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terça-feira, 11 de março de 2014

O PREÇO DA FAMA



Quando o mundo vinícola sai das vinhas para conquistar a fama percorre dois caminhos:  Preocupação e mania de qualidade ou grande investimento em marketing.

O grande produtor, que jamais consegue atingir altíssima qualidade, precisa, forçosamente, investir em marketing.

Alguém ainda lembra de quando o Don Melchior foi considerado, pela “Wine-$peculator”, o melhor Cabernet Sauvignon do Mundo?

Alguém se recorda quando o Casanova di Neri foi eleito, pela mesma revi$ta, o melhor vinho do planeta?

Confira a lista dos melhores 100 vinhos da “Wine $peculator” de 2013-2012-2011 e me informe o atual ranking dos dois ex-campeões.
 

Será que a Casanova di Neri e Concha & Toro, que desapareceram do mapa, esqueceram como vinificar para obter garrafas premiadas?

Claro que não!

As duas vinícolas apenas fecharam, por enquanto, as torneira$ lubrificante$ e esperam uma nova oportunidade para comprar um bom lugar na classificação.

O pequeno produtor, quando deseja dar um salto para a fama, precisa ser grande na qualidade e honestidade de seus vinhos.

Exemplos: Jean Claude Bachelet, Fratelli Alessandria, Franco Pacenti, Pierre Antoine Jambon, Gianfranco Soldera, Marc Colin e milhares de outros viticultores pequenos, sérios e competentes.
 

Quando o pequeno produtor tenta encontrar o caminho para a “glória” se unindo comercialmente à personagens mundanas, reluzentes, endinheiradas, mas carentes de escrúpulos e pobres de ideais, pode chegar ao estrelato, mas o preço da passagem é sempre muito alto: Renúncia da vontade própria e grande vocação para capacho.
 

O parceiro endinheirado precisa alimentar o ego, sempre.

A fome de fama é alimentada com festas, recepções, entrevistas, degustações, eventos, holofotes etc. etc. etc.  O produtor-capacho e colaborador da plantão , é produto descartável facilmente substituível: Há sempre um capacho mais servil.

É o mundo do espetáculo, da pirotecnia, do glamour, das luzes.
 

Vinho bom detesta luz.........

Onde quero chegar?

Semana passada, por uma feliz, ou infeliz coincidência, me encontrava na Toscana na companhia de Bacco e outro amigo.

Uma semana cheia de bom humor, bons vinhos, boas surpresas, mas de algumas decepções, também.

Vou iniciar a viagem toscana, que narraremos em etapas, Bacco e eu, pelas decepções.

Montalcino, uma das mais prestigiosas cidades do vinho do planeta, nunca foi centro gastronômico importante.

Poucos e não mais que razoáveis restaurantes, cozinhas apenas medianas sem inventiva ou imaginação.

 O território incinese está anos luz distante de um grande centro gastronômico, por exemplo, como Alba.

Apenas para informar: Em Alba e arredores, há uma dúzia de locais com uma, duas e três estrelas Michelin.

Em Montalcino não há um restaurante sequer ostentando a famosa estrela.

“Boccon Divino”, meu endereço predileto da cidade, era o único que apresentava uma cozinha acima da média.

 Frequento o “Boccon Divino”, para os que não sabem, desde os anos 90.

Com os amigos, após os costumeiros aperitivos na “Fiaschetteria Italiana” servidos com generosa abundancia pela grande amiga Teresa, tomamos o caminho do “Boccon Divino” para almoçar.
 

Dia chuvoso, frio, triste …Nada melhor que uma bela taça de Brunello para reencontrar a alegria.

Na carta, uma surpresa: Brunello 2007 “La Fiorita”, em taça.

Perguntei para Marina, sócia e cozinheira do local, como o “raro” Brunello havia aterrado na carta do restaurante e, ainda por cima, era oferecido em taça.

A minha pergunta fazia sentido: Havia sido impossível encontrá-lo nas enoteca da cidade.

“Meu cunhado, Roberto Cipresso é o produtor. O que não é exportado, nós divulgamos e vendemos no restaurante É um grande vinho. Um grande Brunello”.
 

Marina percebeu nossa conversa em português e enquanto servia o vinho, continuou: “Minha irmã e o Roberto estão em São Paulo ajudando na vindima”.

A cordialidade no rosto da Marina desapareceu quando comentamos ironicamente que a única colheita possível em São Paulo seria de fumaça dos ônibus e das indústrias.
 

Gelo total!

A Marina, provavelmente ofendida com a gozação, não voltou mais para nossa mesa nem para trazer a conta.

Naquele momento comecei a entender toda a picaretagem que revelaria em “Brunello Pornô”.
 

O Cipresso e sua mulher Alessandra, irmã de Marina e sócia do restaurante, haviam viajado até São Paulo para dar consistência ao lançamento do “Bueno-Brunello-Pornô” (enólogo italiano ou francês é sempre idolatrado pelos críticos nativos) . 
Aproveitado a viagem nada mais justo do que  conhecer as vinhas do locutor e sócio no Rio Grande do Sul, realizar, provavelmente, algumas filmagens onde apareciam cortando meia dúzia de cachos filmagem que serão, certamente, utilizadas em futuras picaretagens.


Para o pessoal de Montalcino o enólogo contou a história da vindima brasileira em São Paulo.....

É o custo da fama que é preciso pagar.

É o Cipresso, em busca do sucesso....

Será?

Amanhã tem mais.

6 comentários:

  1. picaretas sem fronteiras... do jeito que brasileiro gosta.

    mudando de assunto: Dionísio, Bacco, vocês conhecem esse produtor aqui?
    http://www.malgra.it/pagine/eng/vini/barbaresco_monciraldo.lasso

    vi esse Barbaresco no Oba a um preço razoável...

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  2. E não tinha o Buenello em copo de requeijão? Que pena. Como este mundo é pequeno, não? Você foi encontrar logo a cunhada do cidadão! Logo vai descobrir que jogavam bola juntos quando eram pequenos, e que ele era o pior do time, mas jogava, pois era o dono da bola.
    Salu2

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  3. A diferença é essa: B&B pesquisa e revela o que ninguém sabe.

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    Respostas
    1. E a modestia entao..... ninguem tem igual, nem o Bilu Teteia. Ou aquele outro arti$ta no RJ.

      Voces sao bons, mas vamos mais devagar ai. Que feio apertar a propria buzina.

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    2. então , ta. Diga em qual outro site brasileiro vc leu algo sobre a picaretagem do Brunello pornô do Galvão. Fon Fon

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    3. O fato de haver poucos, minimo, quase nada de comentaristas ou blogueiros ou gente que saiba alguma coisa e diga tudo com isencao ja define o mercado brasileiro. Terra de trouxas, ignorantes, desinformados, predadores, picaretas (a turma de sempre que preenche o vacuo provocado por ignorancia).

      Quantos blogueiros de caneta facil ha mesmo na franca ,espanha, italia, ou ate portugal?

      Imagina o tonto que cheira moringa num mercado serio? Ou o chapa branca carioca? . Vao de retro.

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