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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

DEL BELBO DA BARDON


Há anos não visitava o ótimo restaurante “Del Belbo da Bardon” na pequena e quase desconhecida San Marzano Oliveto.

San Marzano Oliveto não faz parte do badalado e mundialmente reconhecido “clube” de aldeias que compõem o território das “Langhe” e sua capital, Alba.

San Marzano Oliveto não é lembrada, nem frequentada, pelos turistas.
 
O turista clássico prefere circular pelas aldeias do “albese”, onde há uma enorme quantidade de boas opções    gastronômicas.

Se deslocar até San Marzano apenas para provar os pratos de um único restaurante?

Impensável!

Peço perdão aos “sanmarzanesi”, mas quem visita San Marzano vai apenas para comer no “Da Bardon” e nem conhece o centro da cidade.
 

Qual o segredo, então, da longevidade do “Da Bardon”?

Para os que não sabem, gostaria de informar que o “Del Belbo da Bardon” é, atualmente, administrado pela 5ª geração da família.

Nenhum restaurante permanece aberto durante tanto tempo por acaso ou sorte.

Não há um segredo apenas, há vários ....

 Bom atendimento, cozinha com profundas raízes fincadas na gastronomia local, ambiente agradável e aconchegante e, o mais importante, uma adega de sonho.
 

A adega do “Del Belbo Da Bardon” não compete em números com a da “La Ciau del Tornavento”, mas leva vantagem na seleção das etiquetas.

Explicando: “La Ciau” é um bom restaurante, mas eminentemente turístico.

Sua fabulosa adega é filha da mesma filosofia: foi concebida para deslumbrar os turistas endinheirados que, mesmo estando no Piemonte, não resistem ao desejo de mergulhar nas caríssimas garrafas toscanas (Sassicaia, Solaia, Masseto, Ornellaia...), francesas (Romanée-Conti, La Tache, Cheval Blanc, Chateau d’Yquem...) para poder revelar todo o poderio de suas recheadas carteiras.

É uma adega que foi planejada, nos mínimos detalhes, para tomar dinheiro de russos, americanos, brasileiros, chineses etc. (russos e brasileiros, nos últimos meses, visivelmente em baixa).

A adega do “Del Belbo da Bardon”, menor (25.000 garrafas), mais discreta e nem um pouco faraônica, guarda, também, muitas etiquetas badalas, mas reserva suas maiores e reais atenções aos os vinhos regionais.
 

Se você é adepto do “Bom & Barato”, se quiser beber vinhos de castas raras, de pequenos e quase desconhecidos produtores, gosta de procurar safras antigas, gastar o justo, a adega do “Bardon” vence, com folga, a disputa com “La Ciau”.

A cozinha sincera, mas sofisticada em sua simplicidade e robustez camponesa, somente poderia ser perfeita quando e se apoiada   por uma adega, pensada por dois grandes sommeliers:  Gino e Andrea Bardone.
 

Você quer conhecer antigas safras do Fornaci di Tassarolo?

No “Bardon” há varias.

Você quer provar um Barolo do “Bartolo Mascarello de 1996?

No “Bardon” há até mais antigos.
 

Você quer conhecer Barbera, Freisa, Dolcetto, Grignolino, Pelaverga, Ruchè, Gamba di Pernice, Rosso di Cantavenna, mais e mais vinhos piemonteses?

Bardon não lhe decepcionará.

Para acompanhar nosso almoço, éramos três, escolhi um belíssimo Gavi “Fornaci di Tassarolo” 2007 e uma Freisa “La Selva di Moirano” 2006.
 

O “Fornaci di Tassarolo” dispensa maiores comentários, mas a Freisa, “La Selva di Moirano”, confirma todos os elogios que sempre fiz à esta casta.

 A Freisa, uma das castas piemontesas infelizmente relegada ao quase esquecimento, revela, através da “Selva di Moirano” 2006, todas as qualidades que um grande vinho precisa possuir.

Cor grená intenso, perfume característico de framboesa, framboesa que continua na boca onde é fácil perceber uma agradável e sutil tanicidade.
 

O “La Selva di Moirano” é uma grande Freisa que deve ser provada por todos aqueles que realmente gostam e entendem de vinho.

Esgotar o assunto, em se tratando de “Del Belbo da Bardon”, não é fácil, recomendo, então, uma visita (ou mais) ao ótimo restaurante.

Bacco

 

 

 

3 comentários:

  1. Ótima matéria, pbns ! A propósito, minha sogra irá passar o natal e ano novo conosco e gostaria por favor de uma dica de um legitimo restaurante italiano em Brasília. Limoncello, Villa Borguese ou Villa Tevere para levá-la? Desde já agradeço.

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  2. Se vc odiar sua sogra , os nomes acima, são ótimas opções.
    Caso contrário vá de Gero.

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  3. Obrigado, optarei por um dos três de cima!

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