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terça-feira, 10 de junho de 2014

VINIDAMARE: DEGUSTÃO DE VINHOS DA LIGÚRIA


Todos os anos Camogli, esplêndida cidade da Riviera lígure, hospeda a mais importante exposição vinícola da região.

A Ligúria não é exatamente uma potência vinícola.

Seu território, extremamente montanhoso e de difícil cultivo, é mais conhecido pelo excelente azeite do que por seus vinhos, que lutam, bravamente, para sair do anonimato.

A Ligúria dedica à viticultura uma área que se estende por pouco mais de 1.500 hectares.
 

 A pequena realidade lígure revela sua pouca importância   quando, por exemplo, seus 1.500 hectares vinícolas são “atropelados” pelos quase 25.000 de vinhas plantadas na da Toscana

Produtores com mais de 10 hectares são raros e a maioria das propriedades, com muita frequência, não alcança um único hectare.

A viticultura, na Ligúria, é quase heroica.
 

Mostras, como a “VINIDAMARE”, são importantes para descobrir novos caminhos ou para confirmar antigas realidades regionais.

Antes de entrar em detalhes é preciso apresentar as castas autóctones e mais plantadas na Ligúria: Vermentino, Pigato, Rossese, Bosco, Albarola, Bianchetta, Cigliegiolo.

Há outras, mas de pouca importância e menor expressão que são adicionadas às castas mencionadas ou vinificada para consumo próprio.
 

Quando se fala em qualidade é preciso salientar que não se deve esperar grandes vinhos lígures.

Os vinhos da região, em sua maioria, são medianos, razoáveis, mas não muito complexos ou importantes.

Há exceções, lógico, mas raras, raríssimas.

Vermentino e Pigato, vinhos que dominam o cenário vinícola da região, são quase sempre monótonos, todos iguais, previsíveis.

É fácil perceber, nesses vinhos, o uso e muitas vezes o abuso, de leveduras selecionada.

 Quando se leva a taça ao nariz, não é difícil perceber a “esperteza” do produtor: O vinho agrada de imediato, aos enófilos menos expertos, mas cansa mais rapidamente ainda.

O Vermentino, muito perfumado, quase sempre “batizado” na adega com os famosos “lieviti selecionai” é um dos vinhos que evito sempre que posso.

O Pigato, consigo suportar um pouco mais.

Resumindo: Quem espera grandes vinhos da Ligúria deve reciclar suas esperanças e diminuir seu otimismo.

Sem muito o que fazer resolvi participar do último dia da “VINIDAMARE”.
 
 

O encerramento da feira é aberto ao público.

 Com 10 Euro compra-se a taça que dará direito a percorrer os stands e degustar os produtos de quarenta viticultores.

Tinha em mente apenas uma meia dúzia, até porque, degustar 80, 90 ou 100 vinhos não é minha praia: Após a décima prova meu paladar já não reage, não distingue, nem percebe, com segurança, as diferenças.

Um problema técnico obrigou a AIS (Associação Italiana de Sommelier” da Ligúria a transferir, o evento final da “VINIDAMARE”, de Camogli para Santa Margherita.

A mudança enriqueceu a mostra: A prefeitura de Santa Margherita autorizou a realização de degustação na espetacular “Villa Durazzo”.
 

Villa Durazzo, imponente conjunto arquitetônico, no centro de Santa Margherita, construída no final do século XVII, é circundada por um incrível parque que, por si só, vale uma visita.

O palácio, onde foi realizada a degustação, é de tirar o folego e enriquece qualquer evento.

Beber uma taça, vagando pelos salões da “Villa Durazzo”, pode transformar um vinho da (argh) Piagentini num Puligny-Montrachet.
 

VINIDAMARE continua na próxima matéria,
Bacco

 

7 comentários:

  1. Sei que o assunto do post é outro, mas nao poderia deixar de comentar.....olha a descrição que recebo de um vinho via mailing list:

    "Notas de terra molhada foram descobertas no aroma e confirmadas na boca. Expressando a tradicao dos Bordeaux, lembra até móveis antigos. É realmente um vinho austero"

    Pera aí que eu vou até ali lamber o meu criado-mudo que eu comprei há alguns anos pra ver se ele tem gosto de móvel antigo

    ahahahahaha, deu até vontade de comprar o vinho....ops, bem....passou...

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    1. lamber o criado mudo....que classico. aqui em casa todos lambemos vassoura, cortina, sofa, grelha da churrasqueira, vaso do cactus, estepe do jipe, cotonete usado, camisinha musical do paraguay, e as vezes corrimao de escada do shopping no centro

      esse povo do sonoma ja perdeu o bom senso ha tempos. nao sei como ainda ha tonto para cair nessa idiotice diaria que enviam.

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  2. É o clássico palhaço que não entende nada de vinhos ,mas busca ser original para ser levado a serio.
    Palhaço não pode ser serio.

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    1. Palhaco? Discordo. Palhaco tenta ser engracado no minimo. Alguns sao sem graca, mas ao menos tentam ser divertidos. Essa descricao de um vinho ''movel antigo'' mostra a UTI de SUS que esta o mercado do vinho no pais. Doi saber que ha trouxa que fale isso e mais trouxa ainda que caia numa lorota dessas.

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  3. Não sei se é coincidência ou se é questão de logística e atualização do blog, mas acho uma pena que matérias excelentes como essa do Bacco fiquem pouco tempo como primeiro post, pois logo são sucedidas pelas postagem críticas do Dionísio (que também são muito boas e importantes, só acho que acabam por desvalorizar, um pouco, as matérias do Bacco). Fica a sugestão para darem um pouco mais de tempo entre cada postagem.
    Abraço

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    1. o ponto é válido, mas quero registrar aqui que, por mim, pode ter uns 5 posts novos por dia. Seja sobre a ligúria, a borgonha, os restaurantes-pilantras, o susto-brasil e os meus conterrâneos aproveitadores gaúchos. abs!

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  4. Não é logística ,é puro acaso. Vou fazer o seguinte: Vou postar somente após as matérias de Bacco atingirem 50 comentários....
    Dionísio , precisando de descanço

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