na loja semana passada em relação ao Piano Maltese e um cliente, o Paulo (pessoa super simpática!), leitor do seu blog e dono do http://www.vinhocomvida.com.br/ acabou esclarecendo o mistério... a "culpa" era de vocês...rs

    Agradeço por terem citado o vinho, esclareço que está no Brasil a um preço justo, R$52,00 e que é possível comprá-lo para ser entregue em todo o país.

    Uma pessoa anônima aí em cima perguntou sobre o Nino Negri. Também é um produtor nosso e posso falar que são todos vinhos muito bem feitos e modernos, feitos para quem gosta de vinhos "grandões", com muito álcool, muito poder. O 5 Stelle é um vinho para lá de poderoso, e embora seja grande e forte, tem muita elegância e estilo. Gosto particularmente desse.

    Bom, está dado o recado! Se vocês ou seus leitores quiserem entrar na loja e bater um papo, estou sempre lá no chat , em horário comercial.

    Abraços;

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    1. Os vinhos tintos , da Negri , que vc citou não são bons. Grandões e alcóolicos, sim, mas elegantes, nem pensar.

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  15. O Negri inferno achei um vinho leve, cor de Pinot...

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