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domingo, 6 de abril de 2014

MONTALCINO FEST


 


O turista, que viaja pela Toscana, está interessado e busca, na belíssima região italiana, arte, beleza, história, cultura, vinho….

 Aquele que, especificamente, se dirige a Montalcino é sempre alguém interessado em conhecer o melhor do Brunello.

Estou certo?

Não, errado!

Acredite se quiser......Há quem procure Montalcino para beber cerveja....
 

Depois da fatídica experiência gastronômica no “Boccon Divino” e a desilusão vinícola proporcionada pelo “Brunello Bueno Pornô La Fiorita”, resolvemos jantar no menos badalado “Re di Macchia” de Montalcino.

Restaurante pequeno, sem muitas pretensões, honesto nos preços, especialmente os da carta de vinhos.

 O “Re di Macchia”, tocado pelo casal Roberta e Antônio, nunca surpreende, mas nunca delude.
 

Antônio, fanático pelo Brunello di Montalcino, é um ótimo conselheiro e em sua carta há verdadeiras relíquias.

A lista de garrafas antigas é bastante extensa (60 /70 opções), mas as etiquetas, dos anos 80 -90, não custam os olhos da cara.

Fugindo das marcas mais badaladas, ordenamos um Brunello Capanna 1995 que nos aliviou em 60 Euro.
 

Grande Brunello!

Grande vinho!

Quase no final do jantar, enquanto degustávamos um ótimo Armagnac, dois casais de brasileiros entraram no “Re di Macchia” e foram acomodados em uma mesa bem ao lado da nossa.

Dava para perceber, claramente, que os casais não eram turista “experientes” e muito menos refinados.

Nosso patrícios estavam longe do “Petto di Piccione alla Menta” e muito próximos do filé com fritas.
 

Em nosso grupo todos falavam razoavelmente bem o italiano, então, no idioma de Dante, sugeri prolongarmos nosso Armagnac: Os casais prometiam momentos hilários....

Um grupo, quando indagados por Antônio, se declarou, não brasileiro, mas “cariocas da gema”.

Antônio, com cara de pastel de queijo, perguntou: “Da gema?  É perto de São Paulo?”

Cinco minutos depois, quando os cariocas pararam de “detonar” São Paulo, Antônio, finalmente, entendeu que os brasileiros eram do Rio (duvido…).

“Tem pizza? Não tem? Não dá pra sair nem uminha? ”

O pobre Antônio explicou que seu restaurante não era especializado, não tinha forno apropriado e a pizza estava fora de cogitação.

A pizza foi esquecida e foi trocada por dois pratos de embutidos toscanos, duas massas e dois risotti.

O restaurante estava quase vazio e os longos minutos, que o paciente Antônio dedicou aos “da gema”, para conseguir comandar os pratos, não atrapalhou o bom andamento da casa.

Quando, finalmente, os quatro conseguiram escolher o que comer, Antônio fez a clássica pergunta “Qual vinho?”

“Não, vinhos não! Nos não bebemos vinho.... Duas cervejas e duas Coca Cola Zero”

Antônio, incrédulo, desanimado, abatido e quase se arrastando, desapareceu no interior da cozinha.

Você, que adora emoções fortes, quando passar por Montalcino procure o “Re di Macchia”, revele ao Antônio que é um “carioca da gema”, pergunte se há uma pizza e termine ordenando cerveja….

Ah, sim.....Não esqueça de comprar, antes, um colete à prova de balas
 

Dionísio

9 comentários:

  1. hahaha... E catchup e mostarda para acompanhar? Não tinha??? Que vergonha...
    Mas voltando às coisas boas, o Capanna é mesmo uma beleza. E custa 1/3 de um Buenello.
    Salu2
    Jean

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  2. Jean, os quatro palermas vão até Montalcino , bebem cerveja e esquecem o grande Capanna..é de lascar

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  3. Muito bom.
    É inacreditável a barreira que as pessoas colocam para conhecer o novo; vão à uma região que tem sua cultura (em todos os aspectos) e se limita a pedir pizza, cerveja?
    Bom, mal sabem que o que perderam!
    Saluti,
    Paolo

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  4. Post extremamente preconceituoso... Lamentável!
    Quer dizer que por não serem "refinados" os indivíduos não poderiam estar em Montalcino? Além disso, desde quando é obrigatório beber vinho em Montalcino?! Chamar outras pessoas de palermas apenas por não gostarem de vinho?!
    Gosto muito do blog, mas esse post e o comentário decepcionaram...

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    Respostas
    1. Eu sabia..... As vozes do apocalipse chegaram.
      Não há preconceito, não é obrigatório beber vinho em Montalcino ,assim como não é proibido ateu visitar Lourdes . Mas , cá pra nos , o que um ateu vai fazer em Lourdes?

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    2. Um ateu visitar Lourdes ainda faz mais sentido.

      Uma pessoa que não bebe vinho vai fazer o que em Montalcino? E outra, ir para um outro país e praticamente cuspir na cultura do lugar não é nada educado.

      Vai à uma Oktoberfest na Alemanha? Prove uma cerveja pelo menos! Vai a Montalcino? Experimente o vinho, a culinária local. Pelo menos finja interesse na cultura local. Ir a um lugar e rejeitar tudo que os locais te oferecem? Lamentável...

      Cara vai na churrascaria comer o buffet livre de japonês? Faça-me o favor...

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    3. haha rindo muito! Quando eles comentam sobre qualquer outra região/brasileiros ninguém fala nada, e agora que`"provavelmente" tenham falado de onde vives, você se sentiu ofendido!! Faz me rir! O famoso "Brasileiro quando é conveniente"

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  5. Não acho que o artigo ou o comentário tenham sido preconceituosos. Eles foram apenas realistas. Não dá para ir a Montalcino beber cerveja. Cada coisa no seu lugar! E quer saber uma coisa? Este negócio de politicamente correto tá é ficando muito chato. Qualquer coisa que se escreve vira preconceito, elitismo etc, etc. Pára com isso!
    Continuem assim, B&Bs!

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  6. Esse tipo de turista me mata de vergonha de ser Brasileiro. Total desrespeito à cultura local, de uma ignorância e falta de atenção lastimáveis. Não tá vendo que não tem ninguém bebendo cerveja, que não tem forno de Pizza ? Estar aberto a provar coisas novas, dói ? Vafanculo com vidro moído !

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