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segunda-feira, 31 de março de 2014

CAFFÉ DEI COSTANTI-AREZZO




Arezzo, estupenda cidade medieval, injustamente relegada a um terceiro plano, ou simplesmente esquecida pelo turista clássico (Roma, Paris, Veneza, Londres, Barcelona...), é mais um endereço imperdível de B&B.

O centro histórico importante, imponente e cuidadosamente preservado, revela, ao turista atento, ângulos de rara beleza.

Sua calma vida provinciana, suas refinadas lojas de ourivesaria, cujos preços baixos fariam corar de vergonha a Carla Amorim que em Arezzo não conseguiria vender um brinco sequer, seus refinados restaurantes, e especialmente seus bares, são atrações mais que suficientes para inserir a cidade num roteiro toscano. .

Um bar que vale, não uma, mas inúmeras visitas é o “Caffè dei Costanti”.
 

O histórico e belíssimo bar, fundado em 1819, além de perfeitamente conservado, oferece, todas as tardes, uma grande variedade de vinhos tintos e brancos, espumantes, Champagne.

Para acompanhar as bebidas? Uma fantástica mesa de frios, para a sagrada hora dos aperitivos dos italianos, ocupa a parte central do bar.

Não sei quantos bares já frequentei, quantos me impressionaram, quantos já elogiei, mas boquiaberto, como quando me deparei com quantidade de tira-gostos expostos nas mesas do “Caffè dei Costanti”, não recordo de ter visto.
 

Impressionante!

Salmão, salames, presuntos, bruschette, queijos, tortas, sanduiches, saladas, picles, verduras, salsas, amendoins, nozes, amêndoas, avelas…Uma imensa variedade de petiscos.
 

Os preços dos vinhos, cervejas, destilados, coquetéis etc., são acrescidos em três Euro caso o cliente resolva consumir os tira-gostos

Três Euro, acredite, são poucos para tanta comida (há  clientes que, praticamente, jantam no “Caffè dei Costanti”)
 

Dionísio, que me acompanhava em minha última visita ao “Caffè dei Costanti”, resolveu pedir uma garrafa de Chianti abandonando as costumeiras taças avulsas.

Ao garçom, que nos atendia, ordenamos um bom e tradicional   Chianti Classico sem o costumeiro “batismo” das detestáveis uvas internacionais.

Surpresa!

O rapaz, que entendia de Chianti, captou a mensagem e abriu uma garrafa de “Chianti Classico Monteraponi”.
 

Grande Chianti, 100% tradicional!

 Grande vinho produzido com 95% Sangiovese e 5% Canaiolo.

O “Monteraponi”, produzido em Radda in Chianti, é um Chianti com perfume de Chianti, de Sangiovese e de território toscano.

Sua cor rubi, límpida e brilhante, realça ainda mais o prazer de se beber um vinho com sabor de território.

Livre dos Cabernet Sauvignon, Syrah e Merlot da vida, que “internacionalizaram” (para ser elegante e não dizer outra coisa...) os vinhos da Toscana, o “Chianti Classico Monteraponi”, com seu perfume floreal, sua elegância, seus taninos equilibrados, tremendo final e consistência na boca, resgata a grande importância e a qualidade do Sangiovese na vida do Chianti.

Você, que gosta de vinhos genuínos e com DNA de Toscana, procure e prove o “Monteraponi” e depois comente.

Ah, ia esquecendo.... O “Chianti Classico Monteraponi” 2011, servido em taça de cristal e acompanhado de petiscos, custou, no “Caffè dei Costanti”, 22 Euro.

O “Caffè dei Costanti”, fica na praça San Francesco, defronte à homônima basílica que guarda maravilhosos afrescos de Pier della Francesca.
 

Depois de beber bastante, no bar, os fiéis, que se sentirem em pecado, poderão pagar penitência na belíssima igreja admirando as raras pinturas.

Mais um detalhe: A praça aparece no filme “La Vita è Bella”

A tomada: No início da fita, Benigni desce uma ladeira em uma bicicleta e atropela sua “principessa” que cai sobre um monte de areia.

 A cena foi filmada em Arezzo em frente ao “Caffè dei Costanti”.

Não perca!!!!!!

 


3 comentários:

  1. Mais uma na lista de paradas em minha proxima ida a Italia... Excelente dica.

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  2. Aqui no brasil deve custar no mínimo o triplo

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  3. Mais um local que entra na lista dos lugares a visitar na Itália. Belíssimo texto!
    Aproveito o gancho sobre o Chianti tradicional e reitero questionamento que havia feito em outro post que talvez tenha passado desapercebido: vocês conhecem o Brunello Innocenti? É mais tradicional ou enveredou pelas perigosas e sinuosas vias do 'Anti-Terroir'?

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