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domingo, 18 de janeiro de 2015

COMPRAS NA BORGONHA ll



 


Percorrendo a estrada, ladeada por vinhas de Chardonnay, que de Puligny vai até Chassagne é fácil perceber como poucos metros poder causar sutis diferenças entre uma denominação e outra.
 
 

Fechei a matéria anterior comentando alguns vinhos degustados na vinícola de Thomas Morey, mas deixei de relatar minhas impressões sobre seu “Vide Bourse”.

Quem olhar com atenção o mapa dos vinhedos de Chassagne-Montrachet perceberá que o “Dents de Chien” margeia o Grand Cru “Montrachet” enquanto o “Vide Bourse” confina com o “Bâtard-Montrachet”.
 

Pouco mais de 300 metros dividem as duas denominações, mas a mágica diversidade do solo doa aos dois vinhos importantes diferenças.

O “Dents de Chien”, com um intenso aroma floral e nítidas sensações de mel, é uma festa para o olfato.

 Na boca começa quase opulento, atinge um final incrivelmente longo e a opulência inicial vai dando espaço para a avelã tostada.

 


O “Vide Bourse” é um festival de cítricos.

Há de tudo: Limão siciliano, laranja, grapefruit ....

Na boca a pera e o damasco são dominantes, mas não apagam a pimenta que triunfa num final de rara persistência.

Grande vinho!

 

Dois ótimos vinhos com preços bem razoáveis, quando e se comparados aos seus famosos primos e vizinhos “Montrachet” (mínimo 250 Euros) e “Bâtard-Montrachet (mínimo 110 Euros)
 

Já reservei 6 garrafas de “Vide Bourse” para o próximo ano.



Nossa próxima etapa: Saint-Aubin na vinícola de Jean Claude Bachelet, Puligny-Montrachet na de Paul Pernot e em Ladoix-Serrigny na adega de Clude Chevalier e seu grande Charlemagne.


2 comentários:

  1. Grande Bacco! Uma vez mais parabéns pelo texto!
    E aproveitando o ensejo e dentro desse tema dos "vinhos raros" (como denominou o outro EDUARDO), estou lendo "Reflections of a wine merchant" do Neal I. Rosenthal e em um dos capítulos iniciais ele trata com tanto entusiasmo e saudosismo de um vinho italiano que resolvi perguntar se vocês conhecem. É o Chambave Rouge, da uva gros viens que, segundo o autor, é um vinho das regiões mais altas do Vale D'Aosta e que ele sequer sabe se ainda é produzido. Diz que no início da década de 80 teria tomado as safras 61, 71, 74 e 78 do produtor Ezio Voyat. Ainda segundo o autor, tal produtor não conseguiu repetir a qualidade de tais safras, mas o vinho nunca saiu de sua memória e até hoje ele (o autor), teria uma garrafa do 61.
    Vocês conhecem essa denominação? Chegaram a experimentar algum vinho do Ezio? Atualmente, existe algum produtor que consiga bons resultados para esse vinho ou para a cepa gros viens nos arredores do Mont Blanc?
    Desde já agradeço.
    Eduardo (aquele do Freisa da Vajra)

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  2. Eduardo, leia a matéria sobre o Chambave

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